Blog dos Espíritos

Primeira revelação – A missão de Moisés

15/01/2024 09:20 - por Rosane Sacilotto

Moisés e a justiça

A primeira revelação da Lei de Deus teve em Moisés a sua personificação e sua principal característica foi da Justiça. “Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único, soberano Senhor e Criador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra” (A Gênese).

Reencarnado no seio do povo judeu, Moisés foi o homem a serviço da Vontade Superior, instrumento mediúnico que serviu ao plano espiritual para transmitir as instruções recebidas aos homens, legislador emérito que implantou todo um sistema de justiça para o povo judeu. Como missionário, empregou todas as suas energias na condução do seu povo à Terra Prometida, legando para a Humanidade um extraordinário exemplo de perseverança e fé nos desígnios superiores.

A Lei de Deus, consubstanciada nos dez mandamentos de Moisés, recebidos mediunicamente no Monte Sinai, está desdobrada nos livros constantes do Velho Testamento. Antes de Moisés, o homem empregava o direito da força, com ele, aprendeu a reger-se pela força do direito. Até os dias atuais, as bases do direito e da justiça humanos se alicerçam nos dez mandamentos da Lei de Deus. A sua importância é ressaltada pelo Cristo, quando afirmou que não veio destruir a Lei e os profetas, mas dar-lhes cumprimento.

Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, assim contextualiza o caráter impositivo da revelação de Moisés, surgida numa fase evolutiva bastante conturbada da humanidade, com a crença em vários deuses e a cultura da guerra, da escravidão e da violência: “A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis com a época, mas, escoimada de todos os comentários fabulosos a seu respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem extraordinário, revestido dos mais elevados poderes espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis às massas populares os ensinamentos somente conseguidos à custa de longa e penosa iniciação, com síntese luminosa de grandes verdades”.

O Decálogo

O Evangelho Segundo o Espiritismo assim nos apresenta a Lei de Deus, promulgada no Monte Sinai, através da mediunidade de Moisés, através dos dez mandamentos:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. — Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não mateis.

VI. Não cometais adultério.

VII. Não roubeis.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

“É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos.

A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a ideia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. É evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo”, não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório” (Evangelho Segundo o Espiritismo).

Moisés não era um espírito puro, ainda estava seguindo seu caminho evolutivo, mas recebeu uma missão e, mesmo possuindo livre-arbítrio e podendo não aceitar, decidiu ser um homem a serviço de Deus, usando sua mediunidade em benefício da humanidade sua evolução. Saibamos nós, também, ser o homem a serviço de Deus, o instrumento da Espiritualidade Superior, o legislador de nosso próprio íntimo e o cooperador de quantos confiam em nossa ajuda para se conduzirem à realidade do Reino de Deus.

KARDEC, Allan – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “A Gênese”.
XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel – “Emmanuel”
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