PARCERIA
Diocese assume o Alamedas
Estrutura do cemitério troca de administração para se viabilizar
A Diocese de Cachoeira do Sul da Igreja Católica assumiu a administração do Memorial Alamedas, localizado na Volta da Charqueada, inaugurado em 2019 e que era administrado pela empresa Pax Et Brasil, de Caxias do Sul. O padre Hélvio Cândido e o bispo dom Edson Batista salientam que se trata de uma parceria, na qual participam as duas instituições, a Diocese e a Pax Et.
A negociação visa especialmente solucionar uma das principais dores de cabeça da Mitra Diocesana em Cachoeira, relacionada ao desabamento de parte do Cemitério das Irmandades, ocorrido em dois momentos, no final de 2023 e em 2024 após a superenchente, desalojando cerca de 300 túmulos. Desde então, os proprietários têm cobrado da Mitra uma solução para que os restos mortais de seus entes possam ser realojados.
O bispo e o padre comentam que havia inicialmente três diferentes ideias para equalizar o problema, a construção de 130 carneiros junto ao Cemitério das Irmandades, a construção de um novo cemitério em um dos terrenos da Diocese na cidade, proposta já descartada, além de parceria com Prefeitura ou empresas, agora celebrada com o Alamedas.
NÃO SOLUCIONA
Como é uma parceria, o padre Hélvio cita que “o Alamedas não será uma solução direta para o problema do Cemitério das Irmandades, mas um começo”. Segundo ele, esta é uma das medidas da Diocese para mitigar a falta de túmulos ou carneiros no município, oferecendo mais uma opção de sepultamentos, lembrando que “a resolução do desabamento não depende exclusivamente da Diocese por se tratar de ação natural do rio”, finaliza.
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Empreendimento não teria dado retorno
Como o Memorial Alamedas era pensado para um público de maior renda, a reportagem apurou que os carneiros eram comercializados a partir de R$ 19 mil até R$ 24 mil, o investimento feito na cidade não teria dado o retorno esperado, comentam empresários ligados ao ramo funerário. O aluguel das urnas por três anos, por exemplo, girava na casa dos R$ 8 mil. Dos 540 carneiros que foram construídos, 110 foram comercializados, conforme a Diocese.
Uma vantagem para a Mitra é que o Alamedas possui uma área já licenciada, onde podem ser futuramente construídos novos carneiros para a manutenção e viabilidade econômica do empreendimento. A Diocese não informou se manterá ou oferecerá novos preços pela comercialização ou aluguel dos espaços.
O Alamedas possui uma tecnologia trazida do Japão para o tratamento do necrochorume, um líquido altamente poluente resultante da decomposição de corpos humanos. Dentro de cada estrutura onde vão os caixões, ficam tubulações que captam o líquido para tratamento, além de reduzir o nível de umidade dentro da estrutura, o que acelera o processo de decomposição.
FILTRO DE CARVÃO
Outra curiosidade está na utilização de carvão ativado para a filtragem do ar que é expelido pelas tubulações, o que garante a descontaminação do ar. Além dos sepultamentos, o Alamedas possui salas que permitem a realização também de velórios.
IMPORTANTE
Como surgiu a informação por um antigo sócio do Alamedas de que a Diocese teria adquirido o memorial, a reportagem tentou contato, sem sucesso, com o proprietário da empresa Pax Et Brasil, Luiz Felipe Novello, para tentar detalhar a negociação. Ele não atendeu às ligações feitas, nem retornou as mensagens enviadas por aplicativo.
Irmandades foca no desbarrancamento
Com os desmoronamentos ocorridos no barranco do Cemitério das Irmandades, a Mitra Diocesana foi atrás de uma série de estudos para tentar descobrir a causa dos deslizamentos de terra e também encontrar uma solução para estancar o problema.
O bispo dom Edson Batista inclusive salienta o apoio que tem recebido do prefeito Leandro Balardin em torno do tema, já que ele acionou a Defesa Civil Estadual para produção de um laudo sobre o desabamento, a fim de garantir recursos para uma possível obra de contenção, a ser financiada pelo Estado.
A Mitra contratou inicialmente uma empresa de Santa Maria que fez cinco sondagens de solo, mas que acabaram sendo inconclusivas. Depois, em discussões com técnicos da UFSM, o padre Hélvio Cândido diz que passou a se buscar informações sobre o impacto que o Rio Jacuí ocasionava no barranco. “Quando a água bate no bico da pedra, como é chamada aquela região, ela ia provocando um desassoreamento”, comentou, citando que o Comitê da Bacia do Baixo Jacuí tem auxiliado na busca de laudos sobre esse problema.
“TRAGÉDIA AMBIENTAL”
A Diocese pontua que o desabamento se agravou em virtude da superenchente de maio do ano passado. “Fomos vítimas de uma tragédia ambiental”, lamenta o padre. Um laudo do Ministério Público apontou que o desabamento, contudo, teria sido causado inicialmente pela água da chuva que era drenada para o barranco abaixo do cemitério, provocando a erosão da estrutura.
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