Dona    Benta    adora   contar histórias de reis e  rainhas, seres fantásticos e contos clássicos, mas, desta vez neste livro, ela vai contar  uma história bastante comprida: a história do mundo! A turma do Sítio do Picapau Amarelo vai conhecer todos os capítulos desta trajetória, desde a explosão  que deu origem à Terra até a explosão  que pôs fim à Segunda Guerra Mundial.

Assim    é    “História    do  Mundo para as crianças” (Editora Ciranda Cultural,  286 páginas, R$ 15,00), de autoria de Monteiro Lobato, um dos maiores escritores do Brasil,  com obras especialmente dedicadas às crianças. O livro tem ilustrações de Fendy Silva.

José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948)  desde criança esteve envolvido com a literatura.  Nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, e na escola já se dedicava  a  escrever  pequenos textos e a participar de jornais. Quando cresceu, casou-se, teve quatro filhos e criou a turma do Sítio do Picapau Amarelo:  a boneca  Emília, os primos Narizinho (Lúcia) e Pedrinho,  Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia e tantos outros personagens   que encantam leitores há gerações.

Também escreveu artigos,  críticas literárias, crônicas e um romance. Devido à sua grande  contribuição para a literatura, o dia de seu nascimento, 18 de  abril, tornou-se o Dia Nacional do Livro Infantil.

O ilustrador deste livro, Fernando Silva, ou Fendy Silva, nascido em São Paulo,   tem especialização  em educação infantil e já atuou na área de comunicação com direção de arte, animação, design e ilustração.  Sua paixão  é o mundo encantado da criatividade infantil e com a sua arte tenta traduzir o mundo da fantasia que existe na cabeça criativa das crianças   e dialogar com os sentimentos  do pequeno leitor.

Ao lado da literatura infantil,  Monteiro Lobato também deixou extensa obra voltada para o público adulto. Situa-se  entre os autores do pré-Modernismo,  período que precedeu a Semana da Arte Moderna, e  entre as obras há livros de ficção e outros sobre questões sociais, políticas e econômicas, mas todos apresentam caráter  nacionalista  e interesse pelos problemas do país e pela construção de um futuro melhor.

Em 1918, publicou sua primeira coletânea de contos, “Urupês,”  quando traçou a paisagem das cidades por onde passou e o perfil do Jeca Tatu, um caipira apontado pela pobreza, pelo marasmo e pela indolência, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura. A figura do Jeca Tatu chamou a  atenção de Rui Barbosa, que o citou em um discurso na campanha presidencial de 1918, como um protótipo do caipira brasileiro, abandonado à miséria pelos poderes públicos.

Trecho:
“No    serão   da   noite seguinte, Dona Benta começou assim:
-Quem lança os olhos   para o mapa da Europa vê uma perfeita bota a enfiar-se pelo mar Mediterrâneo adentro.
-É    sabidíssimo    isso, vovó  –disse Narizinho. –Essa  bota chama-se Itália.
-Pois bem: ali   pelo tempo    da    primeira   Olimpíada  começou a nascer no meio da bota uma cidade que se chamaria Roma e representaria um grande papel no mundo. Os começos de Roma,  como em geral os começos de todas as cidades antigas, são obscuros e lendários, isto é,  pertencem mais ao domínio da fábula do que ao domínio  da História. Mas vale a pena conhecê-los.
-Conte, conte, vovó!”
(página 56)
    
MULHERES COMO ALVO
Em “Violência doméstica” (Editora Dita Livros,  144 páginas, R$ 58,90), a  advogada Bianca Alves e a comunicadora Ticiana Oppel falam sobre o tema da violência contra as mulheres.  Conforme as autoras, o tema do livro compreende além das agressões físicas outras quatro formas de violência: psicológica, sexual, patrimonial e moral. O livro traz relatos de sobreviventes da violência doméstica, em histórias de opressão  que revelam dores e momentos devastadores, apontando também caminhos  para quebrar o ciclo  de violência dentro de  casa.

ÉTICA SOBRE O SEXO 
De    autoria   da  escritora Armia Srinivasan, “O direito ao sexo” (Editora Todavia, 320 páginas, R$ 79,90) apresenta seis ensaios  a respeito da ética e políticas relativas ao sexo. Segundo a  autora, apesar de ser um ato privado, o sexo é carregado de sentido público  e é preciso vê-lo  como uma preferência pessoal moldada por forças externas, como um lugar atravessado de tensões onde prazer e ética podem se apartar perigosamente. Na obra, ela fala sobre  tradição feminista, estupro, injustiça  racial, pornografia, liberdade,  preferências e discriminação, além de outros temas ligados à questão.

Leituras:
“Por   detrás    da    alegria   e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento.” 
(Oscar Wilde, escritor irlandês, nascido em 16  de outubro de 1854, uma das personalidades mais famosas de sua época,  autor da famosa obra “O retrato de Doris Gray”). 

Destaques:
ROTINA  PARA WARM UP CLARINETA 

Autor: Guilherme Sampaio Garbosa              

O autor apresenta nesta obra uma série de exercícios  para a rotina de warm up na clarineta. O aquecimento proposto  proporciona uma preparação consistente  dos fundamentos da clarineta  antes de iniciar o estudo e  a execução  dos exercícios   técnicos do repertório.  Os exercícios são fruto  da experiência do autor  como professor e  também da reflexão   sobre  o tema,  dentro de um projeto de pesquisa da Universade Federal de Santa Maria, RS.
Editora Coralina. 35  páginas.  R$ 39,90.
       
QUANDO VOCÊ FAZ O QUE EU QUERO 

Autor: Henrik  Fexeus                         

O livro fala sobre a influência e como é possível lidar com ela. Com um estilo inconfundível  e cheio de humor, o autor  mostra como funciona a influência na vida das pessoas e apresenta  diversas técnicas de manipulação e  ferramentes certas para o leitor  perceber quando alguém está tentando influenciá-lo. Henrik Fexeus nasceu em 1971 na Suécia e hoje vive em Estocolmo. É  autor do best-seller “A arte de ler mentes.”
Editora Vozes. 318  páginas. R$ 34,90.          

(As obras apontadas  no Blog dos Livros  podem ser encontradas   junto à Livraria Coralina, na Rua 7  de Setembro, 578,  Cachoeira do Sul)