CONTAS DA ENCHENTE
Defesa busca R$ 1,8 milhão
Recurso é para auxiliar desabrigados e limpeza urbana
A Prefeitura prestou contas ontem na Câmara de Vereadores das principais ações que foram desenvolvidas pelo poder público durante a crise da enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul e que desabrigou 147 famílias na cidade e desalojou outras 921 famílias, deixando ainda 15 feridos.
A novidade no encontro foram os números informados pelo superintendente da Defesa Civil Edson das Neves Júnior, referente aos valores que serão solicitados ao governo federal em auxílio a estes desabrigados, R$ 1,442 milhão, e também para ações de limpeza urbana, outros R$ 348 mil. O valor para os desabrigados é para recebimento de kits alimentação, de limpeza, de higiene pessoal e colchões.
PÓS-ENCHENTE
Antes dele apresentar os dados, a prefeita Angela Schuh fez um discurso dizendo que a Prefeitura já começa a estudar o pós-enchente, ou seja, as ações que precisarão ser tomadas para avaliar estruturas destruídas pelas águas em Cachoeira e recuperar a cidade. Ela não entrou em maiores detalhes, já que é cedo para projetar como isso será feito e com que recursos, já que não se sabe o tamanho dos prejuízos em pontes e estradas do interior e nas residências de atingidos e os recursos municipais são escassos.
O RELATÓRIO
O pedido da Defesa Civil
- 147 famílias desabrigadas, totalizando 372 pessoas
- 921 famílias desalojadas, totalizando 2.694 pessoas
- Danos materiais: R$ 31,4 milhões em contaminação da água, solo e exaurimento hídrico
- Prejuízo econômico público: R$ 70,9 milhões
- Prejuízos econômicos privados: R$ 372,9 milhões
O QUE FOI PEDIDO
- Processo de resposta de restabelecimento de R$ 348.038,40 para limpeza urbana, com contratação de hora máquina e funcionários
- Processo de resposta de ajuda humanitária, totalizando R$ 1,442 milhão, para aquisição de kits alimentação, kits limpeza de residência, kits de higiene pessoal, colchões e kits de limpeza de dormitório
O QUE DISSERAM
Emoção nos relatos
DEFESA CIVIL
Visivelmente consternado e com a voz um pouco embargada Edson Júnior pediu desculpas. “Quero me desculpar primeiro com minha equipe porque são dias de muitas dificuldades que vivemos e também com a população que a gente possa ter falhado porque às vezes não temos tempo de chegar a todos”, disse. Outro momento em que ele demonstrou emoção foi quando relatou ter visitado à noite e em um barco as residências que foram atingidas no Bairro Cristo Rei com um fiscal do governo federal. Como muitas casas sofreram danos, o que ainda não há como estimar, Cachoeira precisará buscar recursos para auxiliar estas famílias, que já vivem em uma área de risco de inundação.
SECRETÁRIOS
Secretários de Inclusão Social, Carin Ache, Aline Machado, das Obras, e Alexandre Cassol, do Interior, também falaram das ações feitas nos últimos dias. Uma informação do titular do Interior é que a estimativa é que teriam ocorrido danos em pelo menos 20 pontes do meio rural de Cachoeira, o que pode afetar diversas comunidades. Ele prega cautela já que são informações repassadas. A Prefeitura ainda precisará aguardar as águas baixarem para avaliar in loco todas as estruturas.
COMUNIDADE
Entre o público que acompanhou a reunião, houve questionamentos em relação à falta de água. Um diretor da Corsan enviou uma mensagem gravada para a reunião, falando sobre as ações que foram tomadas nos últimos dias para normalizar o abastecimento na cidade. Alguns pontos de Cachoeira ficaram até seis dias sem água, gerando muita revolta nas redes sociais.
Reforço na burocracia
Edson Júnior explicou que além de todo o socorro às famílias atingidas pela enchente, a Defesa Civil também é responsável pelo preenchimento dos laudos para embasar decretos e encaminhar o pedido de recursos ao governo federal, o que precisaria ser feito em um prazo de 10 dias. “Todos os laudos já foram encaminhados ao governo”, garantiu.
Como sua equipe contou com o operacional, servidores de outros setores da Prefeitura se incorporaram à Defesa Civil para o preenchimento de informações a serem enviadas ao governo. Júnior diz que além dos recursos que estão sendo pedidos, o reconhecimento do estado de calamidade já deve fazer com que verbas sejam liberadas para áreas específicas do governo, como saúde, e educação.
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