Blog dos Espíritos
Lei do Progresso
A importante Lei do Progresso
De todas as Leis Morais, a Lei do Progresso é das mais relevantes. Tudo evolui, desde o estado primitivo, passando por diversas etapas que constituem a marcha progressista, até a perfeição, a qual todos estão destinados. Nada está fadado à estagnação ou ao retrocesso e, no que diz respeito ao ser humano, a evolução ocorre mediante a reencarnação, através da qual sempre se adquirem e aprimoram tendências e faculdades inatas.
Sobre este aspecto, os Espíritos Superiores da Codificação respondem a Allan Kardec, na questão 778: “O homem tem que progredir incessantemente e não pode volver ao estado de infância. Se progride, é porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição seria negar a Lei do Progresso”. E complementam na resposta 779: “Mas nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social”.
Progresso moral e intelectual
Segundo a Codificação Espírita, há dois tipos de progresso, o moral e o intelectual, que nem sempre estão no mesmo grau. No atual estágio evolutivo de nosso Planeta, podemos notar que o avanço intelectual é maior que o moral. Allan Kardec questionou os Espíritos Superiores sobre como esse progresso intelectual pode alavancar o progresso moral: “Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.
O progresso completo constitui o objetivo.Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se”.
O homem não tem o poder de impedir o progresso, mas seus atos podem atrasar a evolução natural, sobre este aspecto, encontramos nota explicativa de Kardec na questão 781: “Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do homem opor-se-lhe. É uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas más.
Quando estas se tornam incompatíveis com ele, despedaça-as juntamente com os que se esforcem por mantê-las. Assim será, até que o homem tenha posto suas leis em concordância com a justiça divina, que quer que todos participem do bem, que sejam abolidas as leis feitas pelo forte em detrimento do fraco”.
Quando o progresso não se opera, desviando-se da finalidade Divina, permanecendo o homem indefinidamente na ignorância, eis que se operam os abalos físicos ou morais, que “irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.
Nessas comoções, o homem muitas vezes não percebe senão a desordem e a confusão momentâneas que o ferem nos seus interesses materiais. Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem. São a procela, a tempestade que saneiam a atmosfera, depois de a terem agitado violentamente”.
Orgulho e egoísmos, as chagas da humanidade
Questionando os Amigos Invisíveis sobre o maior obstáculo ao progresso, Allan Kardec recebe a clara orientação: “O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, porquanto o intelectual se efetua sempre. À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual duplica a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito.
Assim é que tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Porém esse estado de coisas não durará para sempre; mudará à proporção que o homem compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe infinitamente maior e infinitamente mais duradoura”.
A caridade que nos une
O progresso, porém, não fará de todos os povos uma só nação, pois, como nos esclarecem os Espíritos da Codificação: “Uma nação única seria impossível, visto que da diversidade dos climas se originam costumes e necessidades diferentes, que constituem as nacionalidades, tornando indispensáveis sempre leis apropriadas a esses costumes e necessidades. A caridade, porém, desconhece latitudes e não distingue a cor dos homens. Quando por toda parte a lei de Deus servir de base à lei humana, os povos praticarão entre si a caridade, como também os indivíduos. Então, viverão felizes e em paz, porque nenhum cuidará de causar dano ao seu vizinho, nem de viver a expensas dele”.
E em nota explicativa, Allan Kardec nos elucida de maneira ampla e esclarecedora acerca do contexto geral do tema, nos deixando importantes reflexões: “A humanidade progride por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e esclarecem. Quando estes preponderam pelo número, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos a tempos, surgem no seio dela homens de gênio que lhe dão um impulso; vêm depois, como instrumentos de Deus, os que têm autoridade e, nalguns anos fazem-na adiantar-se de muitos séculos.
O progresso dos povos também realça a justiça da reencarnação. Louváveis esforços empregam os homens de bem para conseguir que uma nação se adiante, moral e intelectualmente. Transformada, a nação será mais ditosa neste mundo e no outro, concebe-se. Mas, durante a sua marcha lenta através dos séculos, milhares de indivíduos morrem todos os dias. Qual a sorte de todos os que sucumbem ao longo do trajeto? Privá-lo-á a sua relativa inferioridade da felicidade reservada aos que chegam por último? Ou também relativa será a felicidade que lhes cabe? Não é possível que a justiça divina haja consagrado semelhante injustiça. Com a pluralidade das existências, é igual para todos o direito à felicidade, porque ninguém fica deserdado do progresso”.
KARDEC, Allan – “O Livros dos Espíritos”.