Blog dos Espíritos
Direito à vida
Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? O de viver.
Tem o homem o direito de dispor da sua vida? Não. Só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei. E não é sempre voluntário o suicídio? O louco que se mata não sabe o que faz.
O suicídio é terrível mal que aumenta na Humanidade e que deve ser combatido por todos os homens.
Essa rigidez mental que resolve pela solução trágica é doença complexa.
Conscientizar as criaturas a respeito das consequências do ato, no além-túmulo, das dores que maceram os familiares e do ultraje às Leis Divinas, é método salutar para diminuir a incidência dessa solução insolvável.
Confiança no futuro
A calma e a resignação hauridas na maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. É certo que a maioria dos casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. O mesmo ocorre com o suicídio. Mas encarando as coisas deste mundo da maneira com que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado em outras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva a razão de abalos, os quais, se não fora isso, a conturbariam.
Excluindo os suicídios por embriaguez e pela loucura, que podem ser chamados de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhes apontem. Pois que, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que melhores serão os dias vindouros, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando não vê fim aos seus sofrimentos. E o que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas para aquele que não crê na eternidade e julga que tudo se acaba com a vida, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico, abreviar pelo suicídio as suas misérias.
O mal e o remédio
A Terra não é um lugar de gozo e nem um paraíso de delícias.
Jamais deve o homem esquecer que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
Relembremos a missão que Deus deu aos Espíritos: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição”. Mas para alcançarem a perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
Ninguém está sozinho. “A missão do Espírito protetor é guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida”.
Todos temos problemas, reclamando o concurso alheio, mas ninguém pode forjar a solução do esforço para o bem que depende exclusivamente de nós.
Recomendações úteis
Resguardar-se:
- dos tentáculos do desânimo, com a prece sincera;
- das arremetidas da sombra, com a vigilância afetiva;
- dos ataques do medo, com a luz da meditação;
- dos miasmas do tédio, com o serviço incessante;
- das nuvens da ignorância, com a bênção do estudo;
- das labaredas da revolta, com a fonte da confiança;
- das armadilhas do fanatismo, com a fé raciocinada;
- das águas mortas do estacionamento, com o trabalho constante e desinteressado no bem.
Filho de Deus
O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia a dia.
Fontes: O Livro dos Espíritos; O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V; Livro Estudo e Viva (Chico Xavier e Waldo Vieira/Emmanuel e André Luiz); livreto Suicídio, FEB – Federação Espírita Brasileira.