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Edgar Allan Poe

03/05/2023 09:35 - por Tiago Vargas

Nasceu em 19 de janeiro de 1809, em Boston, nos Estados Unidos. Foi escritor, ensaísta, crítico literário e poeta. Considerado um dos autores mais importantes do gênero de terror no mundo. Suas principais obras foram Assassinos da rua Morgue e O gato preto. Alguns de seus poemas são antológicos e mundialmente conhecidos, entre os quais, Para Helena, Annabel Lee e sobretudo, O corvo.

Seus temas preferidos foram a morte, o sobrenatural, o destrutivo, o grotesco, a valorização do irracional, a melancolia, o desespero e o sentimento de perda. Lírico e subjetivo, acreditava piamente que nada seria mais romântico que um poema sobre o sofrimento e/ou a morte de uma mulher desejada. Escritor e poeta fundamental. Sombrio, genial, universal e atemporal. 

Eu nunca fui desde a infância jamais semelhante aos outros. Nunca vi as coisas como os outros as viam. Nunca logrei apaziguar minhas paixões na fonte comum.
Nunca tampouco extrair dela os meus sofrimentos.
Nunca pude em conjunto com os outros despertar o meu peito para doces alegrias,
E quando eu amei o fiz sempre sozinho.
Por isso, na aurora da minha vida borrascosa evoquei como fonte de todo o bem o todo o mal.
O mistério que envolve, ainda e sempre,
Por todos os lados, o meu cruel destino...

Eu tinha no coração uma invencível tristeza
Que nenhum estimulo da imaginação
Podia descobrir qualquer coisa de sublime.
“A queda da casa de Usher’’.

SONÊTO À CIÊNCIA
Ciência! Do velho Tempo és filha predileta!
Tudo alteras, com o olhar que tudo inquire e invade!
Por que rasgas assim o coração do poeta,
abutre, que asas tens de triste Realidade?
Poderia êle amar-te, achar sabedoria
em ti, se ousas cortar seu vôo errante e ao léu
quando tenta extrair os tesouros do céu,
mesmo que a asa se eleve indômita e bravia?
Não furtaste a Diana o carro? E não forçaste
a Hamadríade do bosque a procurar, fugindo,
estrêla mais feliz, que para sempre a esconda?
Não arrancaste à Ninfa as carícias da onda,
e ao Elfo a verde relva? E a mim, não me roubaste
o sonho de verão ao pé da tamarindo?


Desde a infância eu tenho sido
Diferente d'outros – tenho visto
D'outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem -
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria -
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia -
Da correnteza, da fonte -
Da escarpas rubras do monte -
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado -
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava -
Do trovão, da tormenta -
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D'um demônio aos meus olhos.

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