Amamentação diminui risco de obesidade infantil em até 25%, diz OMS

23/09/2019 16:10


São muitos os benefícios do leite materno para o recém-nascido. Além de ser a melhor fonte de alimento e um defensor natural para o sistema imunológico para o bebê, um novo estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o aleitamento materno também protege a criança contra a obesidade infantil, diminuindo o risco desse problema em 25%. E isso se reforça mais ainda quando o aleitamento é feito de forma exclusiva até os seis meses de idade, período altamente recomendado pela organização.

O estudo contou com dados de análise de 30 mil crianças monitoradas como parte da iniciativa Vigilância da Obesidade Infantil da OMS. Lançada em 2007, a iniciativa é continuamente atualizada e, atualmente, recebe dados provenientes de 40 países, de crianças com idade entre 6 e 9 anos.

Essa pesquisa em específico utilizou informações de crianças de 16 países na Europa, onde a amamentação ainda não é muito comum e bem aceita. Para se ter uma ideia, na Irlanda, 46% das mães estudadas não amamentaram seus filhos.

De acordo com a pesquisa, 16,8% das crianças que nunca foram amamentadas são obesas, comparado com 13,2% amamentadas por algum período e 9,3% que receberam o leite materno por pelo menos seis meses. Considerando as peculiaridades e fazendo os ajustes demográficos, o último grupo tem 25% menos chance de ser obeso do que o primeiro.

Os resultados foram apresentados durante o Congresso Europeu de Obesidade, realizado em Glasgow, no Reino Unido e publicado no periódico científico Obesity Facts.

Algumas das razões apontadas pelo estudo sobre o benefício do leite materno para combater a obesidade infantil são que o aleitamento materno exclusivo retarda a introdução de alimentos sólidos, e por isso diminui a ingestão de calorias extra. E ainda, as fórmulas infantis (leite em pó exclusivo para bebês) aumentam o nível de insulina no sangue dos bebês, se comparados com o leite materno, o que pode estimular o acúmulo de gordura no corpo. Além disso, em geral, as mães que amamentam têm um estilo de vida mais saudável.


OMS quer propagar benefícios e promover aleitamento materno

O objetivo da OMS é promover o maior número de informação possível sobre a importância do leite materno e que as mulheres devem saber que a amamentação é uma forma de proteger o bebê também contra a obesidade.

De acordo com especialistas, em muitos casos, as mães tentam fazer o aleitamento, mas muitas desistem pela dor nos seios, e também exaustão gerada cansaço das noites sem sono. Mas existem soluções práticas para esse tipo de problema.

Para evitar a dor no mamilo, uma opção é o protetor de seio, além de pomadas à base de lanolina que não prejudicam o bebê. Caso a mãe necessite de períodos mais longos de sono, pode considerar tirar e congelar o leite, e conversar com o parceiro para que ele a ajude durante a madrugada. Dessa forma, haveria o combate ao consumo de leites artificiais em casos que não tenham indicação médica para isso.

“Precisamos de menos marketing inapropriado de fórmulas para bebês, que podem levar as mães a acreditar que o produto é tão bom quanto o leite materno (...) Amamentar tem um efeito extremamente positivo. A evidência existe. O benefício é excelente e deveríamos dizer isso às pessoas”, declara João Breda, um dos autores do estudo, ao jornal The Guardian.

João Breda também faz parte do Escritório Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças Não Transmissíveis da OMS e defende a criação de mais medidas para incentivar e facilitar a amamentação para a mulher, como uma licença-maternidade remunerada - que em muitos países não acontece.

O Brasil é um do poucos países em que a licença-maternidade remunerada à mulher é garantida por lei. O salário-maternidade é pago pelo período de 120 dias à mulher que trabalha em regime CLT e é contribuinte do INSS. Em casos específicos, o benefício pode ser ser estendido ao pai.  

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