RELIGIÃO
Terreiros pela liberdade de culto na cidade
Casos de apedrejamento de casas e envenenamento de animais relatados na Câmara

Lideranças religiosas relataram casos de apedrejamento e envenenamento de animais
Um público de cerca de 120 pessoas ocupou a Câmara de Vereadores na quarta-feira para a audiência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa que debateu a intolerância religiosa em Cachoeira do Sul. O evento foi proposto pela deputada estadual Luciana Genro e contou com a participação de diversos pais e mães de santo de Cachoeira e região, unidos pela liberdade de culto e contra o preconceito em relação às religiões de matriz africana.
Antes das manifestações, houve apresentações de uma roda de batuque e uma apresentação sobre os orixás feita pelas Araras da Vila. A deputada ilustrou que a intolerância religiosa “É um preconceito derivado do preconceito de classe, porque os terreiros em geral estão nas periferias, construídos e mantidos pelas pessoas humildes. E quando conseguem ter mais um pouco de luxo é fruto de muito trabalho”, definiu. Segundo ela, o objetivo das audiências públicas que têm percorrido o estado é dar visibilidade aos preconceitos enfrentados e “ajudar o povo de axé a lutar por seus direitos”.
Entre as manifestações, o pai de santo Josué Barbosa relatou que a intolerância não se dá somente com agressões verbais. “Falamos de terreiros depredados, filhos de santo discriminados, crianças que escondem seus fios de conta com medo de preconceito”, relatou. Ele disse que décadas atrás a casa de seu feitor (auxiliar de pai de santo) foi apedrejada.
URINA E FEZES
“Vizinhos deixavam urina e fezes na porta da casa e chamavam a Polícia em dias de gira (celebração)”, relatou. Josué comentou que esses casos não cessaram na atualidade e relatou que uma mãe de santo teve de se mudar porque sua residência também era vandalizada por vizinhos. Ele lamentou a falta de união entre as casas de religião, dizendo que enquanto há vaidades e disputas internas, “lá fora o preconceito se fortalece”.
Animal de estimação morto
Um dos casos relatados na audiência foi pela mãe Vera de Oxum, que possui terreiro no Bairro Oliveira. “Sou bastante denunciada e até me emociono porque uma vez um vizinho matou minha cadelinha shitzu com dois anos”, contou. Ela também relatou que vizinhos já chamaram a Brigada Militar por conta de barulho em sua casa.
“Era uma sessão de Exu e fui receber eles. E me disseram que mais de 10 vizinhos tinham ligado. Por que meu tambor não pode bater, mas a Igreja pode ter casamento, festa, tudo? Por que o meu tambor é ofensa? Vizinhos fazem festa três dias por semana e ninguém fica brabo”, comparou.
IMPORTANTE
O evento contou com a presença dos vereadores Ryan Rosa e Mariana Carlos, ambos do PT. A ausência de um representante da Prefeitura foi uma queixa de alguns dos participantes do evento. Nem mesmo a Coordenadoria de Políticas de Igualdade Racial marcou presença no evento, entidade que tem como missão defender e acompanhar as pautas envolvendo a população negra. Ministério Público e Brigada Militar também foram convidados, mas não compareceram ao evento.
ATENÇÃO
A deputada Luciana Genro lembrou que o toque do tambor, frequentemente alvo de denúncias e reclamações, é sagrado e protegido por lei, destacando documento emitido pelas Defensorias Públicas que garantem a liberdade de culto. “Não se tratam de brigas de vizinhança. O toque do tambor é sagrado e precisa ser respeitado. A lei garante liberdade às religiões de matriz africana, mas a falta de orientação, visibilidade e o preconceito fazem com que ela não seja cumprida”, afirmou.
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