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Amizade Maldita (2019)

21/01/2021 09:04

Chega nos cinema essa semana mais um filme de terror! Estou adorando isso. Terror é o gênero mais amado do cinema (embora não tão lucrativo quanto filmes de super heróis). Também é um dos gêneros mais produzidos anualmente, se somarmos nessa estatísticas os filmes independentes e trashs (filmes de terror com baixo orçamento e muito toscos). O filme da vez é Amizade Maldita (Z, 2019), mais um dos filmes prejudicado pela pandemia, que atrasou o seu lançamento, e até chegou a arrecadar quase meio milhão de dólares no ano passado em parcas salas de cinema.

Agora a estreia é um pouco maior e espera-se que o filme arrecade mais, pois é merecido. O tema central é um amigo imaginário, já explorado em outros filmes como O Iluminado (1980) e O amigo Oculto (2005), que inovou no gênero, ainda mais por trazer Robert De Niro no elenco. Quem acompanha filmes de terror como eu, vai notar semelhanças com Vem Brincar (2020), onde um menino faz amizade com um aplicativo de celular assombrado, e com o péssimo O Babadook (2014), onde o personagem de um livro ganha vida para assombrar uma família. Só que o que O Babadook tem de ruim (e pra mim é um dos piores filmes do gênero), Amizade Maldita tem de bom. E vou falar o motivo.

O Filme
Mas antes vamos para a história: Joshua tem oito anos de idade e poucos amigos. Mora com a mãe e o pai, Beth e Kevin. Beth divide o tempo entre cuidar do filho e ir à casa da mãe moribunda cuidar dela também. Kevin está sempre no trabalho, e a repentina aparição de um amigo imaginário na vida do filho não assusta os pais. Todo mundo já teve algum tipo de amigo assim! Porém ao ser expulso da escola, Beth descobre que o filho vem sendo agressivo com os colegas, falando palavrões e desrespeitando os outros, sempre falando que Z, o seu amigo imaginário, o aconselha a fazer isso. Preocupados, os pais levam o menino ao psicólogo, que diz ser normal esse tipo de comportamento nessa idade.

Porém quando nenhum dos ex-colegas de Joshua quer mais sua presença, e quando um deles sofre um acidente estranho (numa cena inesperada) na presença de Joshua, Beth percebe que algo não está bem. E tudo piora quando em uma tarde no parque ela enxerga uma figura estranha atrás do filho. Então percebe que Z é real e está entre eles. O marido não acredita, mesmo quando desenhos são pintados na parede, brinquedos se ligam sozinhos e outros indícios levam a crer que Z está ganhando vida. Em uma visita ao porão de sua mãe, Beth encontra um fita de vídeo de seu aniversário de oito anos, e um detalhe assustador na gravação muda tudo. Ninguém acredita nela, e o filme entra naquela história “Todo mundo pensa que estou louca, mas é verdade!”, porém só vamos saber se isso é real ou não mais para o final. Até lá, mortes começam a acontecer e a vida de todos ao redor de Beth correm perigo. Z está a solta e quer brincar...

O mesmo, mas diferente
O fato de Z ser uma criatura não real, não palpável, faz o filme parecer mais um daqueles sobre “espíritos com traumas que precisam ser salvo de algo”. Mas não é bem assim! Z não é um fantasma, um espirito, um personagem de livro ou um aplicativo de celular. Z é realmente um amigo imaginário que quer vir para o mundo real. Quanto mais se acredita nele, mais “palpável” ele fica, e aparentemente, mais poderoso também.

O fato do filme sofrer uma reviravolta da metade pro final é uma grata surpresa, não é um plot twist (reviravolta inesperada) que se diga: “Nossa, nunca imaginaria isso!”, mas é uma mudança nos fatos que poderia dividir o filme em dois atos. O poder da mente é algo ainda não totalmente decifrado. Pode-se trazer algo da imaginação para o mundo real? Transformar em matéria algo imaterial? Algo imaginado pode fazer mal fisicamente para os outros? O lado psicológico do filme, representado pelo ótimo Stephen McHattie (de Watchmen: O Filme) é ótimo para quem curte análises das mensagens que os filmes tentam passar, como eu, por exemplo. Apesar de Z ser real, o filme explora bastante o poder da mente e o poder da crença. O quanto um pensamento pode nos aprisionar e anular nossa vida e felicidade.

Finalizando 
Amizade Maldita não é uma obra prima do cinema, mas é um filme que você fica pensando por uns bons dias, não tanto pelo terror, o filme até explora mais o suspense, mas não desagrada. Com um clima bem parecido com A Órfã (2009) e Boneco Do Mal (2016), o cenário e a fotografia são ótimos, e cenas envolvendo crianças em filmes de terror sempre são tensas e polêmicas. Vá ao cinema, assista (de preferência sem ver os trailers que deixarei no final), e divirta-se, e assim como eu, tente refletir sobre o assunto da mente humana, que é complexo e enriquecedor, mesmo em um filme de terror.

Se gostar e quiser bater um papo sobre o filme no meu grupo Cine Clube Patrick no Facebook (https://www.facebook.com/groups/221933446146985), ou na página O Mundo Anda Muito Louco (https://www.facebook.com/patrickprade666) esteja à vontade, pois farei uma postagem sobre o filme. Até semana que vem e bons filmes!

Trailer legendado: https://youtu.be/NtFGlkxWvjk
Trailer dublado: https://youtu.be/SPAmFVl6CcI

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