Nas sombras do desconhecido, um mistério perdura no sul do Brasil. Sussurra-se pelos cantos que existe um espírito errante conhecido como Bradador, um ser temido e evitado pelos incautos que se aventuram a viajar sozinhos. Dizem que sua origem remonta a uma alma que partiu deste mundo sem pagar por todos os pecados cometidos em vida, condenada a vagar eternamente.

A pequena cidade de Atuba, no Paraná, guarda os segredos desse inquietante espectro. Aqueles que se atrevem a ouvir a história contam que, após seu falecimento, a terra negou-lhe o merecido descanso, lançando-o de volta à vida. Desde então, todas as sextas-feiras, quando a noite se encontra em seu auge, essa figura sombria, parte fantasma, parte homem, perambula pelos campos soltando gritos aterradores, capazes de gelar até mesmo os corações mais destemidos.

O apelido de Bradador foi atribuído a essa entidade devido ao som angustiante que emite, um grito que ecoa através das matas e assusta os moradores locais, que se criam sabendo que devem evitar a solidão das noites, cientes de que é preferível não cruzar o caminho do desconhecido. Poucos são os sobreviventes que se atreveram a testemunhar sua aparência, alguns acabam presos entre o mundo dos vivos e dos mortos.

No entanto, há uma esperança de redenção para o Bradador. Acredita-se que seu encanto sombrio poderá ser desfeito se ele encontrar, por sete vezes, uma moça de nome Maria. Dizem que, ao se deparar com essa jovem corajosa, seus pecados serão finalmente perdoados, libertando-o do seu triste destino errante. No entanto, encontrar alguém com a audácia necessária para enfrentar os assustadores brados dessa criatura misteriosa é um desafio assombroso por si só. Nenhuma Maria ainda se aventurou.