A ilusão da liberdade na era dos algoritmos
1º LUGAR ARTIGO
FÁBIO CASAROTTO MESQUITA
COLÉGIO SINODAL BARÃO DO RIO BRANCO
PROFESSORA ORIENTADORA: LIANE DA COSTA TATSCH
A internet prometeu aproximar pessoas, democratizar o acesso à informação e ampliar o debate público. No entanto, o que se vê é o contrário: uma sociedade cada vez mais fragmentada, onde opiniões diferentes raramente se encontram. O motivo está por trás das telas, os algoritmos, sistemas que decidem o que cada um vê, lê e acredita.
Essas ferramentas, criadas para personalizar a experiência on-line, acabaram se tornando o filtro da realidade. Ao priorizar conteúdos com os quais o usuário mais interage, as plataformas reforçam preferências e isolam visões divergentes. O filósofo Byung-Chul Han já alertava que vivemos uma era em que “o igual expulsa o diferente”, e nada exemplifica melhor essa ideia do que as chamadas bolhas digitais.
O problema é que, dentro dessas bolhas, tudo parece confirmar o que já se pensa. Notícias falsas circulam com mais facilidade, discursos extremistas ganham força e o diálogo perde espaço. Um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) mostrou que informações falsas se espalham até seis vezes mais rápido do que as verdadeiras, e os algoritmos, movidos pelo engajamento, ajudam a impulsionar esse ciclo. A tecnologia, que deveria ampliar horizontes, acaba estreitando-os.
É urgente repensar o papel das grandes empresas de tecnologia nesse processo. Transparência nos critérios de recomendação, regulação ética e educação midiática são passos essenciais para frear o poder invisível dos algoritmos. Afinal, se continuarmos presos em bolhas de opinião, a liberdade de expressão se tornará apenas uma ilusão cuidadosamente programada.
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