Blog dos Espíritos

O pescador de homens

30/06/2025 11:08 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

Jesus nos chama 
Jesus, ao caminhar pelas margens do mar da Galileia, chamou Simão Pedro e seu irmão André com as palavras: “Vinde a mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19). Esta expressão simbólica carrega, um profundo significado espiritual, ético e evolutivo. O pescador de homens não é aquele que captura ou domina, mas o que atrai pela luz do exemplo, pela palavra que consola, pelo gesto que levanta. 

Para o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, essa metáfora traduz o papel daqueles que se dedicam à divulgação do bem, da verdade e do progresso espiritual da humanidade. Aqueles que levam o consolo, o esclarecimento e as lições de Jesus e do Evangelho a todos os corações dispostos.

Jesus é o guia e modelo da humanidade. Segui-lo é aprender a amar, perdoar e servir. Assim, os verdadeiros pescadores de almas são os que se tornam instrumentos do Cristo na Terra, não impondo, mas despertando consciências; não julgando, mas compreendendo; não separando, mas unindo, como nos mostra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Lançar a rede do bem
Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, aprofunda essa ideia ao nos lembrar que “o Cristo conta com os homens de boa vontade para estender a rede da renovação moral sobre o mundo”. Essa rede é feita de trabalho desinteressado, de caridade sincera, de amor fraterno que se estende a todos, sem distinções. Em “Caminho, Verdade e Vida”, ele escreve: “O pescador de homens é aquele que sabe lançar a rede do bem sobre os corações, resgatando-os das sombras para a luz”.

Já o espírito André Luiz, também por Chico Xavier, em “Nos Domínios da Mediunidade” e “Missionários da Luz”, mostra como a tarefa de socorro e educação espiritual continua no plano espiritual, onde equipes de trabalhadores incansáveis seguem “pescando” almas ainda perdidas, conduzindo-as ao entendimento e à regeneração.

Ser pescador de homens, segundo a Doutrina Espírita, é ser semeador de luz no campo do espírito. É saber que a transformação do mundo começa pela reforma íntima. É entender que cada coração tocado pela bondade se torna uma nova lâmpada acesa na imensa noite da ignorância moral.

Joanna de Ângelis, através de Divaldo Franco, nos recorda em “Convites da Vida” que o verdadeiro pescador de almas é aquele que “oferece-se como ponte segura sobre as águas revoltas da dor humana”. Ela nos chama a viver a espiritualidade em profundidade, sendo exemplos vivos do Evangelho no mundo. Bezerra de Menezes complementa: “Cada coração esclarecido pelo Espiritismo é uma âncora lançada na tempestade moral do mundo. Cumpre-nos pescar, com o amor, aqueles que ainda flutuam sem rumo”.

Estudo, prática e divulgação – ser exemplo
A pescaria espiritual exige paciência, persistência e fé. Não se trata de números ou multidões, mas de almas que despertam, que reencontram o caminho do bem. O trabalho é silencioso, contínuo e muitas vezes invisível aos olhos do mundo, mas precioso aos olhos de Deus.

Assim, todo aquele que estuda, pratica e divulga o Espiritismo com amor, humildade e sinceridade torna-se, como os apóstolos de outrora, um pescador de homens — alguém que ajuda os outros a saírem das águas turvas da ilusão para navegarem no mar sereno da verdade eterna.

Léon Denis, em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, convida os espíritas a assumirem a responsabilidade de sua fé: “A missão é de semear luzes nas trevas do mundo. Cada palavra de consolo é como rede lançada ao mar da ignorância”. Em “O Livro dos Espíritos” temos o complemento, quando da pergunta: “Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?”. Que em resposta dos Espíritos Superiores temos:

“Instruir os homens, ajudá-los a avançar, melhorar suas instituições por meios diretos e materiais. Essas missões são mais ou menos gerais e importantes; aquele que se esclarece é, por isso mesmo, um missionário”. O pescador de homens é exatamente esse missionário moral, que, ao se esclarecer, passa a iluminar outros, pelo exemplo moral que se torna.

KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”; “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
XAVIER, Francisco C. – Emmanuel. “Caminho, Verdade e Vida”.
XAVIER, Francisco C. - André Luiz. “Missionários da Luz”; “Nos Domínios da Mediunidade”.
FRANCO, Divaldo P. – Joanna de Ângelis. “Convites da Vida”.
DENIS, Léon. “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”.

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