Blog dos Bichos

Ansiedade de separação: como ajudar seu pet a lidar com a ausência do tutor

04/11/2025 09:29 - por Cristiane Vieira da Cunha cristiane@jornaldopovo.com.br

Se você tem um pet, sabe o quanto eles são apegados — e é justamente esse amor incondicional que pode causar um dos problemas emocionais mais comuns entre cães e gatos: a ansiedade de separação.

Quando o tutor sai de casa, alguns animais ficam tão estressados que podem latir sem parar, destruir objetos ou até recusar comida. Entender e tratar esse comportamento é essencial para garantir o bem-estar emocional do seu companheiro.

O que é a ansiedade de separação?
A ansiedade de separação acontece quando o pet sente angústia e medo ao ficar sozinho ou longe do tutor.

Ela é mais comum em cães, mas também pode afetar gatos e outros animais de estimação.

Entre os sinais mais frequentes estão:
-
 Latidos, uivos ou miados excessivos;
- Comportamentos destrutivos (morder móveis, portas, almofadas);
- Urinar ou defecar fora do lugar;
- Falta de apetite;
- Tentativas de fuga;
- Apatia quando o tutor está prestes a sair.

Esses comportamentos não são “birra” — são sintomas de estresse e insegurança.

Por que os pets desenvolvem esse problema?
Existem várias causas, mas a principal é o vínculo emocional intenso com o tutor.

Após o período da pandemia, quando muitas pessoas passaram a trabalhar em casa, os animais se acostumaram à presença constante da família. Com o retorno das rotinas, o afastamento repentino gerou desequilíbrio emocional em muitos pets.

Outros fatores que contribuem incluem:
-
 Mudança de casa ou ambiente;
- Adoção recente (principalmente em animais que sofreram abandono);
- Falta de socialização desde filhote;
- Mudança na rotina (horários, ausência de um membro da família, etc.).

Como ajudar seu pet a lidar com a separação

A boa notícia é que a ansiedade de separação pode ser controlada e até prevenida com paciência e estímulo positivo. Veja algumas estratégias que ajudam:

1. Crie uma rotina previsível
Os pets se sentem mais seguros quando sabem o que vai acontecer. Estabeleça horários fixos para alimentação, passeios e brincadeiras.

2. Pratique saídas curtas
Comece com ausências rápidas — saia por alguns minutos e retorne. Aos poucos, aumente o tempo fora. Isso ensina o pet que você sempre volta.

3. Evite despedidas dramáticas
Saídas e chegadas devem ser neutras. Excesso de emoção na hora de sair pode reforçar a ansiedade.

4. Ofereça estímulos durante a ausência
Brinquedos interativos, mordedores e petiscos que liberam comida lentamente ajudam a distrair o animal e associar o momento de solidão a algo positivo.

5. Enriquecimento ambiental
Monte um espaço confortável com caminha, brinquedos e cheiros familiares (como uma roupa sua). Gatos, em especial, adoram ter prateleiras e arranhadores.

6. Considere ajuda profissional
Em casos graves, um médico-veterinário comportamentalista ou adestrador positivo pode orientar o tratamento adequado. Em alguns casos, até o uso de feromônios calmantes ou terapias complementares pode ajudar.

O papel do tutor: presença, paciência e amor
O mais importante é compreender que o pet não age por “desobediência”, e sim por sofrimento emocional.

A punição nunca é a solução — ela apenas aumenta o medo e o estresse.

Ofereça segurança, carinho e, principalmente, tempo de qualidade. Brinque, converse, passeie e mantenha o vínculo forte mesmo nos momentos em que estiver ausente.

Encontrou algum erro? Informe aqui

Faça seu login para comentar!