Artigo
Diabetes
Marion Pereira da Rocha
Diretor do Laboratório ENZILAB
Farmacêutico bioquímico
CRF-RS 3080
A Federação Internacional do Diabetes (IDF, da sigla em inglês; ver idf.org), estima que 212 milhões de pessoas, ou metade de todos os adultos que vivem atualmente com diabetes, não são diagnosticados. A maioria deles tem diabetes tipo 2.
Em 13/11/2023 a edição “online first” da revista médica The Lancet Diabetes & Endocrinology publicou um editorial intitulado “Diabetes: conhecer o seu risco é importante”. Sendo 14 de novembro considerado o Dia Mundial do Diabetes, o citado editorial destaca a importância de conhecer o risco individual do diabetes tipo 2. Nele, sob o lema “Conheça o seu risco, conheça a sua resposta”, as pessoas são incentivadas a utilizar a ferramenta online de avaliação do risco do diabetes tipo 2 desenvolvida pela Federação Internacional do Diabetes (IDF) para identificar e compreender os seus fatores de risco individuais e, sempre que possível, tomar medidas positivas para reduzir esses riscos. A IDF disponibiliza essa ferramenta publicamente pelo link: https://worlddiabetesday.org/type-2-diabetes-risk-assessment . O teste, fácil e rápido de responder, está disponível em várias línguas, entre elas o português.
Nem todos os fatores de risco para diabetes tipo 2 são modificáveis (como idade, etnia e histórico familiar de diabetes), mas muitos dos principais fatores o são (como sobrepeso e obesidade, dieta pouco saudável e inatividade física). Ao capacitar as pessoas para adotarem e manterem hábitos de vida saudáveis, o diabetes tipo 2 pode, em muitos casos, ser prevenido ou retardado, ou mesmo entrar em remissão [reduzir até a ausência], e as complicações relacionadas com o diabetes podem ser evitadas ou reduzidas.
Um em cada dez adultos em todo o mundo vive agora com diabetes, 90% dos quais têm diabetes tipo 2. As pessoas que vivem com diabetes ao risco de complicações relacionadas com esta condição:
- O diabetes está associado a um risco três vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares e a um risco dez vezes maior de desenvolver doenças renais;
- Um terço das pessoas que vivem com diabetes desenvolverão algum tipo de perda de visão durante a vida;
- Um membro inferior é perdido devido ao diabetes em algum lugar do mundo a cada 30 segundos.
Ao contrário do diabetes tipo 2, as pessoas não conseguem reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 1 através de modificações no estilo de vida. No entanto, alguns riscos associados a complicações e progressão do diabetes tipo 1 podem ser reduzidos. Um estudo de 2022 realizado pelo Grupo de Estudo de Inteligência sobre Diabetes Tipo 1 demonstrou que 82% das crianças que desenvolveram diabetes tipo 1 aos 15 anos poderiam ser previstas pela triagem de autoanticorpos de ilhotas (anticorpos anti-ilhotas, anti-ilhotas pancreáticas ou anti-ilhotas de Langerhans) em duas idades: 2 anos e 6 anos. Os programas de triagem de autoanticorpos para ilhotas em crianças têm o potencial de prevenir episódios de cetoacidose diabética com risco de vida que podem preceder o diagnóstico do diabetes tipo 1.
Sintomas do diabetes tipo 2
Os sintomas do diabetes tipo 2 são semelhantes aos do diabetes tipo 1 e incluem:
- Sede excessiva e boca seca;
- Micção frequente;
- Falta de energia, cansaço;
- Feridas de cicatrização lenta;
- Infecções recorrentes na pele;
- Visão embaçada;
- Formigamento ou dormência nas mãos e pés.
Esses sintomas podem ser leves ou ausentes, de modo que as pessoas com diabetes tipo 2 podem viver vários anos com a doença antes de serem diagnosticadas.
Fatores de risco para diabetes tipo 2
- Histórico familiar de diabetes;
- Sobrepeso;
- Dieta não saudável;
- Inatividade física;
- Envelhecimento;
- Pressão alta;
- Etnia;
- Tolerância à glicose diminuída (TGD)*;
- História de diabetes gestacional;
- Má nutrição durante a gravidez.
*TGD é uma categoria de glicemia acima do normal, mas abaixo do limite para o diagnóstico de diabetes.
Reduzir os riscos associados a todos os tipos de diabetes é vital se quisermos ajudar as pessoas com essas condições a viver uma vida tão longa e saudável quanto possível.
O tema Diabetes foi aqui abordado com sustentação científica. Entretanto, considerando as particularidades de cada paciente, nada, nem a ferramenta online de avaliação de risco divulgada pela Federação Internacional de Diabetes, substitui orientação médica ou de outros profissionais da saúde. Cada organismo tem suas particularidades que devem ser consideradas. Mantenha consultas periódicas.
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