Um   livro sensível e comovente, com narrativas sobre a vida comum,  de pessoas comuns  que se oferecem  e  se juntam como em um mosaico  e nos dizem quem somos,  o que tememos, com o que sonhamos e como vivemos. Assim é o romance “Entre pontos” (Editora Maralto, 168 páginas, R$ 44,90),  do publicitário e  escritor  J. L. Amaral.

A   obra –que    concorreu    com   outras 1.700 histórias e foi  finalista do Prêmio Kindle 2017- ganhou novo projeto gráfico e  é publicada pela primeira vez pela Editora Maralto, do Grupo Arco Educação.  Até então, o livro só existia  na versão digital e havia sido  impresso ocasionalmente, de maneira independente. 

O    livro  conta a história do caçula Pedro, filho de motorista de ônibus,  que passa grande parte da infância  nas viagens com o pai porque não tem com quem ficar em casa após a  escola,  pois a mãe e os irmãos mais velhos trabalham fora. Sentado  no banco logo atrás do condutor, o menino presencia conflitos, aprende o que é o preconceito e a violência e  compreende a  divisão brasileira de classes. Em cada capítulo,  o texto se concentra em personagens que têm alguma relação com o protagonista. Assim, o autor expande as possibilidades  da narrativa, apresentando uma vasta gama de figuras,  tipos que enfrentam as dificuldades cotidianas e que têm  no menino e  no ônibus  pontos em comum.

Ao   experimentar  a  vida nas grandes cidades e acompanhar  a rotina de  trabalho do motorista com os passageiros, sob a ótica do menino, o leitor encontrará  uma amostra da sociedade   brasileira e uma contemplação de nós mesmos. 

Paulistano,    J. L.   Amaral  estreou na literatura com “Entre pontos”. Em 2018, lançou “Borboletas azuis” em e-book, sagrando-se finalista  do II Prêmio Pólen de Literatura. Em 2020, lançou o romance  “Ô de casa!”, em formato digital, e participou como autor  convidado da antologia  “Aglomerados.”  J. L.   Amaral mantém  dois perfis ativos em redes sociais, com textos, frases e pensamentos, nos quais interage  com mais de 260 mil seguidores.

Trecho:
“Eu tinha sete    anos   quando Beto  perdeu o emprego. Voltou triste para casa, chorou no ônibus, coitado.  Precisaria cortar despesas, adiar sonhos –como ter o primeiro filho. Era tudo o que sua mulher, Andréa, mais queria na vida. Seria difícil dar a notícia, mas não teria jeito. Aquilo mexeu com meu pai.  Beto era das pessoas que ele mais admirava.”
(página 45)

OBSESSÕES INCOMUNS   
Escrito por William Peter Blatty, autor best-seller de “O exorcista” –que lhe rendeu o Oscar de Melhor Roteiro pela adaptação para o cinema-  o livro “A nona configuração” (Editora HarperCollins, 160 páginas, R$ 69,90) é um  tenso suspense psicológico. Conta a história do Centro Dezoito, um hospital psiquiátrico que abriga  veteranos da Guerra do Vietnã, com obsessões incomuns.  Um psiquiatra da Marinha americana, o coronel Kane,  é enviado para investigar os doentes, mas acaba tendo a sua sanidade desafiada. 

VIDAS QUE SE CRUZAM
“Quão bela e  brutal é a vida,” livro   de    estreia de Cory Anderson,  conta a história dos irmãos Jack e Matty, que só têm um ao outro.  Depois de a mãe deixá-los, Jack, o mais velho,  precisa escolher  entre  permitir que seu irmão seja enviado  a um orfanato ou ir atrás do dinheiro  que levou o pai deles à prisão. Nisso, inclui envolver-se com gente perigosa, como o pai de Ava, um mafioso violento. Ava e Jack se conhecem  e os dois precisam tomar decisões difíceis, com consequências  imprevisíveis. 

Leituras:
“Apenas  os loucos e os solitários  é que se podem dar ao luxo  de serem eles próprios. Os solitários não têm  ninguém para agradar e os loucos não se importam se  agradam ou não.”
(Charles Bukowski (1920-1994), poeta e  escritor alemão que viveu e morreu nos Estados Unidos). 

Destaques:

O GERENTE

Autor: Renato Lermen e Victória  Salerno Lermen

Com depoimentos dados a Elma Sant’Ana,  autora de 30 livros publicados nas áreas de pesquisa de folclore, história  e biografia, a obra conta a trajetória de vida de Arno Reinaldo Lermen, que deixou a vida de bancário  para tornar-se  um empreendedor  de sucesso e  fez das lidas do campo  um negócio promissor.  Com farto material fotográfico, o livro  reúne as lembranças  do filho Renato, da neta Victória  e  demais familiares e amigos de Arno Lermen.
Editora Benchimol.  150 páginas.                                                                                                                                                            

REVOLUÇÃO FARROUPILHA – 1835 a 1845 

Autor:  Luiz Alfredo Borges

Natural de Cachoeira do Sul, Luiz Alfredo Borges é autor de livros   adaptados e ilustrados  para o público infanto-juvenil  da série Lendas do Rio Grande do Sul. Neste novo trabalho, embora não seja uma lenda, ele apresenta importante período da história  gaúcha,  oferecendo uma ferramenta  de aprendizado  sobre a Revolução Farroupilha.   O trabalho de pesquisa  traz imagens   e  textos de forma que possa ser lido e  interpretado, para conhecimento dos personagens  e os lugares que fizeram parte da história. 
Editora Martins Livreiro. 79 páginas.            

(As obras apontadas  no Blog dos Livros  podem ser encontradas   junto à Revistaria e Livraria Nascente,  na Rua Saldanha Marinho,   1423, Cachoeira   do Sul)