150 DEMITIDOS
Jacob Calçados fecha as portas
Empresa operava em Cachoeira do Sul com incentivos municipais via Prodic
Após inúmeros desmentidos nos últimos seis meses, a unidade local da Jacob Calçados fechou suas portas e demitiu 150 dos 164 trabalhadores nesta segunda-feira. Por volta das 7h, quando chegavam para trabalhar, os funcionários foram surpreendidos ao encontrarem as portas fechadas e receberem a comunicação do encerramento das atividades da empresa na cidade, que foi feita por um advogado. Por regras de estabilidade, ainda serão mantidos ao longo de alguns meses um total de 14 contratados, a maioria gestantes.
A empresa já havia encerrado as atividades na unidade de Maratá (RS) e demitido 200 trabalhadores. A fabricação dos calçados da marca Kildare será mantida apenas na sede da empresa, em Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre. Em Cachoeira os trabalhadores já desconfiavam há tempos do risco de demissão por conta da crise vivenciada pela empresa e, também, pela decisão dos diretores de obrigarem os funcionários a gozarem as compensações previstas em banco de horas nas últimas semanas. Até mesmo os gerentes locais foram surpreendidos pelas demissões. A Jacob Calçados operava com incentivos municipais do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodic).
O advogado Maurício Noll, representante da empresa, recebeu os funcionários que chegavam para trabalhar na Jacob Calçados e informou sobre o encerramento das atividades e também o sistema de pagamento. Ele havia informado no sábado ao advogado do Sindicato dos Empregados na Indústria Calçadista e do Vestuário de Cachoeira do Sul e região, Lucas Barbosa, da interrupção dos serviços da empresa no município.
REAÇÃO DO SINDICATO
O sindicato local apressou-se a gestionar pela manutenção dos empregos e, diante da negativa, conseguiu negociar para que fosse depositado integralmente o FGTS dos funcionários, que estava atrasado, além da manutenção dos trabalhadores com estabilidade, vinculados à sede da empresa em Porto Alegre, casos por exemplo das gestantes, e a quitação das verbas de indenização que acontecerá em 14 vezes quinzenais em sete meses. “Não houve tempo maior de negociação. Ficamos sabendo extraoficialmente no sábado e as demissões ocorreram segunda cedo. Mas, já havia sinalização e havíamos prevenido a Prefeitura há pelo menos 60 dias de que isso poderia ocorrer”, revelou o presidente do sindicato, Roberto Bastos Lopes da Silva, que comandou uma assembleia nas portas da fábrica ontem pela manhã.
Assembleia geral dos trabalhadores no momento em que foi anunciado o fechamento da Jacob
Empresa foi vendida em janeiro
A Jacob Calçados, detentora da tradicional marca Kildare, tem 95 anos de história e foi vendida em janeiro à Dream Indústria e Comércio, uma empresa que fabrica equipamentos para fitness e tem sede em Sapiranga. Geneci da Luz, sócia da Dream, na época da aquisição afirmou que “o objetivo é ampliar cada vez mais o negócio e honrar a história lendária desta empresa”. Mas, os planos não andaram exatamente como se esperava. A indústria de Maratá, que chegou a ter 200 funcionários, fechou as portas ao final de 2022 e, apesar das promessas de reabertura, foi desativada.
Maurício Noll, advogado da Dream/Jacob, explicou que a empresa há certo tempo vem enfrentando enormes dificuldades de mercado e redução de pedidos, o que motivou a necessidade de readequações à nova realidade financeira. “Para dar continuidade à marca e à empresa foi necessário um reposicionamento dentro do mercado e, infelizmente, para isso foi preciso encerrar as operações da unidade de Cachoeira”, reconheceu. “Após informarmos ao sindicato dos empregados sobre a decisão, houve um esforço para atender às reivindicações com relação ao FGTS, aos empregados com estabilidade e às indenizações”, frisou.
“Estou aqui de coração partido, pois conheço a unidade desde que iniciaram as operações ainda como Schmidt Irmãos. A empresa pesou muito todas as circunstâncias antes de tomar a decisão, porque dói, é preciso pensar nas pessoas, não é uma medida fácil. Mas chegou um momento em que lamentavelmente havia ociosidade nas linhas de produção, sem perspectivas de retomada no curto ou no médio prazo”, acrescentou Noll.
PERPLEXIDADE
O sentimento entre os trabalhadores, embora os sinais de descontinuidade da empresa em Cachoeira já ocorressem pelo menos desde setembro, era de perplexidade. Lucas Barbosa, advogado do Sindicato dos Empregados na Indústria de Calçados e Vestuário de Cachoeira do Sul e região, explicou que o trabalho da entidade foi voltado a amparar os trabalhadores no processo de rescisão e na busca da garantia de observação, pela empresa, dos direitos dos empregados. “Inicialmente, buscamos entender se não havia alternativa às rescisões e pela manutenção dos postos de trabalho, mas a fábrica alegou que não havia suporte econômico para manter a planta. Então passamos a trabalhar para garantir a observância dos direitos trabalhistas dos funcionários”, reconheceu Barbosa.
Outra sistemista é buscada
A secretária municipal de Indústria e Comércio, Vanessa Csaszar, lamentou a demissão em massa. “Perdermos 150 empregos às vésperas do Natal é um baque social e econômico para o Município, mas estamos trabalhando para reverter a situação”, reconheceu. Segundo ela, a Prefeitura apoiou, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial (Prodic) a instalação e ampliação dos serviços da Jacob Calçados, mesmo por meio do aluguel de prédio no bairro Noêmia.
Vanessa confirmou que há interesse de outra empresa calçadista nos incentivos, na ocupação dos pavilhões e na contratação de alguns funcionários, mas dependerá do avanço das negociações. Roberto Bastos Lopes da Silva, do sindicato de empregados do setor calçadista, considera que dependerá da Prefeitura assegurar as condições para que uma sistemista – e outra empresa fabricante – assumam a estrutura e mantenham os postos de trabalho do setor na cidade.
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