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A expedição Franklin

11/04/2024 11:18 - por Gisele Wommer

Ilustração dos navios HMS Erebus e HMS Terror: Domínio Público

O destino cabuloso de uma das maiores expedições marítimas da história.

Em 1845, um oficial condecorado pela Marinha Britânica, Sir John Franklin, partiu da Inglaterra com dois navios, uma tripulação de 133 homens e ordens diretas para navegar entre as ilhas canadenses no extremo Ártico e chegar até o Pacífico. Sir John deveria ter sido o primeiro navegador a explorar a famosa Passagem Noroeste e colocaria a Inglaterra em uma situação política e comercial privilegiada perante a outros países.

A coroa não poupou recursos. Deu a Franklin os navios com maior tecnologia para a época: o HMS Erebus e o HMS Terror e os abasteceu com suprimentos para três anos. Mas o destino nunca foi atingido e nenhum marinheiro jamais regressou para casa.
O que aconteceu com a expedição é considerado um dos maiores mistérios da história. Os navios foram avistados pela última vez alguns meses depois de sua partida e nunca mais se ouviu falar neles.

Anos mais tarde, expedições de resgate encontraram um breve bilhete em um monte de pedras, na congelada Ilha do Rei William, era assinado por Francis Crozier, o segundo em comando na expedição. Ele dava conta de que já havia 24 homens mortos, inclusive o próprio Sir John. Os navios estariam presos no gelo há mais de um ano e meio, não havia possibilidade de navegação porque naquele ano o verão não foi suficiente para derreter a neve. Sem esperanças de encontrar águas navegáveis, os sobreviventes planejavam caminhar por terra (ou por gelo) centenas de quilômetros até o Canadá.Nunca chegaram.

A passagem Noroeste só foi desbravada em 1911 e para os Canadenses a malfadada expedição virou um desafio histórico. Em 2014 encontraram destroços do Erebus no fundo do oceano. Em 2019 acharam o Terror, naufragado e intacto, a mais de 72 quilômetros de distância do outro navio. Pesquisadores seguem estudando a expedição até os dias de hoje.

E a tripulação? Bem, alguns túmulos foram encontrados em uma pequena ilha. Suspeita-se de que os homens tenham morrido de causas comuns para a época: tuberculose e o temido escorbuto ceifava marinheiros. Mas também havia sinais de canibalismo e envenenamento nos corpos estudados. Parece história de terror, mas é real. Esses marinheiros tiveram um destino doloroso e cruel e não se sabe nada da maioria deles.

Muitos mistérios cercam a expedição Franklin, como os motivos para os homens nunca terem sido resgatados ou o porquê de os navios estarem a uma distância tão grande um do outro. Os pesquisadores também não acharam um motivo para o Terror ter naufragado e não entendem como ele foi parar, delicadamente acomodado, no fundo do oceano.

Com um drone subaquático exploraram todas as dependências do navio, exceto os aposentos do capitão Crozier, a única porta que não estava aberta. “Antes de sair, alguém fechou a porta”, disse o responsável pela expedição, frustrado por não saber o que há do outro lado. 

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