UNIFORMES MUDAM HOJE

Seja bem-vinda, Cargill

01/12/2023 00:05 - por Cleiton Santos

Um dos gigantes mundiais do agro assume a Granol

A partir de hoje, a história da indústria de Cachoeira do Sul começa uma nova fase e incorpora uma das marcas mais importantes do agronegócio mundial. A Cargill assume em definitivo a estrutura industrial da Granol, no Alto do Amorim. Os processos e sistemas já foram substituídos ou adequados por equipes que estão na cidade há cerca de dois meses e viraram a chave a partir de hoje. Os 380 funcionários também passam a utilizar o uniforme da nova empresa e as marcas e adesivos na indústria e na frota estamparão as referências da nova corporação a partir de sábado. A próxima folha de pagamento já será da nova empresa, que publicou nas redes sociais ao longo de novembro algumas vagas para áreas técnicas na cidade.

A Cargill já operava em parceria desde 2021 e adquiriu três unidades industriais de esmagamento de soja e produção de biodiesel e outros ativos da Granol em Cachoeira, Porto Nacional-TO e Anápolis-GO. Como se tornará a maior produtora do biocombustível no Brasil, a Cargill precisou submeter as aquisições ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a transação em setembro. Oficialmente, a Cargill espera concluir os detalhes da negociação e anunciar formalmente a compra a partir do final de dezembro. Há preparativos para oficializar o anúncio.

Na prática, contudo, o divisor de águas ocorreu à meia-noite de ontem com a mudança de sistemas operacionais. Seguindo regra aplicada em outras aquisições, a multinacional deve manter o quadro funcional, apenas com substituições pontuais pelo “DNA da empresa”. Pessoas ligadas ao setor do biodiesel, no Centro do país, entendem que a planta cachoeirense nunca deu a resposta esperada em termos de produção e produtividade.

No entanto, consideram que a dificuldade financeira pela qual passou a Granol – e a tornou pouco competitiva na disputa da matéria-prima regional e reduziu a competitividade também do biodiesel frente às exportações, a obrigou a se desfazer de parte das estruturas de recebimento e armazenagem – foi uma delas. Também a expectativa de alta produtividade nas lavouras regionais não se confirmou pelas repetidas quebras de safras por fatores climáticos. A produção de biodiesel nunca alcançou os patamares esperados pela conjuntura nacional e internacional.

B15 É A SOLUÇÃO
Fábio Rodrigues, jornalista da BiodieselBR, site especializado, considera que a Cargill é capaz de resolver isso e a chegada do B15 (adição de até 15% de biodiesel ao óleo combustível) até 2026 deve impulsionar a estrutura cachoeirense para competir nos leilões governamentais. A Cargill, desde 2021 assumiu a operação de grãos e farelo da unidade, por arrendamento/parceria, enquanto a empresa goiana trabalhava concentrada nos mercados de biodiesel e glicerina.

IMPORTANTE
No início de 2021, após 15 anos de esforços, a Granol efetivou a compra da área de 45,14 hectares que ocupa em Cachoeira em condições especiais oferecidas pelo Governo do Estado em um programa de industrialização. A empresa já investiu, corrigidos, mais de R$ 500 milhões na estrutura de Cachoeira, na reforma e ampliação da estrutura de esmagamento de soja para produção de farelo e óleo, e também nas plantas de produção de biodiesel e glicerina.

GRANOL SE DESPEDE
História que começou em 2005


Paula Cadette, diretora da Granol: muito carinho por Cachoeira

18 ANOS
A Granol está presente em Cachoeira desde 2005. A diretora-superintendente da Granol, Paula Regina Gomes Cadette, em entrevista exclusiva ao Jornal do Povo, descreve que ao longo desses 18 anos, a empresa transformou a instalação que adquiriu, na época desativada, em um dos maiores complexos industriais de soja, biodiesel e glicerina do país. Essa transformação, baseada em tecnologia de ponta nos processos industriais e em consideráveis investimentos, gerou centenas de empregos diretos e proporcionou milhares de outros empregos indiretos.

SOJA
Na cadeia produtiva, a Granol marca presença no setor agrícola regional, adquirindo soja em todo o Rio Grande do Sul, especialmente dos produtores da agricultura familiar, com quem mantém uma parceria sólida e oferece suporte técnico. Os produtos acabados da Granol levam o nome da cidade a todos os continentes, destacando-se a glicerina (Bidestilada) com grau farmacêutico, amplamente demandada pela indústria alimentícia, cosméticos, entre outros.

PROCESSAMENTO
O biodiesel produzido em Cachoeira destina-se ao Sul e Sudeste do Brasil, contribuindo para a matriz de combustíveis com uma fonte renovável que reduz diretamente as emissões de carbono. A planta de biocombustíveis está rodando desde maio para atender novas remessas. A planta industrial local processa a soja em grãos, a partir dos quais extrai o óleo e o farelo de soja. O farelo produzido é comercializado tanto para exportação quanto para o mercado doméstico, atendendo tanto a indústria de rações animais como os pecuaristas.

BIODIESEL
O óleo de soja passa por um processo industrial e é transformado em biodiesel, sendo posteriormente vendido às distribuidoras de combustíveis. Estas, por sua vez, adicionam 12% desse produto ao óleo diesel combustível antes de disponibilizá-lo para o consumidor final. “A partir da produção de biodiesel, obtém-se a glicerina, que passa por um processo de destilação para purificação. Atingindo o grau farmacêutico. Isso agrega valor a esse produto, permitindo diversas aplicações como em cosméticos, alimentação e outros”, explicou Paula Regina.

RECICLAGEM DE ÓLEO
Um dos pontos destacados pela diretora-superintendente da Granol, Paula Regina Gomes Cadette, sobre a atuação social da empresa em Cachoeira do Sul e região é o programa de reciclagem do óleo de fritura. Desde 2008, este projeto conta com centenas de parceiros na região que coletam o óleo de fritura saturado e o destinam à Granol para ser utilizado como matéria-prima na produção de biodiesel. O programa recompensa os participantes com uma garrafa de 900ml de óleo de cozinha novo Granol a cada 4 litros entregues.  “Este projeto cresce a cada ano e, atualmente, coleta 15.000 litros de óleo de fritura usado por mês, assegurando o correto descarte desse resíduo e seu reaproveitamento útil. O sucesso do projeto motivou uma rede de supermercados e uma cooperativa de crédito locais a estabelecer pontos de coleta em seus estabelecimentos, onde os cidadãos podem trocar óleo de fritura usado por óleo de cozinha novo, ação contribui para o destino responsável desse resíduo”, explica a dirigente.

AGRICULTURA FAMILIAR
Ainda segundo Paula Regina Gomes Cadette, também desde 2008, a Granol prioriza a compra de soja de produtores da agricultura familiar devidamente cadastrados junto ao governo federal. A empresa oferece assistência técnica agrícola e garante a compra da produção com bônus de preços, apoiando e valorizando os pequenos produtores da região.

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