Era uma mina de ouro de onde muito se extraía entre os vales de Minas Gerais. Por muitos anos homens fizeram fortunas com as pepitas que encontravam facilmente no local. Até que deixaram de encontrar, ou talvez tenham deixado mesmo de procurar, por um motivo além da compreensão humana.

Dizem que um dos mineiros, certa feita, resolveu ficar escavando até mais tarde. Ambicioso não percebeu que a noite caía e cavou profundamente em busca de ouro. Mas além de nada encontrar naquele dia, as paredes despencaram por cima dele e soterrado por uma quantia incalculável de terra e escombros, não havia ninguém por ali para socorrê-lo. 

Ele não viveu até o amanhecer do dia. Os demais mineradores o encontraram sem vida na manhã seguinte. Logo depois daquilo o ouro começou a se apoucar, obrigando os operários a cavarem cada vez mais fundo. Nas novas galerias coisas estranhas aconteciam. Alguns afirmavam ver o minerador morto apontando em direções opostas nos corredores, outros o ouviam sussurrar em seus ouvidos onde encontrariam ouro. E quando decidiam obedecê-lo, nunca achavam nada.

As luzes já não ficavam acesas permanentemente e por vezes, dos corredores mais profundos, ouviam-se gritos de desespero. Como se alguém clamasse por socorro. Como se uma alma suplicasse para manter-se junto ao corpo. Assustados, os mineiros foram abandonando a mina, que até hoje encontra-se no silêncio.

Dizem que até mesmo fazer turismo no local é complicado, a atmosfera oprime seus visitantes e o passeio logo se torna agonia. É o mineiro que ainda se encontra em algum lugar escuro, sozinho, procurando por uma saída. 

Lenda Urbana de Minas Gerais.