Artigo

Câncer de próstata e novembro azul

11/11/2023 00:00 - por Marion Pereira da Rocha jp@jornaldopovo.com.br

Marion Pereira da Rocha
Diretor do Laboratório ENZILAB
Farmacêutico bioquímico
CRF-RS 3080

NOVEMBRO AZUL
A campanha internacional “Novembro Azul” teve origem na Austrália, em 2003, e foi adotada no Brasil cinco anos depois. Novembro Azul é uma campanha realizada no mundo inteiro durante todo o mês de novembro, visando conscientizar os homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, sendo 17 de novembro o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. O sucesso da campanha aproveita para estender o Novembro Azul como de conscientização sobre a saúde do homem com abordagem integral.

PRÓSTATA E CÂNCER
Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o sêmen (esperma).

Mundialmente, o câncer de próstata é o quarto mais frequente entre o total de casos de câncer (7,3%). Mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem em pacientes a partir dos 65 anos. Como diversos tipos de câncer, o câncer de próstata não apresenta sintomas em sua fase inicial, o que dificulta o diagnóstico precoce.

NO BRASIL:
- O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. 

- Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número estimado de casos novos de câncer de próstata no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 71.730, correspondendo a um risco estimado de 67,86 casos novos a cada 100 mil homens no Brasil, sendo 57,23 casos a cada 100 mil homens na Região Sul.

- No Brasil um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo o Inca.

PREVENÇÃO
O diagnóstico precoce (em fase inicial) é fundamental para o sucesso do tratamento do câncer de próstata, tendo mais chances de ser curado. Homens que apresentam alguma alteração suspeita, como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina, devem procurar ajuda médica independente da idade.

Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem esses fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico). Alguns pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pelo exame do toque retal. 

Entre os principais fatores de risco para o câncer de próstata estão a idade (incidência e mortalidade aumentam após os 60 anos), o histórico familiar (pai ou irmão com câncer de próstata) e o sobrepeso ou obesidade.

A desinformação e preconceito são questões culturais que impedem a detecção precoce da doença. Isso agrava o quadro de saúde. Portanto, é importante quebrar tabus, lembrando que o exame do toque é rápido e indolor. =

DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
A investigação do câncer de próstata se dá pelo exame de toque retal (exame de próstata) e o exame laboratorial auxiliar PSA (por meio da coleta de sangue). Para confirmar a doença, o médico pode também solicitar exame de biópsia, caso seja encontrada alteração nos exames anteriores. Mesmo com níveis elevados do PSA, podem haver alterações benignas da próstata. 

ABORDAGEM INTEGRAL DA SAÚDE DO HOMEM
A campanha Novembro Azul é uma importante oportunidade para chamar a atenção dos homens para a importância de cuidar da saúde, para além do câncer de próstata. Algumas dicas para cuidar da saúde do homem incluem:

- Praticar exercícios físicos regularmente
- Ter uma alimentação saudável
- Evitar o consumo de cigarro e álcool
- Dormir bem
- Controlar o estresse
- Fazer exames de rotina

O cuidado integral envolve acompanhamento de rotina, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, gerenciamento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, promoção de hábitos saudáveis como alimentação e atividade física, cuidados com a saúde mental e prevenção de agravos, como câncer. 

Os temas aqui abordados contêm sustentação científica, mas não substituem orientação médica ou de outros profissionais da saúde. Cada organismo tem suas particularidades que devem ser consideradas. Mantenha consultas periódicas.

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