Antes mesmo de apresentar sua nova trama, a continuação da franquia “Five Nights at Freddy’s” já demonstra confiança absoluta no terreno construído pelo filme anterior. Uma confiança talvez exagerada, dada a recepção dividida do primeiro capítulo. A produção retoma o núcleo formado por Mike (Josh Hutcherson), sua irmã Abby (Piper Rubio) e a policial Vanessa (Elizabeth Lail), que anteriormente haviam desvendado os crimes de William Afton (Matthew Lillard) e o inquietante processo que aprisionava espíritos infantis dentro dos animatrônicos Freddy, Chica e Foxy.

Esta nova produção, “Five Nights at Freddy’s 2”, expande esse passado sombrio ao revelar mais sobre Vanessa por meio de um prólogo situado em 1982. É nele que surge a Marionete, um novo animatrônico associado a um espírito vingativo que dá sequência ao legado macabro de Afton. A trama principal mostra Abby sentindo falta dos “amigos” que fez no primeiro filme.

Criaturas que Mike, de maneira ingênua, prometera recriar. Aproveitando-se dessa ligação emocional, a Marionete manipula a garota e a atrai para outro restaurante abandonado, agora com instalações adicionais pouco exploradas, como um túnel aquático. O roteiro, porém, dilui qualquer mistério ao se apoiar em deslocamentos constantes entre cenários genéricos, que mais confundem do que contribuem para o suspense.

Embora o trabalho de design da Jim Henson’s Creature Shop continue impressionante, o problema central permanece: os animatrônicos não são assustadores. Lentos, pesados e desajeitados, nunca chegam a transmitir verdadeiro perigo.

Um obstáculo fatal para um filme que depende deles como eixo do terror. O resultado é uma narrativa que tenta escalar para uma carnificina “permitida para 13 anos”, capaz de divertir o público mais jovem, mas que provavelmente arrancará risadas involuntárias dos fãs adultos do gênero.

O elenco, ao menos, demonstra disciplina ao manter a seriedade diante do material limitado, num exercício digno de respeito profissional. Ainda assim, “Five Nights at Freddy’s 2” soa como um projeto de terror em desenvolvimento, que encerra sua história com um gancho para um possível terceiro capítulo. Para o público, mais do que uma promessa, soa mais como ameaça.