Blog dos Espíritos
Aborto: diga não e saiba por quê
“Qual o primeiro dos direitos naturais do homem?
O de viver”.
O Livro dos Espíritos (questão 880)
UNIÃO CORPO E ESPÍRITO
A Doutrina Espírita, assim como a ciência, cada vez mais avançada nas suas descobertas, nos traz a comprovação do início da vida humana desde o momento da concepção no ventre materno, sendo o nascituro (zigoto/embrião/ feto), uma alma (Espírito unido ao corpo em formação), que precisa de proteção para que exerça o direito à vida.
Vamos encontrar no livro A Gênese, uma explicação completa deste momento de ligação: “Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior”.
A FAMÍLIA
De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a humanidade se perpetua no planeta. Em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.
Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor - do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os céus.
DIREITO DE VIVER
Em continuação à resposta da questão 880 do Livro dos Espíritos, estes nos ensinam: “Por isso é que ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”. Desta forma, constitui-se grave comprometimento com as leis divinas a provocação do aborto em qualquer fase da gestação, uma vez que tal ato impede que o Espírito, já ligado ao embrião, renasça no corpo físico que lhe serviria de instrumento para o progresso.
Ainda no Livro dos Espíritos, questão 357, aprendemos algo mais sobre as consequências do aborto para o Espírito que não conseguiu cumprir seu programa reencarnatório. “Quais são, para o Espírito, as consequências do aborto? É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar”.
A EXCECÃO
O Espiritismo nos ensina que há somente em caso de risco de vida à gestante, poderá ser feito o aborto para que esta seja salva em detrimento da vida do ser que ainda está em desenvolvimento, é o que encontramos na questão 359 do Livro dos Espíritos: “No caso em que o nascimento da criança puser em perigo a vida da mãe, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”.
Nestes casos se enquadram as crianças que são vítimas de estupro e que ainda não teriam condições que gerar outra criança sem correr risco de vida, e tantos outros casos que causariam a morte da gestante.
LEI DE CAUSA E EFEITO
No caso do estupro de uma mulher adulta, o ideal é que a vítima aceite o nascimento deste filho, criando-o normalmente, ou que permita, pelo menos, a sua adoção, preservando uma vida. O Espiritismo esclarece que não existe uma programação espiritual para esse crime. São as nossas mazelas morais, acumuladas durante as iniquidades praticadas em existências pregressas, que criam um magnetismo negativo, atraindo as almas afins.
Podemos eliminar essas energias no curso das experiências reencarnatórias, mas quando não trabalhamos em nossa reforma íntima, vivenciado o amor conforme nos ensinou Jesus, nossas vibrações atraem indivíduos e espíritos atrasados para junto de nós, originando essa transgressão.
O Espírito reencarnante, nestes casos, pode ser um obsessor, que por vingança relacionada às mágoas decorridas de acontecimentos pretéritos, induziu o estuprador. Compelido a reencarnar, conforme as leis maiores da vida, reencontra a mulher, seu algoz em existência passada, de modo que consigam o perdão mútuo, como mãe e filho. Pode também ocorrer de o nascituro ser um espírito amigo, na missão de ajudar a mãe a superar essa expiação tão dolorosa.
CONSEQUÊNCIAS
O aborto traz consequências orgânicas, psicológicas e espirituais, nesta existência e na outra, para a mulher que o provoca, para o companheiro que não a apoia na gravidez e para a equipe de saúde que o executa. Não há como negar, porém, que as consequências são mais graves para a mulher, porque, desde tempos imemoriais, ela traz no seu psiquismo o compromisso com os entes que necessitam vir ao mundo para progredir. Essas consequências tomam o nome de obsessão, depressão, disfunções e doenças orgânicas e do aparelho genital.
SIM À VIDA
Recebamos na criança de hoje, em pleno mundo físico, o companheiro do pretérito que nos bate à porta do coração, suplicando reajuste e socorro. Estendamos a luz da educação e do amor, diminuindo as sombras da penúria e da ignorância.
KARDEC, Allan - “A Gênese”; “O Livro dos Espíritos”.
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel) – “Vida e sexo”, “Família”.
FEB, Federação Espírita Brasileira – Cartilha “Respeitemos a vida. Aborto não”.
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