FALTA DE VALORIZAÇÃO
O trabalho que sustenta o dia a dia de uma escola
Merendeiras são indispensáveis para a educação, com trabalho braçal e riscos
1º LUGAR REPORTAGEM
BRENDA DE SOUZA DIAS E MANUELA RODRIGUES SILVEIRA
ESCOLA MUNICIPAL DINAH NÉRI PEREIRA
PROFESSORA ORIENTADORA: GISELE WOMMER
Um trabalho de suma importância para o bom andamento das escolas públicas e garantia do direito à alimentação na escola é realizado diariamente por um grupo de profissionais de destaque: as merendeiras. Ao mesmo tempo da indispensabilidade deste trabalho, existe o problema da falta de valorização desses profissionais.
Muitas pessoas ainda acreditam que ser merendeira é apenas preparar uma comida simples, mas a realidade é bem diferente. Elas precisam tomar diversos cuidados e precauções, pois nada pode acontecer com o alimento que será servido aos alunos.
Por isso, é necessário seguir diversos processos para que tudo seja preparado da maneira correta. Desde o uso adequado de temperos, a higienização de verduras, até o controle da validade dos alimentos. Cada detalhe é importante para que a refeição chegue segura e saborosa aos estudantes.
12 ANOS NA COZINHA
A merendeira Andreia Denise Machado Corrêa, que atua há 12 anos na cozinha, explica que o trabalho de alimentar pessoas é feito de coração. "Eu trabalhava na confeitaria do Tischler e, quando surgiu o concurso do Município, só tinha vaga para cozinheira. Eu fiz, passei e nunca pensei em sair. Eu gosto muito do que faço, gosto de trabalhar com crianças. Já tive a oportunidade de mudar de função, mas não largo, porque gosto de estar aqui”, revela Andreia Denise.
Rotina intensa e salário baixo

Andreia Denise Machado Corrêa atua há 12 anos na cozinha da rede municipal de ensino
2º LUGAR FOTOGRAFIA
BRENDA DE SOUZA DIAS E MANUELA RODRIGUES SILVEIRA
ESCOLA MUNICIPAL DINAH NÉRI PEREIRA
PROFESSORA ORIENTADORA: GISELE WOMMER
A rotina é intensa e cheia de responsabilidades. "A gente entra cedo, e é tudo muito corrido. Mas o que mais me deixa satisfeita é quando apresento uma variedade de alimentos e a maioria dos alunos aceita comer tudo", comemora a merendeira Andreia Denise. Mesmo com tanto amor pela profissão, ela lamenta que o trabalho ainda é pouco valorizado. "Políticos não nos enxergam como prioridade. Não priorizam o trabalho da merendeira. Mas a gente tem uma importância muito grande. Imagina se não tivesse o nosso trabalho? Não teria comida. O problema é que olham para todas as áreas, menos para a nossa", desabafou.
O salário das merendeiras ainda é baixo diante das responsabilidades que carregam todos os dias. Elas enfrentam calor, peso, correria, pressão e até perigos como queimaduras, cortes e outros riscos. Muitas vezes não possuem todos os equipamentos necessários e acabam se lesionando ao carregar peso e com o trabalho braçal da rotina. A rotina intensa e o salário baixo são compensados pelo carinho da comunidade escolar.
TIA DA MERENDA
Na escola Dinah Néri Pereira, as merendeiras recebem o carinho de todos os alunos, eles esperam ansiosos pela tia da merenda, como são conhecidas, que os chamam todos os dias na porta da sala e servem opções maravilhosas e muito bem-preparadas de acordo com o cardápio escolar estabelecido por nutricionistas. O estudante Bernardo Moura, da turma 81, afirmou que frequenta o refeitório todos os dias. “Dá um ânimo, uma comidinha bem-preparada, variada e ainda um momento de conviver com os colegas. Sem dúvida, é um dos momentos mais esperados da manhã”, afirmou.
Importante
A Escola Municipal Dinah Néri possui cerca de 600 alunos, sendo que as refeições são servidas diariamente nos três turnos letivos.
Encontrou algum erro? Informe aqui
Jornada de um hemofílico
Paciente de Cachoeira viaja 200 quilômetros para atendimento
Alunos alertam sobre ISTs
Projeto na Escola Borges de Medeiros busca conscientização