Câmara aprova cessão de áreas

A Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei que concede, por 25 anos, duas áreas de 7 hectares cada, próximas ao Aeródromo Brigadeiro Nero Moura, ao Cachoeira Jeep Club e à Associação de Motociclismo de Cachoeira do Sul (Amoca). A votação registrou 11 votos favoráveis e quatro abstenções, de Mariana Carlos (PT), Ryan Rosa (PT), Adriana Palladino (MDB) e Magaiver Dias (PSDB).

Antes de ser colocada em votação, representantes das entidades ocuparam a tribuna popular para se manifestar sobre a proposta. Alvaro Borges, que preside o Jeep Club, destacou que o repasse de área pode ajudar na realização de um sonho da entidade, a construção de uma sede própria. Alvaro destacou que, livre do aluguel, a entidade poderá ampliar as ações sociais que desenvolve na cidade.

Já Fernando Nunes falou pela Amoca, lendo um manifesto em nome do presidente Claudio Oliveira. A intenção da entidade é construir uma pista de treino de veloterra e também realizar competições, com intuito de movimentar o turismo da cidade. “Não é um presente para a entidade, mas um investimento no futuro da cidade”, disse Fernando. A associação rebateu a preocupação de empresas do setor de aviação da cidade, salientando que não irão construir prédios altos e que a pista ficará longe do Aeródromo.

LOTADA

A assistência da Câmara ficou lotada com integrantes das duas entidades, que aplaudiram discursos como os do vereador Ricardinho Machado (PSDB), que destacou a necessidade de se votar mais iniciativas que incentivem o esporte. A vereadora Mariana Carlos fez um longo discurso para discordar da forma como o governo tem encaminhado projetos à Câmara, sempre em regime de urgência, o que segundo ela pressiona os vereadores.

“Isso joga a sociedade contra os vereadores e estamos lotados de pautas importantes”, disse, queixando-se que o prefeito anunciou a concessão das áreas antes mesmo de enviar o projeto à Câmara. Mariana decidiu se abster em protesto à forma como o Governo Leandro Balardin tem encaminhado projetos em regime de urgência. “É importante que todas questões que podem afetar o projeto sejam discutidas antes e esse papel é da Prefeitura. Eles decidem e jogam a sociedade contra a Câmara”, declarou. Apesar de se abster, a vereadora elogiou a organização das entidades esportivas.

IMPORTANTE

Um manifesto assinado por seis empresas do setor de aviação havia demonstrado preocupação em relação à cessão das áreas, devido à proximidade com a área do aeródromo. O documento foi assinado pelas empresas Aero Agrícola Santos Dumont, PBA Aviation, PBA Parts, Nova Era Aviação Agrícola, Terra Aviação Agrícola e DPA Aviação Agrícola. O empresário Pelópidas Bernardi teme que as áreas fiquem dentro da chamada zona de proteção do aeródromo e que eventuais construções possam colocar em risco a expansão daquela estrutura.

Governo respondeu ofício de empresas da aviação

Com a aprovação do projeto de lei, a Prefeitura deverá elaborar um termo de cessão dos imóveis para as entidades. Em resposta ao ofício das empresas do setor de aviação, que foi formalizado ontem junto à Prefeitura, o prefeito Leandro Balardin assinalou que “a cessão autorizada pelo projeto de lei se dá exclusivamente para atividades esportivas, sociais e culturais, compatíveis com o uso do entorno e sem prejuízo à operação do Aeródromo Municipal Brigadeiro Nero Moura”.

A Prefeitura acrescenta que o termo de concessão terá uma cláusula de obrigatoriedade de compatibilidade com as normas operacionais do aeródromo, além da previsão de revogação unilateral pelo poder público em caso de descumprimento das regras. O governo encerra dizendo que “reconhece o papel estratégico do aeródromo para o desenvolvimento regional e reitera que eventuais projetos futuros de expansão poderão ser considerados. Importante frisar que as áreas cedidas não comprometem a área de pista nem suas zonas de proteção”.