A vida que virá depois da pandemia

A pandemia do coronavírus está transformando a sociedade e a vida que virá depois desta crise, já denominada de “O novo normal”, será radicalmente diferente do mundo que conhecíamos antes da chegada da covid-19. O processo de mudança, entretanto, será contínuo, pois, como já definiu o cientista Thomas Edison, o inventor da lâmpada, do sistema de distribuição de energia elétrica e da câmera de cinema, “do mesmo jeito que o homem procura a mudança, ele resiste a ela”.

O primeiro debate do novo normal será a necessidade de a educação reforçar os conceitos de higiene, saneamento básico e saúde, formando novas gerações que colocarão estes cuidados como prioridade, assim como a geração anterior fez com a consciência ambiental. Também o Brasil terá de encontrar uma forma de garantir renda mínima para a população. O auxílio emergencial de R$ 600,00, concedido aos atingidos pela crise econômica do coronavírus, escancarou a desigualdade social do país. O Bolsa Família já não é suficiente para garantir dignidade a toda população.

Finalmente, cidadãos, governantes, estudantes, educadores, empresas e empregados terão de aceitar que a tecnologia digital vai impactar em curto prazo os empregos, os negócios, a economia, a sociedade e as relações sociais. Junto com estas transformações, mudará também o comportamento humano. Homens e mulheres terão de desenvolver novas habilidades para manter seus empregos e sustentar suas famílias. São mudanças que ocorreriam normalmente neste século, mas que foram aceleradas pelo coronavírus.

FUTURO
Provavelmente entre dezembro e janeiro a vacina contra o coronavírus começará a ser aplicada, dando fim à crise sanitária. A partir daí a discussão será entre lutar pela retomada da normalidade ou render-se ao inevitável novo normal.  Como já definiu o professor Elton Schneider, diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios da Uninter, a pandemia, ao estimular o uso das tecnologias em todos os setores da economia, ajudará no barateamento das soluções tecnológicas do novo futuro.

REFLEXÃO PARA OS PAIS
A crise do coronavírus atingiu em cheio a renda familiar e a forma como ela é obtida. Os filhos precisam participar desta nova realidade. Entender o momento financeiro dos pais. Poupá-lo desta informação é como ignorar o novo mundo a partir da crise. Quanto mais cedo todos da casa se adaptarem, mais rapidamente a família poderá replanejar o futuro e retomar seus objetivos.

O NOVO NORMAL

A crise do corona mudou o mundo

MAIS HIGIENE
Nos países onde a crise do novo coronavírus já está passando, antigos comportamentos foram substituídos por hábitos de higiene reforçados, mudanças no modo de trabalho e até na forma com que as crianças vão às aulas. O cuidado para evitar novas contaminações é a regra.

TRABALHO EM CASA
A pandemia trouxe a cultura do home office, que foi implementada e deve continuar mesmo quando as políticas de isolamento forem afrouxadas. Um estudo da Tendências de Marketing e Tecnologia de 2020, mostra que o trabalho remoto pode crescer 30% depois da pandemia de coronavírus no Brasil.

NOVO CONSUMO
A mudança de comportamento imposta pela pandemia do novo coronavírus impactou as relações de consumo. Muita gente passou a ser mais solidária. As páginas do JP trazem toda a semana exemplos de campanhas e mobilizações. Nas redes sociais, a temática de saúde também ganhou força.

MAIS REFLEXÃO
O #fiqueemcasa mostrou, inicialmente, um luto pela normalidade que não voltará mais e pelo funcionamento das coisas como eram. Depois vieram outras constatações, como a que não é preciso ser produtivo o tempo inteiro ou a que comprova que o estilo de vida não deve ser a prioridade do cidadão.

AUTOCONHECIMENTO
A emergência em saúde mostrou o quão frágil é o ser humano e o quanto o planeta vive muito bem sem a humanidade, apesar da humanidade não viver sem ele. Com este autoconhecimento, o uso de bicicletas, as caronas solidárias, o uso da energia solar, a reciclagem do lixo e outros comportamentos passarão a ser adotados pelas comunidades. Deve crescer o incentivo à produção sem agrotóxicos, mas este é um dos exemplos de que a transformação será lenta em muitos setores.

CANTINHO DOS BAIXINHOS

* O mundo está diferente. Não tem aula na escola e a ordem é que as pessoas permaneçam em casa. É que uma doença muito contagiosa, chamada covid-19, chegou em nossas cidades e precisamos evitar ficarmos doentes.

* As aulas estão sendo dadas como lição de casa. Algumas escolas estão dando aulas pela internet. Em outras, os pais estão buscando tarefas com os professores. Até que a doença passe, esta será a forma das aulas não pararem.

* Os alunos e seus coleguinhas precisam entender que não é um período de férias e que as lições precisam ser feitas.

* Outra coisa importante: em tempos de pandemia, todos em casa têm de fazer a sua parte para manter a casa limpa e organizada.

I
MPACTO DO CORONAVÍRUS

Como está sendo construído o novo normal

EDUCAÇÃO
Antes, a escola mandava recolher celulares e tablets, que não eram compatíveis com a sala de aula. Com a pandemia, estes aparelhos viraram a própria sala de aula. Depois da pandemia, o que virá é que professores e alunos serão capacitados para usar estas tecnologias para o ensino da era digital.

ENSINO SUPERIOR

O ensino a distância, o EAD, era visto como de qualidade duvidosa. Com a crise do corona, o ensino remoto com uso de tecnologias está salvando o ano letivo. Depois da crise, a discussão não será mais sobre modalidades de ensino, mas como pensar em um ensino em todas as suas possibilidades.

ESCRITÓRIOS E EMPRESAS
Cada funcionário possuía sua mesa, seu computador e seu ambiente de trabalho. Com a pandemia, esta mesa se transferiu para casa, com o trabalho remoto via internet. No futuro, logo ali, o trabalhador terá de possuir competências digitais que permitam realizar seu trabalho de qualquer local, o chamado teletrabalho.

AUTOMAÇÃO
Hoje, entende-se que quanto mais repetitiva for a atividade profissional, mais ela está sujeita ao uso de robôs e automação. A pandemia acelerou este processo e onde a ação puder ser automatizada, será. Em breve, a inteligência artificial passará a ser referência para a realização de tarefas repetitivas e padronizadas.

PROFISSÕES

Hoje a busca de um curso de ensino superior é o foco dos estudantes. Ter uma profissão para o resto de sua vida. A crise fez com que as pessoas questionassem se seus empregos continuarão existindo depois da pandemia e da transformação digital. Os trabalhadores precisarão desenvolver competências digitais e entender que a vida toda será de novos aprendizados.

NEGÓCIOS

Atualmente há um caminho definido: escritório, vendas, marketing, fabricação e entrega do produto. O vírus forçou o teletrabalho, a venda por contato remoto. Só a fabricação e a entrega seguem as mesmas. Nos próximos anos entrarão em ação a venda digital, o marketing em múltiplas plataformas, a fabricação automatizada e a logística (entrega) em múltiplos canais.

LOJAS
Hoje as lojas mantêm estoques e os vendedores têm meta de vendas. Em breve, as lojas serão centro de experiências de consumo e demonstração de funcionamento, onde o comprador conhecerá os produtos e decidirá pela compra. O produto, entretanto, virá por encomenda, sem estoque na loja.

PROPAGANDA

Hoje é feita em rádio, TV, revistas, jornais e sites. Para baratear, algumas empresas tentaram entrar nas redes sociais, mas de forma desordenada e sem resultados. O futuro será de ampliação deste leque de possibilidades, unindo todas elas em campanhas publicitárias pensadas para todas as mídias.