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Continência para a escola

01/09/2021 00:06 - por Patrícia Loss

Projeto coordenado pelo coronel Jairo Figueiró na Dinah Néri Pereira está mudando o colégio

Aos 17 anos de idade, a jovem Gabriela Furtado Borba já escolheu a carreira profissional que pretende seguir: ela quer ser militar. Moradora da localidade rural de Mineração, a cerca de 80 quilômetros do centro de Cachoeira do Sul, Gabriela não teve dúvida ao pedir abrigo na casa de uma madrinha, no Bairro Cohab, para que pudesse vivenciar, desde já, um pouco do caminho profissional que escolheu. Ela mudou-se para a zona urbana da cidade com um único propósito: estudar na Escola Municipal Cívico-Militar Dinah Néri Pereira. 

Gabriela conseguiu vaga e o convívio com os militares lhe dá a cada dia mais certeza de que a escolha que fez foi acertada. A história de Gabriela repete-se pelas salas de aula da escola cívico-militar, projeto iniciado há cerca de três meses e que tem 195 alunos do quinto ao nono ano do ensino fundamental. São oito turmas, todas no turno da manhã, período em que a escola tem um reforço de sete militares da reserva em seu quadro de funcionários. São dois gestores e cinco monitores que trabalham especialmente para que sejam mantidas a ordem e a disciplina no ambiente escolar, regras que os estudantes são orientados e incentivados a praticarem sempre.

Microempresária do ramo de transporte escolar, Denise Lírio, 39 anos, já sente em casa os efeitos da escola cívico-militar. Um de seus filhos, Leonardo, 14 anos, é aluno do oitavo ano da Escola Dinah Néri, localizada no Bairro Noêmia. “Ele sempre foi um menino obediente e educado, mas agora está mais disciplinado até mesmo na hora de fazer os temas de casa”, destaca. O seu filho mais velho, Daniel, estudou todo o ensino fundamental na Dinah Néri. Hoje, com 21 anos, é militar temporário no 3º Batalhão de Engenharia de Combate e o irmão inspira-se nele. “Quero ser militar igual ao mano”, respondeu o adolescente quando questionado sobre a profissão que pretende exercer.

FINO TRATO
O jovem Gustavo Guimarães, 15 anos, aluno do nono ano da escola cívico-militar, é outro que está contente com o novo formato do estabelecimento de ensino. “A gente precisa aprender desde cedo que precisamos seguir regras para um bom convívio em sociedade. Nem todos, em casa, têm oportunidade de aprender sobre estas questões. E aqui na escola estes temas são trabalhados no dia a dia. Estes ensinamentos são válidos não somente para o hoje, mas para que, no futuro, possamos conseguir com mais facilidade uma boa colocação no mercado de trabalho”, avalia o jovem.

 

POR DENTRO
Escola Dinah Néri, cívica e militar

O QUE JÁ MUDOU
* Ao chegar na escola, os alunos formam filas para, juntos e em ordem, irem para as salas de aula
* Boné nas dependências da escola é proibido, assim como saia curta e short
* Os alunos são informados, ao chegarem na escola, do cardápio do dia da merenda. Imediatamente, eles devem responder se vão querer ou não comer
* Os cinco monitores controlam os corredores da escola e evitam que os alunos se dispersem ao irem beber água, ao banheiro ou à biblioteca
* Os monitores também agem ao serem acionados pelos professores quando eles não conseguem conter alunos que estão perturbando as aulas
* Os militares, em turno inverso ao de suas atividades de rotina na escola, trabalham voluntariamente na limpeza e na manutenção da escola, desenvolvendo tarefas, como poda de árvores, corte de grama e reparos estruturais. Os serviços extras contam com parcerias e mão de obra das unidades do Exército de Cachoeira do Sul

O QUE AINDA VAI MUDAR
* A partir de hoje, o Hino Nacional vai fazer parte do cotidiano da escola. Todos os dias, os alunos cantarão o hino junto ao hasteamento e arriamento da bandeira do Brasil
* Novas regras de vestimenta serão cobradas dos alunos assim que forem entregues os uniformes da escola (abrigo, camiseta e tênis nas cores azul e branca), de uso obrigatório. A compra já foi licitada pela Prefeitura.
* Também estão sendo compradas, via licitação da Prefeitura, tintas para a nova pintura da escola, que será em azul e branco, as mesmas cores do uniforme.
* Aulas de civismo serão incluídas no currículo escolar da Dinah Néri Pereira

 

QUEM É QUEM
Os sete guardiões da ordem e da disciplina na escola cívico-militar

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Equipe de militares da Escola Dinah Néri Pereira, uma das maiores da região e que fica no Bairro Noêmia

GESTOR ESCOLAR - Coronel Jairo Figueiró
GESTOR EDUCACIONAL - Tenente Pedro Santiago
MONITORES
*    Sargento Adriano Saldanha Araújo
*    Sargento Ivo Ellert
*    Sargento Adriano Schultz
*    Sargento Andrin Hipólito de Souza
*    Sargento José Milton da Silva

 

Número de alunos da Dinah aumentou 30%

A instalação da escola cívico-militar na Dinah Néri - o único colégio de Cachoeira beneficiado com o programa desenvolvido pelo governo federal - fez aumentar a procura por vagas. O número de estudantes da escola cresceu 30% do começo de 2021 até esta semana, passando de 480 para 624. E o volume de matriculados continua aumentando diariamente, atesta a diretora da escola, Luciene da Silva Silveira.

As oito turmas da cívico-militar têm 280 vagas e 195 já estão ocupadas. A expectativa da direção da escola é de que o preenchimento total ocorra ainda em 2021. Para o ano que vem, no caso de falta de vagas, os inscritos participarão de um sorteio público para a definição dos selecionados. Quem já é aluno da escola tem matrícula e vaga garantidas.

SÓ ELOGIOS
A diretora Luciene é só elogios para o projeto: “Percebemos nitidamente a evolução dos estudantes em questões comportamentais. Outra grande conquista que estamos notando é no aprendizado. Agora os professores dedicam-se exclusivamente a ensinar, sem precisar gastar parte do tempo da aula para a disciplina”. O controle de circulação pelos corredores da escola é feito pelos monitores. Até o controle de quem vai comer a merenda escolar é feito pelos militares. Todos os dias, na chegada à escola, o aluno é informado do cardápio e diz se vai ou não comer a alimentação escolar. Essa é uma forma utilizada para, além da disciplina, evitar desperdício de comida.

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