EDUCAÇÃO INFANTIL
216 crianças sem vaga em creche
Smed trabalha para abrir novas escolinhas e atender a todos os inscritos
Dos 960 inscritos para frequentar a educação infantil no ano letivo de 2023 em escola da rede municipal de ensino, 216 ficaram sem vaga, o equivalente a 22,5% dos cadastrados. Foram 744 crianças contempladas com vagas para o ano que vem. Nos últimos quatro anos, a Prefeitura tinha conseguido atender a toda a demanda de crianças.
Para o ano que vem, a dificuldade está no fim do termo de parceria da Secretaria Municipal de Educação (Smed) com a Escola de Educação Infantil Rica Carvalho Bernardes. Em troca da cedência de toda a mão de obra e da merenda, a Smed ficava com 50% das vagas da escola, que é particular. Com o rompimento do convênio, a Rica passou a oferecer vagas somente pagas. Na Rica, a Smed tinha em torno de 100 vagas gratuitas.
Conforme a secretária da Smed e vice-prefeita Angela Schuh, o custo do convênio com a Rica era de aproximadamente R$ 1,5 milhão por ano, valor que agora deverá ser investido em novas creches públicas. A Smed já está em tratativas de locação de um prédio para abrigar mais uma creche, com 130 vagas, e ainda busca um segundo imóvel para comportar outros 100 alunos. Com as duas novas escolas, a Smed conseguirá atender a todas as crianças inscritas já no letivo 2023.
MATRÍCULA
As matrículas dos contemplados com as vagas deverão ser efetuadas entre a próxima segunda-feira e 7 de dezembro, diretamente na escola para a qual a criança foi designada. No ato da matrícula, é preciso apresentar cópia da certidão de nascimento e atestado de vacinação da criança, documentação dos pais e comprovante de residência.
Fila de espera em dezembro
Os pais de crianças que ficaram sem vaga deverão procurar a Smed entre 15 e 29 de dezembro para concorrerem a eventuais vagas que sobrarem depois do período de matrícula. Essa possibilidade de sobra é referente a pais de crianças beneficiadas com vagas que desistiram de colocá-las na escola ou que optarem por creche da rede particular.
A obrigatoriedade de frequentar a escola é para crianças de 4 anos ou mais. Para estes, a Prefeitura, sem ressalva, tem de atender a todos os inscritos. São alunos de pré-A e pré-B, todos devidamente contemplados com vagas para 2023. Aos demais, de 0 a 3 anos, a Prefeitura tem obrigação de atender no mínimo 50% da demanda, taxa que, por enquanto, está em 65,4% para o ano que vem.
Mães em saia-justa
Jordana Spengler
Larissa Carvalho
As secretárias Jordana Spengler e Larissa Carvalho estão com problema para resolver envolvendo creches para seus filhos em 2023. Elas são cunhadas e cada uma é mãe de uma criança de 1 ano e 6 meses de idade. Os primos são colegas na Escola Rica Carvalho Bernardes, mas como as mães não têm condições financeiras de pagar pela permanência deles na creche em 2023, a solução foi buscar vaga na rede pública.
Jordana e Larissa conseguiram vaga na Supercreche Marisa Timm Sari, no Bairro Tibiriçá, mas apenas para um turno. “Estamos tentando atendimento em turno integral para nossos filhos, pois trabalhamos o dia todo e não temos com quem deixá-los”, ressaltaram as mães. “Se não conseguirmos vagas de turno integral, teremos que parar de trabalhar para ficar com as crianças”, lamentaram. O caso delas e de outras mães que trabalham o dia inteiro e conseguiram vaga para apenas um turno em creche a seus filhos está sendo estudado pela Smed.
CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS
Para crianças de 0 a 3 anos - alunas de níveis de berçário e maternal, a legislação permite atendimento em meio turno ou integral. Já os pré-A e B, para alunos de 4 e 5 anos, as aulas são somente em um turno. Mães de crianças nesta faixa etária que trabalham em dois turnos precisam ter algum familiar ou amigo que tome conta do filho quando ele não está na escola. A outra alternativa é a contratação de uma babá.
Horário das creches em jogos do Brasil será reavaliado
Na Apcrim, durante a tarde de ontem: gurizada torceu pelo Brasil junto com as professoras
A secretária municipal de Educação, Angela Schuh, deverá reavaliar o funcionamento das creches municipais nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo. Ontem, quando a Seleção Brasileira enfrentou a Sérvia pela Copa do Catar, algumas creches acabaram decidindo encerrar as atividades antes dos jogos, liberando as crianças para ficarem com seus pais. Embora isso tenha sido avisado pelas escolas infantis na véspera do jogo, alguns pais reclamaram para a rádio GVC.fm sobre a decisão, no programa Redação GVC.
Um dos casos é da faxineira Tamires da Silva. Ela contou que seu filho, Murilo, de 2 anos, frequenta a creche Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Bom Retiro. “Eu não tenho com quem deixar ele e não posso levar meu filho para o trabalho”, queixou-se.
DECISÃO
A secretária Angela disse que, antes dos jogos, deu duas opções para as creches. Elas poderiam liberar as crianças antes do jogo, até as 15h30min, no caso dos jogos às 16h, ou então assistir às partidas com as crianças. As que escolhessem liberar as crianças, porém, teriam de compensar as horas noutro momento. “Pelo menos 10 escolas nos informaram que decidiram assistir às partidas”, comentou Angela. Ao todo, Cachoeira tem 17 escolas de educação infantil.
Um desses casos foi da Apcrim, no Bairro Frota. A diretora Graziela de Borba Streb comanda a escola com 220 alunos e disse que optou por ficar com os funcionários durante os jogos. “Acredito que vai da realidade de cada escola. Nós optamos por ficar com as crianças”, comentou. O próximo jogo da Seleção é nesta segunda-feira, a partir das 13h.
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