Blog do Mistério
O palhaço do coqueiro
Dizem que há algum tempo um palhaço muito famoso pelos picadeiros de circos do Brasil teve um filho. O menino cresceu nômade, morando de cidade em cidade, estudando de escola em escola, sempre acompanhando o circo. Mas ele nunca foi interessado nos estudos, mais do que tudo admirava o pai e seu sonho era ser um palhaço tão astuto quanto ele.
Ele cresceu aprendendo, mas na verdade nunca aprendeu o bastante. Por mais que tivesse oportunidade, por mais que imitasse as piadas do pai e seus trejeitos, jamais conseguia arrancar da plateia aquelas gargalhadas. Ele tentou várias vezes e o fracasso se repetia, até que percebeu, ou talvez alguém tenha lhe alertado, de que ele não possuía dom, nem vocação para aquilo.
Ele enlouqueceu e surtado fugiu do circo. Andando cabisbaixo pela rua ele olhou para o céu e a lua minguante parecia que lhe sorria. Assim, passou a acomodar-se em cima de um coqueiro e passava as noites admirando o sorriso da lua.
O problema é que nem sempre tinha lua, às vezes as nuvens o impediam de ver a beleza daquele sorriso no céu. Nestas noites ele descia do coqueiro e andava entre as pessoas procurando quem sorrisse. Como sempre fazia as suas palhaçadas e se a pessoa não achasse graça ele lhe hipnotizava e lhe batia até que seu rosto se contraísse em uma espécie de sorriso. Dizem que desta forma ele causou algumas mortes.
E que vaga pelo Brasil a fora, a procura de um coqueiro para subir e de um rosto para fazer rir.
* Lenda Urbana Paulista.
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Morte no cemitério
O título deste post vai remeter a um romance de Agatha Christie, mas infelizmente é pura realidade.