RUMO À CANDELÁRIA
Cachoeira exporta mão de obra
250 trabalhadores se deslocam para atuar na calçadista Beira Rio
Diariamente, sete ônibus saem da cidade para transportar trabalhadores cachoeirenses para atuar na fábrica de calçados da Beira Rio, na cidade de Candelária, distante 60 quilômetros de Cachoeira do Sul. São seis veículos durante o dia e um para um grupo de funcionários que trabalham no período noturno.
Eles levam cerca de 250 trabalhadores cachoeirenses que não encontram vagas de trabalho em sua cidade e aproveitaram as vagas anunciadas no município vizinho. Em bairros da periferia de Cachoeira é comum ver passar um carro-som anunciando as vagas de emprego na fábrica de Candelária.
A rotina para a maioria é puxada, confessa uma funcionária que pediu para não se identificar. Eles acordam por volta das 3h todos os dias, já que os ônibus, fretados de uma empresa de transporte também de Candelária, começam a passar nos pontos de embarque por volta das 5h. “Precisamos de uma oportunidade para trabalhar, moço”, respondeu a jovem.
SEM ENTREVISTAS
Em um destes dias de trabalho, quando o ônibus que transportava os funcionários retornava ao Bairro Bom Retiro, a reportagem tentou obter entrevistas para relatar um pouco da rotina desses trabalhadores. Nenhum, porém, aceitou dar entrevistas e alguns também pediram que as fotos produzidas pela reportagem não fossem utilizadas.
Até onde foi possível apurar, o salário pago na fábrica de Candelária não difere da remuneração oferecida em Cachoeira, por exemplo, na fábrica Motta Calçados, sistemista da Beira Rio instalada no pavilhão do Bairro Noêmia, onde atuam cerca de 125 profissionais no setor de montagem e outros 90 na costura.
Em Candelária, os trabalhadores ganham em média R$ 1,6 mil e recebem ainda uma cesta básica desde que não tenham nenhuma falta no serviço ao longo do mês. Funcionários afirmaram receber também horas extras eventualmente.
ATENÇÃO
A reportagem do Jornal do Povo tentou com o setor de recursos humanos da Beira Rio informações sobre o número de funcionários de Cachoeira que lá atuam. O pedido foi feito em 6 de março e a informação era de que seria encaminhado à matriz. No entanto, até o fechamento desta edição, não foram obtidas respostas.
Carro som aos sábados
Já virou rotina na zona norte nos sábados pela manhã carros som oferecendo empregos e uma série de benefícios para quem queira trabalhar em empresas da região. O local de circulação do carro som é estratégico, próximo aos três supermercados que se concentram em 200 metros da Avenida Brasil. O movimento é intenso por mais de 10 horas.
A oferta é interessante, incluindo salário e diversos atrativos previstos ou não em lei. São empresas de Candelária, Vera Cruz e Santa Cruz do Sul, nem todas com ônibus diários. Em outro flanco são constantes os contatos de cachoeirenses com conterrâneos que moram em Santa Cruz do Sul para serem informados sobre oportunidades de emprego.
Quadro migratório
Cachoeira se espalha na região
PORTO ALEGRE
O primeiro núcleo de migração de cachoeirenses foi a capital Porto Alegre. O Censo de 1980 apontou que o município que mais contribuía com a população de bairros na capital era Cachoeira do Sul, merecendo manchete do JP na época. Na superenchente de 2024, os inúmeros pedidos de ajuda para flagelados na grande Porto Alegre deram uma ideia de quantos cachoeirenses moram na Zona Metropolitana.
SANTA MARIA
O segundo centro migratório foi Santa Maria, principalmente em razão da UFSM. Muitas famílias cachoeirenses mantinham residência em SM para uso de filhos e netos cursando universidade, mas muitos também estavam atrás de oportunidade de emprego.
CANDELÁRIA E NOVO CABRAIS
A nova frente é mais próxima, a indústria calçadista de Candelária e os concursos e oportunidades de emprego de Novo Cabrais, que permitem que os trabalhadores não precisem deixar de morar em Cachoeira. Além dos ônibus diários a Candelária, muitos carros particulares seguem para empregos na região, o que pode ser constatado por registros nas redes sociais.
SANTA CRUZ DO SUL
Coincidindo com a troca de sinal da RBS TV para Cachoeira, de Santa Maria para Santa Cruz do Sul, abriu-se um canal de intercâmbio do Vale do Jacuí com o Vale do Rio Pardo e iniciou a migração para Santa Cruz atrás de emprego, cursos da Unisc e referências de saúde. Nos anos 1990, levantamento do Tribunal Regional Eleitoral dava conta de 3 mil títulos eleitorais transferidos de Cachoeira para Santa Cruz.
LAJEADO E VENÂNCIO
Nos anos 2000 ganhou força outra frente migratória, para Lajeado e Venâncio Aires, principalmente na indústria calçadista e sistemistas, incluindo os jovens municípios localizados entre estes dois centros. Colaborou o crescimento da Univates e do Hospital Bruno Born.
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