Implosão de Zé acelera a eleição 2024

O prefeito afastado José Otávio Germano está sendo investigado pelo Ministério Público. Ainda não foi denunciado nem julgado, mas no tribunal popular ele já foi condenado e executado e não apenas pelas suspeitas de propina. Muito mais pelos pecados particulares revelados pela polícia nos episódios das farras particulares e do Pó Pelotense.

Esta hecatombe abreviou seu governo, impôs uma nova administração a partir das vice Angela Schuh, que luta para remontar a Prefeitura, e antecipou em pelo menos seis meses a corrida eleitoral. Os partidos e suas múltiplas alas, em busca de espaço, apressam-se nos bastidores para compor chapas, lançar nomes e pensar em alianças.

Impulsionada pela realidade urgente, o Jornal do Povo já realizou duas pesquisas e deve apresentar novas rodadas aos leitores até o fechamento da janela de filiações e transferências, em março/abril. Na cidade, a pergunta que não se cala, derivativa da Operação Fandango, é a mesma: “em quem votar na eleição municipal de 2024”?

OPÇÕES NÃO FALTAM
Opções não faltam, alguns nomes são repetidos de outros pleitos, uns mais experientes que outros. Ou mais insistentes. É cedo para cravar como estará o cenário em agosto/setembro do ano que vem, na campanha eleitoral oficial, mas há indícios agora de correria, velas acesas e preparação de dossiês. Mais do mesmo. Nomes novos? Nenhum. O eleitor terá de buscar sua própria tábua de avaliação para fazer a escolha de 6 de outubro do ano que vem.

OS CANDIDATOS
Quem vai pedir o seu voto, eleitor
Estas são as tendências, segundo levantamento de bastidores com informações de pessoas ligadas aos partidos e à movimentação política, inclusive dentro do atual governo. O cenário está dinâmico demais, alertam as fontes.

PROGRESSISTAS

Angela Schuh, com Fernando Cantarelli de vice. Antigos desfiliados estão voltando e, por enquanto, não existe clima para prévias.

PL

Sérgio Ghignatti, tentando o PT de vice. É a fórmula que deu certo em 2008, primeira vitória de GG. Apoio de Marlon Santos é uma incógnita.

PSDB

Leandro Balardin, à procura de um vice. O partido está bem organizado e otimista, principalmente depois que Dulce Lopes assumiu o comando

PT

Neiron Viegas ou Michele Santos (leia-se ministro Paulo Pimenta), esta para compor de vice do próprio Neiron ou de GG. O partido tradicionalmente entrega-se à ebulição das alas, mas Neiron se sobressai.

PSB

Neorildo Dassi foi lançado, mas pode ser vice do PT, a exemplo do que aconteceu com Lula e Alckmin. Dassi concorreu a deputado federal sem sucesso, mas ficou conhecido na cidade. Ronaldo Trojahn, outro contato, concorrerá a vereador.

REPUBLICANOS

Azevedo da Susepe ou Oscar Sartório. Diretório decidirá. Azevedo estava lançado, mas é forte o comentário de que vem sendo convidado a ir para o PDT pelo deputado federal Pompeo de Mattos. Sartório foi lançado por uma ala e não dá sinais de que pretende concorrer.

OUTROS
MDB, PSD e PDT seguem aliados do Progressistas. Podemos e União Brasil esperam diálogo. Demais partidos estão sem movimentação. Algumas siglas mortas podem ser ressuscitadas na janela de março/abril.

POSSIBILIDADES NA JANELA
O PT já autorizou negociações com o PL, que, via de regra, ainda é o partido do bolsonarismo. Caso o PL endureça o jogo para alguma negociação de Sérgio Ghignatti com os petistas, os bastidores arriscam que GG trocaria o partido de Bolsonaro pelo partido de Lula. A direita não está organizada em torno de algum nome nem concentrada em algum partido, mas será procurada com certeza para uma aliança.

PROCURA DE RESPOSTAS
O que 2024 terá de apresentar de soluções para Cachoeira do Sul 

FAPS
A questão do Faps não é apenas importante para os servidores. É vital para a cidade. São 3 mil famílias com médio e alto poder de consumo para os parâmetros cachoeirenses que dependerão de suas aposentadorias para tocar boa parte da economia da cidade. Zelar pela saúde do Faps é obrigação número 1 de qualquer prefeito. A reforma de José Otávio corrigiu o fluxo de contribuição, mas os atrasados e os parcelamentos persistem. Qualidade de gestão é essencial em toda máquina pública para sobrar dinheiro para quitar esta dívida.

EMPREGO, RENDA E ARRECADAÇÃO
Cachoeira precisa de um plano de desenvolvimento de longo prazo que assegure uma crescente geração de emprego, renda e arrecadação, seja impulsionando as empresas da cidade ou trazendo investimento de fora (dinheiro novo). O volume de pessoas abaixo da linha de pobreza na cidade é muito grande em Cachoeira, o que pressiona o sistema público de saúde, educação, assistência social e habitação. Emprego é a chave para integrar esta parcela da população. Entretanto esta mão de obra só será atrativa com bom nível educacional e de inovação. Exige planejamento.

SERVIÇOS PÚBLICOS
A prestação de serviços é a missão básica do poder público e, para isso, precisa oferecer um serviço de qualidade, que inclui postos de saúde, escolas, creches, transporte público, ação social, desburocratização e incentivos aos empreendimentos, estradas no interior, bairros pavimentados e bem iluminados e projetos habitacionais. A demanda reprimida é imensa e jamais será resolvida em quatro anos, mas ao menos um planejamento precisa ser feito.