Blog dos Espíritos

Lei de Conservação

09/10/2023 09:53 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

Instinto
Na Lei de Conservação, os Espíritos Superiores da Codificação, em resposta às questões 702 e 703 propostas por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, nos esclarecem sobre o instinto e os desígnios de Deus, que o outorgou a todos os seres vivos: “Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o grau de sua inteligência.

Nuns, é puramente maquinal, raciocinado em outros. Porque todos têm que concorrer para o cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem”.

Deus deu aos homens essa necessidade de viver e também todos os meios para que garanta sua existência, “essa a razão por que faz que a Terra produza de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil; o supérfluo nunca o é”.

A subsistência da Terra
Mas muitas vezes julgamos que a Terra não produz o suficiente para nossa subsistência, e também acerca disso somos esclarecidos pela Espiritualidade Superior, que nos ensina na resposta da questão 705: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A Terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é que ele emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário. Olha o árabe no deserto.

Acha sempre de que viver, porque não cria para si necessidades factícias. Desde que haja desperdiçado a metade dos produtos em satisfazer a fantasias, que motivos tem o homem para se espantar de nada encontrar no dia seguinte e para se queixar de estar desprovido de tudo, quando chegam os dias de penúria? Em verdade vos digo, imprevidente não é a natureza, é o homem, que não sabe regrar o seu viver”.

Por bens da Terra podemos entender tudo aquilo que podemos desfrutar neste mundo. O solo é a fonte primária de onde demandam todos os outros recursos. Estes são os ensinamentos trazidos nas questões subsequentes. 

Ainda nas questões seguintes, vamos encontrar as elucidações acerca da falta de subsistência para alguns indivíduos, mesmo quanto estes parecem cercados pela abundancia, que se deve “ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre. Depois, e as mais das vezes, devem-no a si mesmos. Buscai e achareis: essas palavras não querem dizer que, para achar o que deseje, basta que o homem olhe para a terra, mas que lhe é preciso procurá-lo, não com indolência, e sim com ardor e perseverança, sem desanimar ante os obstáculos, que muito amiúde são simples meios de que se utiliza a Providência para lhe experimentar a constância, a paciência e a firmeza”.

Em nota do Codificador Allan Kardec vamos encontrar explicações e ensinamentos sobre esta questão: “Se é certo que a civilização multiplica as necessidades, também o é que multiplica as fontes de trabalho e os meios de viver. Forçoso, porém, é convir em que, a tal respeito, muito ainda lhe resta por fazer. Quando ela houver concluído a sua obra, ninguém deverá haver que possa queixar-se de lhe faltar o necessário, a não ser por sua própria culpa.

A desgraça, para muitos, provém de enveredarem por uma senda diversa da que a natureza lhes traça. É então que lhes falece a inteligência para o bom êxito. Para todos há lugar ao Sol, mas com a condição de que cada um ocupe o seu e não o dos outros. A natureza não pode ser responsável pelos defeitos da organização social, nem pelas consequências da ambição e do amor-próprio”. 

Mas há ainda situações de privações a que se submetem os homens como forma de provações a qual foi previamente estabelecido ainda no Plano Espiritual, antes de reencarnar e “seu mérito então consiste em submeter-se à vontade de Deus, se a sua inteligência nenhum meio lhe faculta de sair da dificuldade. Se a morte vier colhê-lo, cumpre-lhe recebê-la sem murmurar, ponderando que a hora da verdadeira libertação soou e que o desespero no derradeiro momento pode ocasionar-lhe a perda do fruto de toda a sua resignação”.

Necessidades e limites
Os gozos materiais têm a função de tentar e instigar os homens para o cumprimento de suas missões, através do desenvolvimento da razão e do conhecimento dos limites que devem ser respeitados por ele. “O homem que procura nos excessos de todo gênero o requinte do gozo coloca-se abaixo do animal, pois que este sabe deter-se, quando satisfeita a sua necessidade. Tal homem abdica da razão que Deus lhe deu por guia, e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual. As doenças, as enfermidades e a própria morte, que resultam do abuso, são consequências desta violação às leis naturais”.

Por meio de sua organização física, a natureza traçou no homem os limites de sua necessidade, mas o homem é insaciável e os vícios lhe alteram a constituição, criando necessidades que não são reais. “Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo. A civilização criou necessidades que o selvagem desconhece. Os Espíritos que ditaram os preceitos acima não pretendem que o homem civilizado deva viver como o selvagem. Tudo é relativo, cabendo à razão regrar as coisas. A civilização desenvolve o senso moral e, ao mesmo tempo, o sentimento de caridade, que leva os homens a se prestarem mútuo apoio”.

25º Mês Espírita de Cachoeira do Sul
As atividades do 25º Mês Espírita de Cachoeira do Sul continuam durante todas as quintas-feiras do mês de outubro, às 20h. Na próxima quinta-feira, feriado, receberemos a palestrante Ana Beatriz Cruz, na Sociedade Espírita Nosso Lar.

KARDEC, Allan – “O Livros dos Espíritos”.

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