Blog dos Espíritos
O Carnaval e o Espiritismo
O que é o Carnaval?
Para entendermos o Carnaval, é necessário lembrarmos que a Terra é ainda um planeta de provas e expiações. Aqui encarnam espíritos recém-saídos da barbárie, dando os primeiros passos na sua história evolutiva, trazendo consigo um grupo de sensações e instintos que, não conseguindo conter, são extravasados. Em verdade, estamos encarnados para reprimirmos as más tendências e adquirir elementos espirituais positivos, como o amor, a caridade, a solidariedade, o respeito ao próximo e às diferenças, desenvolvendo nossas faculdades positivas de Espírito.
No Carnaval tudo pode?
O espiritismo não proíbe nada, e sim faz alerta para a necessidade da sintonia com o Plano Superior, já que nestes ambientes, por conta da folia e da descontração, os participantes muitas vezes caem em atos desastrosos. A Doutrina Espírita nos pede responsabilidade para conosco e com os outros, para tanto é preciso estar consciente de nossas escolhas. O espiritismo nos convida ao raciocínio e a reflexão sobre os nossos objetivos no Carnaval e o que pretendemos com as festas, as fantasias e os desrregramentos.
Ciúmes, intrigas, adultério, são mais frequentes nesta época do ano, com isso, espíritos inferiores, obsessores, se preparam para influenciar de modo negativo aqueles que estão com pensamentos ruins, em baixa sintonia, etc.
A festa é o momento em que o Espírito tem a oportunidade de pôr para fora, não necessariamente, o que ele tem de pior, mas as suas emoções mais profundas. Como somos Espíritos altamente imperfeitos, as nossas festas quase sempre explicitam emoções do tipo primário. No entanto, sabemos que estas festividades não se desenvolvem em clima de sadia e fraterna atividade.
Sabemos também que a influência dos espíritos em nossas vidas é um fato inegável, a depender da nossa sintonia. Se estamos em equilíbrio espiritual, sintonizaremos com espíritos bons e elevados. Se nos envolvemos em sentimentos e pensamentos de baixa vibração, atrairemos companhias espirituais compatíveis com estas emoções.
A quantidade de espíritos inferiores que nos cerca é muito grande, principalmente por ocasião dessas festividades públicas, onde os excessos de todos os gêneros são praticados por grande quantidade de pessoas, que passam a propiciar clima mental às influenciações dos delinquentes e viciados do plano espiritual inferior.
Espíritos ligados aos vícios e excessos são atraídos, em grande quantidade para estas celebrações, porque através das práticas de sexualidade desregrada, do uso excessivo e abusivo de drogas e de álcool, poderão satisfazer suas pseudonecessidades de retomar seus vícios e indignidades do passado, através da influenciação e da consequente vampirização dos encarnados, que docilmente lhes aceitam as sugestões, por sintonizarem ainda, com estas práticas.
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 713, refere a seguinte resposta dos Espíritos: “O homem, que procura nos excessos de todo gênero o requinte do gozo, coloca-se abaixo do bruto, pois que este sabe deter-se, quando satisfeita a sua necessidade, abdica da razão que Deus lhe deu por guia e quanto maiores forem seus excessos, tanto maior preponderância confere ele à sua natureza animal sobre a sua natureza espiritual. As doenças, são, ao mesmo tempo, o castigo à transgressão da lei de Deus”.
As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem preparativos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo inspiradas por entidades vinculadas às sombras. Tais espíritos buscam vítimas em potencial para retirá-las do equilíbrio, dando início a processos de obsessões.
Livre-arbítrio e responsabilidade
A Doutrina Espírita, nos conscientizando sobre as necessidades espirituais do ser humano, que busca sem cessar sua evolução e, nos revelando as leis morais da vida, essenciais ao desenvolvimento do ser integral, nos direciona para a transformação moral e a maturidade espiritual necessárias ao progresso planetário.
E, como nosso imperativo maior é a Lei do Progresso, um dia, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade, dentro de um mundo melhor, pacífico e fraterno.
A Doutrina Espírita ensina que todos possuem o livre-arbítrio, ou seja, podem escolher qualquer caminho seguir. Por isso, é preciso ter consciência das consequências de todos os atos. O espírita pode curtir o Carnaval. Entretanto, ele não é obrigado a realizar tudo o que o outro faz. Não deve tomar atitudes que irão lhe prejudicar tanto fisicamente quanto espiritualmente, não devendo desacelerar com isso o seu processo evolutivo. Também é preciso estar fortalecido com preces, orações, boas energias.
Socorro espiritual
O livro "Nas fronteiras da loucura" nos traz um relato de uma jovem espírita que tinha por hábito a prece. Num dia de Carnaval, após ter visitado uma senhora de idade sozinha e doente a quem prestava auxílio, se viu na rua encurralada por um grupo de homens embriagados dispostos a lhe abusarem, em prece, rogou socorro aos espíritos de luz, sendo atendida por Bezerra de Menezes e sua falange de socorro, que influenciaram o motorista de uma viatura policial que estava próxima para realizar o socorro, impedindo o ato que traria graves consequências, tanto para a jovem quando para os rapazes que a assediavam.
Por fim, vale lembrarmos que, conforme nos advertiu o apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém".
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”.
FRANCO, Divaldo (Manoel Philomeno de Miranda) - "Nas fronteiras da loucura".
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