Jovens e crianças precisam aprender sobre economia doméstica e inflação desde cedo
O monstro que come dinheiro
JP/24ª CRE NA SALA DE AULA
Todos já devem ter ouvido em casa os pais reclamando do aumento de preços no supermercado, da gasolina, das contas de água e luz e do quanto a pandemia prejudicou a renda da família. O aumento de preços geral na sociedade é chamado de inflação. Representa não só o aumento do custo de vida (gastos de uma família durante o mês), mas também a desvalorização da moeda (quando o real passa a valer cada vez menos na comparação com o dólar, que é a moeda americana).
Quando se percebe que alguns produtos são mais caros hoje do que eram antes, significa que o seu preço inflacionou. Desde os anos 1990, com o Plano Real (a atual moeda do Brasil), a inflação no país estava controlada, mas com a pandemia e a restrição de trabalho, alguns produtos passaram a levar mais tempo para serem colocados para o consumo das famílias. Sempre que um produto some das prateleiras, torna-se mais procurado e o valor sobe. Quando os produtos sobram nas prateleiras, o preço baixa e é feito o que conhecemos como liquidação. No supermercado, chama-se promoção.
Sempre no início do ano é anunciado o valor do salário mínimo, que é reajustado pelo índice da inflação, repondo o poder de compra da renda familiar. Ocorre que nem todos os produtos entram na conta da inflação. Então, nem sempre a reposição salarial corresponde ao poder de compra da família perdida durante o ano. Por isso é necessário economizar (guardar dinheiro) para usá-lo nas emergências familiares. O dinheiro pode ser guardado no banco, principalmente na Caderneta de Poupança.
GASOLINA - Existem produtos-chave que apontam para uma inflação maior ou menor, e um deles é o combustível (gasolina, diesel e álcool). Sempre que o combustível aumenta de preço, praticamente tudo aumenta junto. É que os produtos são distribuídos pelo país principalmente por caminhões. Cada vez que o combustível aumenta, o frete (valor pago pelo transporte) aumenta junto e este valor é repassado para o custo final dos produtos.
TRÊS PERGUNTAS
O que causa a inflação?
Uma das leis básicas da economia é a da oferta e da procura. Quando a procura é muito maior do que a oferta de um determinado produto, o seu preço aumenta; quando é muito menor, seu preço diminui. Assim, quando a população possui uma maior renda ou mais crédito para comprar, há um aumento súbito da procura, que geralmente não é acompanhado pela oferta, o que eleva os preços. Do mesmo modo, quando a produção encontra algum tipo de problema – o que é comum na agricultura, por ser uma atividade dependente das condições climáticas –, a oferta diminui, enquanto a procura permanece igual ou maior, aumentando novamente os preços.
Só esta lei controla os preços?
Não. Quando uma empresa consegue o monopólio ou um amplo controle de um produto ou setor do comércio, ela passa a controlar a variação de preços nesse setor. Para aumentar o lucro, os empresários que detêm o monopólio vão procurar aumentar ao máximo os preços, pois não há concorrência para forçar uma queda.
Quando há concorrência (várias empresas oferecendo o mesmo produto ou serviço) não há como controlar os preços. Se um supermercado quiser vender o arroz mais caro, por exemplo, seu concorrente pode aproveitar para vender mais barato e conquistar o cliente.
Os governos podem provocar inflação?
Sim. A forma como o governo administra os recursos públicos também pode gerar uma pressão no preço dos produtos e serviços. Isso porque, se gastar mais do que arrecada, o governo pode emitir moeda para pagar seus débitos. Com mais dinheiro em circulação na economia, os preços tendem a subir. Outra ação do governo que influencia na inflação é a cobrança de impostos. Quando o governo eleva tributos, acaba também puxando os preços para cima na economia.
ATENÇÃO
É sempre importante estar atento aos índices de inflação divulgados e às medidas do governo para combater esse problema. Um dos meios para fazer isso é o aumento dos juros pelo Banco Central, pois, com isso, a taxa de crédito diminui e o poder de compra do consumidor passa a ser menor, o que diminui os preços e controla o custo de vida.
REFLEXÃO PARA OS PAIS
Um dos maiores sofrimentos de uma família é quando a renda familiar cai e é necessário diminuir os gastos. Alguns produtos ou serviços (principalmente lazer) precisam pesar menos e os pais têm de dizer “não” aos filhos em algumas situações. O melhor é integrá-lo às discussões familiares sobre gastos na família e a situação do poder de compra na casa. Quando banhos quentes demorados (pesa na conta da luz), desperdício de comida e material escolar e necessidade de roupas e calçados precisam ser controlados, a melhor dica é que os pais não escondam dos filhos a situação financeira da família. Participar desde cedo dos assuntos importantes da casa ajuda na formação de um cidadão consciente.
CANTINHO DOS BAIXINHOS
* Todos já devem ter ouvido em casa que os preços estão subindo todos os dias. Chamamos isso de inflação.
* A inflação prejudica a renda da família, pois as contas de supermercado e serviços vão custar mais dinheiro.
* Quando o custo de vida aumenta, é necessário cortar gastos. Pergunte para seus pais como podem ajudar a diminuir os gastos em casa.
* Para enfrentar o aumento dos preços, também é importante economizar. Guardar dinheiro para quando for necessário. Um bom exercício é colocar as moedas em um cofrinho. Você já tem o seu?
LIÇÕES DE ECONOMIA
O que crianças e adolescentes
precisam saber
POUPANÇA
Poupar é guardar dinheiro. Vale desde moedas em casa até uma caderneta de poupança no banco. O segredo é, quando tiver dinheiro na mão, primeiro guardar. Depois planejar como este dinheiro será gasto. Dá até para formar dois cofrinhos, um para guardar dinheiro para um determinado fim e outro para doações, pois o conceito de solidariedade é tão importante quanto economia.
CRÉDITO
Significa comprar para pagar depois. Também significa o dinheiro que um banco empresta. Só tem crédito quem cumpre com o pagamento do que foi emprestado. Manter o crédito limpo é de extrema importância.
GESTÃO
FINANCEIRA
Muitos padrinhos, avó e tios gostam de dar de presente algum dinheiro, principalmente em datas de aniversário. Este é um bom momento para aprender gestão financeira. Se existem gastos urgentes, gaste o que for necessário e economize o restante. Comprar só por comprar é um mal que chamamos de consumismo.
INVESTIMENTO
Investimento é quando se aplica o dinheiro para ele render mais. O mais conhecido é a Caderneta de Poupança, mas há outros disponíveis nos bancos.
PREÇOS
É quanto se paga para ter um produto (compras no supermercado, por exemplo) ou um serviço (ir a uma lanchonete ou ao cinema, por exemplo).
CONSUMO
Consumo é o ato de consumir, usar um produto ou serviço. Somos todos consumidores na economia. As empresas fazem propaganda de seus produtos e serviços para ajudar na nossa escolha. Porém, é preciso ficar atento, pois uma boa propaganda pode esconder um produto ruim. O consumo tem de ser consciente, sabendo que todos têm de poupar recursos e ajudar o meio ambiente.
DINHEIRO
É a forma de comprar. Primeiro vem o trabalho e o emprego. O trabalhador recebe um salário em dinheiro e com o dinheiro compra produtos e serviços. É o meio de pagamento. O dinheiro pode circular com o papel-moeda, mas também através de cartões de crédito e de débito, e também em cheques.
ORÇAMENTO
É o planejamento dos gastos da casa. Anotar tudo que entra de recursos e o que será gasto durante o mês.
RENDA
É quanto se ganha no emprego. Quando mais de uma pessoa da família trabalha, a soma dos salários é a renda familiar.
BANCO
É onde se trabalha com dinheiro. Por ali são pagos os salários, são feitas aplicações e investimentos. É onde dá para abrir uma Caderneta de Poupança e conseguir crédito (dinheiro emprestado).
OBJETIVOS
É planejar o que será feito com o dinheiro. Vai desde a compra de uma casa ou de um carro até mesmo o pagamento por um novo game ou uma revista. Quando existe um objetivo há mais concentração na hora de poupar.
EXEMPLO
Esta é uma lição para os pais: não adianta falar para o filho não ser um gastador, se o pai ou a mãe se comportar como um consumidor compulsivo. Só compre algo se for realmente necessário e não por impulso. Não gaste mais do que ganhe nem acostume seu filho a um padrão acima do que pode pagar. Dê o exemplo.
SUPERMERCADO
Ir ao supermercado pode ser uma aula de economia. Escolher os produtos em promoção e os alimentos de época, que são mais baratos, são lições diretas. Mas existem as indiretas, como calcular se pelo peso tal produto realmente é vantajoso no preço em relação ao que está em promoção. Elaborar a lista de compras é um bom exercício de comunicação.
DESPERDÍCIO
Um dos piores comportamentos na economia é o desperdício. O valor das coisas tem de ser respeitado. Dinheiro, comida, roupas, brinquedos, tudo deve ser respeitado. Não se pode dar uma mordida na fruta e jogar o resto fora ou comprar um brinquedo e deixar encostado.
CARTÃO DE
CRÉDITO
Cartão de crédito não é dinheiro. Seu uso tem um custo e, se não houver dinheiro para pagar no fim do mês, haverá juros altos.
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