Blog dos Espíritos

O estudo da mediunidade

20/03/2023 09:38 - por Rosane Sacilotto

Conceitos e categorias 
Sabemos que os Espíritos exercem contínua ação no plano físico, manifestada de forma fugaz ou duradoura, boa ou má, sutil ou bem caracterizada, que “se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade”, conforme nos afirma Allan Kardec. 
Os fenômenos psíquicos (do grego psyché: alma, espírito), estudados pelo Espiritismo   têm como agente o Espírito, ser humano sensível e inteligente. Para a Doutrina Espírita, tais fenômenos, considerados naturais, são de duas categorias: os mediúnicos e os anímicos (emancipação da alma). Os primeiros são intermediados pelos médiuns: “médium é toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo”.

Mediunidade é a faculdade psíquica que os médiuns possuem, manifestada de forma mais ou menos intensa, e por meio de uma variedade significativa de tipos (videntes, psicógrafos, audientes, musicistas, de cura, etc.). A prática mediúnica é denominada mediunismo. Na segunda categoria, ainda segundo o Espiritismo, temos os fenômenos anímicos (do grego, anima = alma) ou, mais propriamente, de emancipação da alma. São produzidos pelo próprio Espírito encarnado que, nesta situação, não age como intermediário ou intérprete do pensamento dos Espíritos. Partindo-se do princípio que todo ser humano é médium, o Espírito André Luiz assim conceitua animismo — ou prática dos fenômenos anímicos: “conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação”. 

Ambas as categorias decorrem da natural capacidade pensante do ser humano e dos processos de sintonia mental, assim assinalados pelo espírito Emmanuel: “O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção. Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência”.

Importância do estudo e conteúdo
A mediunidade desempenha papel essencial no estabelecimento da base experimental da ciência espírita e nas atividades dos centros espíritas. Seu estudo sistemático e contínuo possibilita a correta compreensão, tanto de sua natureza como de suas finalidades, habilitando-nos a dela obter seguros e produtivos resultados, com vistas ao nosso aperfeiçoamento intelectual e moral.
Contudo, para que um curso de mediunidade obtenha bons resultados e para que seja considerado confiável precisa, necessariamente, estar fundamentado nas obras codificadas por Allan Kardec, principalmente no mais completo e profundo tratado que já se escreveu sobre a mediunidade: O Livro dos Médiuns, e nas de autores sintonizados com estas, assim como no Evangelho de Jesus, que define padrões morais para o comportamento humano. São princípios que, em sã consciência, nenhum espírita deve abrir mão deles. 

A casa espírita e organização dos estudos
Outro aspecto, não menos importante, diz respeito ao ambiente da aprendizagem e o espaço da interação sociocultural existente na casa espírita: este precisa ser cuidadosamente considerado. O local onde se realiza os encontros semanais de estudo e prática espírita deve ser acolhedor, por excelência, mesmo que as condições ambientais sejam simples e sem muitos recursos materiais. O mais importante é a pessoa se sentir bem-vinda, respeitada, aceita. Nunca é demais lembrar que o ambiente do centro espírita é e sempre será o produto de uma construção social que reflete, de forma inequívoca, a aceitação da comunicabilidade dos Espíritos e a sua atuação junto aos que se encontram vivendo experiências reencarnatórias. 

Assim, a organização das atividades educativas do estudo da mediunidade, desenhadas para serem executadas no campo de atuação dos encarnados, deve considerar o conhecimento espírita oriundo de fontes sérias e, igualmente, o conjunto de valores morais e éticos norteadores de normas, usos e condutas que extrapolam os estreitos limites de uma existência física. 
Também é importante que o estudo da mediunidade seja antecedido pelo estudo sistematizado da Doutrina Espírita, adquirindo-se, primeiramente, uma base sólida de conhecimento e vivência no Evangelho de Jesus e nas práticas do amor e da caridade.

KARDEC, Allan – “O Livro dos Médiuns”.
XAVIER, Francisco Cândido – “Nos domínios da mediunidade” (André Luiz); “O consolador” (Emmanuel).
Federação Espírita Brasileira (FEB) – “Mediunidade: estudo e prática”.

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