LAREIRA ECOLÓGICA

Professora queimada segue na UTI

02/10/2025 00:06 - por Robson Neves robson@jornaldopovo.com.br

Escola lança nota de repúdio e Prefeitura abre sindicância

Sede do Siprom, onde ocorreu o acidente com as duas professoras municipais

A professora Eveline Gomes Brasil Miguel, 34 anos, permanece internada na UTI do Hospital de Caridade e Beneficência, onde deu entrada na semana passada com queimaduras de segundo grau após a explosão de uma lareira ecológica. Entendendo que a Prefeitura não estava se importando com a situação, a Escola Municipal Dinah Néri Pereira, do Bairro Noêmia, lançou ontem uma nota de repúdio com grande repercussão entre os professores municipais. O governo municipal abriu sindicância também ontem para apurar responsabilidades no caso.

O acidente ocorreu quando ela estava participando de um curso organizado pela Secretaria Municipal de Educação, na sede do Sindicato dos Professores Municipais de Cachoeira do Sul. A professora Eveline teve 28% do corpo queimado. As chamas atingiram pernas, mãos e cabelos da vítima. A família vai buscar uma indenização da Prefeitura e, talvez, do Siprom, em um processo administrativo.

BUSCA DE DETALHES

O advogado Kader Saleh frisa que ainda é preciso buscar detalhes sobre as circunstâncias do acidente, como quem autorizou e se poderia ser usado fogo na atividade no Siprom. No entanto, ele antecipa que ela precisa ser indenizada e, se isso não ocorrer administrativamente, o caminho será uma ação judicial indenizatória por danos morais e estéticos. Eveline e a professora Ninfa Gomes Cardoso, 45 anos, da Escola Alarico Ribeiro, estavam participando de um curso de mediação de conflitos em ambiente escolar quando foram atingidas pelo fogo de uma explosão na hora do reabastecimento da lareira com etanol. Ninfa foi atendida no HCB e liberada.

O que diz a prefeitura

Nota enviada ontem à tarde pela Prefeitura

"Respeitando o trâmite legal, instauramos hoje sindicância para apurar o incidente que causou ferimentos com queimaduras em dois profissionais da Educação e averiguar possíveis responsabilidades. Estamos em contato com os representantes das servidoras para alinharmos as medidas de assistência que o Município auxiliará em total solidariedade aos envolvidos.”

O QUE DIZ A ESCOLA DINAH

Nota enviada ontem pela manhã pela Escola Dinah

"O Conselho Escolar da Escola Dinah Néri Pereira, em nome de toda a comunidade escolar, manifesta o mais veemente repúdio diante do estarrecedor acidente ocorrido durante a formação continuada promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Cachoeira do Sul, realizada no Sindicato dos Professores Municipais. A explosão de uma fogueira improvisada, que deixou a professora Eveline Miguel com 28% do corpo queimado, necessitando internação de vários dias na UTI, deve ser tratada como descaso e irresponsabilidade institucional.”

"Exigimos que a Prefeitura Municipal e a Secretaria de Educação assumam sua responsabilidade, fornecendo resposta imediata e pública para todos os professores da rede municipal. A comunidade escolar exige saber, com total transparência:
- Qual assistência efetiva a professora Eveline Miguel e sua família estão recebendo do Município?
- As circunstâncias do acidente: qual a necessidade de utilização de uma fogueira alimentada com combustível durante uma formação pedagógica de professores da educação infantil?
- Quais protocolos de segurança foram seguidos para utilização do equipamento?
- O equipamento utilizado está submetido à regulamentação e à fiscalização de algum órgão competente?
- Que medidas concretas e imediatas estão sendo tomadas para apurar os fatos, responsabilizar os envolvidos, e evitar que algo semelhante ocorra novamente?
- Quais ações preventivas estão sendo adotadas no que diz respeito à segurança dos ambientes e das atividades promovidas?"

"É imprescindível que o Sindicato dos Professores preste contas detalhadas à categoria e à sociedade sobre os planos de prevenção e proteção contra incêndio (PPCCI) vigentes em suas dependências, especialmente considerando a autorização para uso de materiais inflamáveis nesses espaços. É fundamental esclarecer quais controles e fiscalizações são efetivamente realizados para garantir a segurança do local.”

"O Sindicato dos Professores Municipais também tem responsabilidade direta na defesa da integridade física e da saúde mental dos professores do Município. Solicitamos informações transparentes e específicas sobre as ações do Siprom diante do ocorrido em suas instalações: que medidas foram adotadas em resposta ao episódio, qual tipo de suporte efetivo está sendo oferecido à professora Eveline Miguel e à sua família e como a entidade está assumindo o seu papel legal e ético de amparo à categoria, tanto no acolhimento imediato quanto na prevenção de novos riscos. Exigimos responsabilidade, clareza, e comprometimento público do sindicato com a segurança dos profissionais que representa.”

"Reforçamos que sobrecarregar os professores com formações excessivas e demandas acumuladas é absolutamente inaceitável, sobretudo em um contexto no qual a profissão sofre uma crescente desvalorização. O excesso de afazeres e a ausência de condições dignas alimentam o desgaste físico e emocional da categoria, tornando a carreira menos atrativa e comprometendo a qualidade da educação oferecida à população. É urgente que se respeitem os direitos dos educadores, garantindo-lhes um ambiente de trabalho justo, com carga horária equilibrada e valorização real do seu papel social.”

"Repudiamos qualquer tentativa de minimizar o fato envolvendo a professora Eveline. Não basta amparar as vítimas apenas quando ocorre uma tragédia: é obrigação do poder público trabalhar para antecipar, planejar e evitar. Demonstrar respeito ao magistério significa garantir direitos e segurança, não apenas prestar solidariedade a posteriori.”

"Exigimos respostas, medidas urgentes e respeito total à vida e dignidade dos educadores. A comunidade escolar permanecerá mobilizada até o completo esclarecimento, responsabilização dos envolvidos e garantia de condições seguras e humanas para todos os profissionais.”

- Nota assinada por Gisele Wommer, presidenta do Conselho Escolar, juntamente com professores, monitores e funcionários da Escola Dinah Néri Pereira

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