Blog dos Espíritos

Da lei de liberdade

03/10/2022 09:59 - por Eleni Maria Machado

Haverá no mundo posições em que o homem possa gozar de absoluta liberdade? Não, porque todos precisam uns dos outros, tanto os pequenos como os grandes. Desde que estejam dois homens juntos, haverá entre eles direitos recíprocos que devem ser respeitados. Portanto, nenhum deles goza de liberdade absoluta.

Liberdade de pensar


Haverá no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade? O homem goza no pensamento de ilimitada liberdade, pois que não há como impedi-lo de pensar. 

O homem é responsável pelo seu pensamento? Sim, é responsável perante Deus. Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, Ele o condena ou absolve, segundo a sua justiça.

Liberdade de consciência


A liberdade de consciência será uma consequência da de pensar? A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.

A ninguém é dado o direito de embaraçar a liberdade de consciência, pois somente a Deus cabe o direito de julgá-la. Assim como os homens que pelas suas leis regulam as relações de homem para homem, Deus, pelas leis da natureza, regula as relações entre Ele e o homem.

A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso da humanidade. Todo constrangimento que faz com que o homem proceda em desacordo com seu modo de pensar, resultaria em hipocrisia.

Será respeitável toda e qualquer crença, ainda quando notoriamente falsa? Toda crença é respeitável, quando sincera e que conduza à prática do bem. Toda crença que conduza ao mal é condenável.

Livre-arbítrio


Tendo o livre-arbítrio, o homem tem a liberdade de pensar e, igualmente, a de fazer, senão se tornaria uma máquina.
Há liberdade de agir desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. 

Fatalidade


Há fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o entendemos? E se há fatalidade o que seria do livre-arbítrio? No verdadeiro sentido da palavra, “fatalidade” só existe no momento da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a morte acontecerá. De resto, fatalidade existe unicamente pela escolha das provas que o Espírito fez, ao encarnar. Ao escolher, institui para si uma espécie de destino, que se fará cumprir. Isso com relação às provas físicas. Às provas morais e às tentações, o Espírito, de posse do seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, poderá ceder ou resistir. Ao se mostrar fraco frente a essas provas escolhidas, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele ao ponto e dominar-lhe a vontade. Mas, mesmo sob a influência de um mau Espírito, o homem sempre poderá exercer a sua livre vontade.

Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independente da maneira por que procedam. Não será o infortúnio, destino? São, talvez, provas que lhes caiba sofrer e que elas escolheram. Porém, ainda aqui lançais à conta do destino o que na maioria das vezes é apenas consequência das faltas cometidas. 

Liberdade de escolha


Há sempre liberdade de escolher e de agir. O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos praticados no mal não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam do “destino”. Cada um pode, por prova ou expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, pelo meio em que vive ou circunstâncias que se apresentem, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência que deseje para reparar suas faltas e, na condição de encarnado, a faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Combaterá ao estudar profundamente a natureza moral do homem.  Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegará a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.
(Fonte: Livro dos Espíritos, parte terceira, cap. X)

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