Feira Livre recebeu a cultura afro
Valorização da cultura afro foi prioridade dos expositores e organizadores
Com um calor de 30 graus, a Feira Livre Municipal recebeu no feriado de ontem a 2ª edição da Feira Afro, realizada em homenagem ao Dia da Consciência Negra pela Prefeitura Municipal, em parceria com o Coletivo Consciência Negra. A abertura oficial ocorreu por volta das 11h e contou com a presença de autoridades e lideranças do movimento negro de Cachoeira do Sul. O evento ofereceu shows, oficinas, palestras e exposições voltadas à valorização da cultura afro-brasileira que tomaram a parte debaixo da feira.
A programação começou às 11h45min com a apresentação do Grupo Show Araras, da Escola de Samba Unidos da Vila. Durante a tarde, o público pôde participar de oficinas gratuitas de tranças, amarração de turbantes, moda afro, pintura corporal, banho de cheiro e corte de cabelo afro, além do show do grupo Vibranium Hip Hop e de uma roda de capoeira.
TRADIÇÃO PRESENTE
A ativista Vânia Oliveira, integrante do movimento negro e oficineira do evento, ofereceu gratuitamente pinturas faciais e amarração de turbantes para as crianças. Ela explicou que as pinturas africanas possuem múltiplos significados, podendo representar identidade social, beleza, status, tribo de origem, estados emocionais ou até atuar como proteção contra o sol.
Religião marcou presença

Babalorixá reforça a importância da religião fora do terreiro
De acordo com as organizadoras, duas casas de religião de matriz africana participaram da feira, oferecendo banhos de cheiro, benzeduras e consultas com búzios. Uma delas foi a do babalorixá Braiam D’Odé, que expôs imagens religiosas, guias, mudas de plantas e banhos de cheiro, além de realizar o jogo de búzios por sete reais.
O babalorixá também apresentou seu livro “Os tesouros da África”, lançado na Feira do Livro deste ano. A obra é a primeira de uma trilogia que propõe um olhar teológico sobre a resistência das religiosidades dos negros escravizados no Rio Grande do Sul, o surgimento do batuque afro-rio-grandense e sua permanência na atualidade.
VISIBILIDADE
Para ele, a Feira Afro amplia a visibilidade das religiões de matriz africana no município. “É um evento muito bom, porque reúne diversas áreas da cultura negra - a parte religiosa, musical, o artesanato e a capoeira. Tirar a religião de dentro do terreiro é importante”, afirmou.
A religião feita à mão
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Artesã Michele Lopes: imagens de orixás ganharam vida por meio de seu artesanato
O artesanato também destacou a riqueza cultural dos povos negros. A artesã Michele Lopes, participante pelo segundo ano, apresentou bonecas africanas e imagens de orixás confeccionadas em lã. Para ela, eventos como este reforçam o valor da arte como forma de preservação cultural. “É importante que a comunidade conheça essa cultura”, ressaltou. Até as 15h, Michele havia percebido baixo movimento, mas acreditava que o público aumentaria ao longo da tarde.
Expectativa para as próximas edições

Ângela Laureci, Ana Falcão e Madalena Ferreira, integrantes do Coletivo Consciência Negra
Segundo Madalena Ferreira, uma das integrantes do Coletivo Consciência Negra, a organização da feira foi dividida entre os membros, que se auxiliaram mutuamente em áreas como decoração, convite a artesãos e articulação com a Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (Compppir), que apoiou a realização do evento. Alguns integrantes do coletivo destacaram a necessidade de maior engajamento do público na feira, que registrou um movimento abaixo do esperado até as 16h.
Segundo eles, a participação da comunidade é fundamental para fortalecer a conscientização e a união em torno da causa afro na cidade. A expectativa deles é fortalecer ainda mais o evento para a próxima edição. Madalena explicou que todos os expositores presentes se inscreveram por meio da Compppir e que, embora muitos tivessem alguma ligação com a história afro, essa não era uma exigência para participar do evento.
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