Blog dos Espíritos

A criação e os três reinos

03/07/2023 08:50 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

O Universo e a criação

De acordo com “O Livros dos Espíritos”, em seu terceiro capítulo, “o Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que os enchem”.  

O nosso Sol e todos os corpos que o acompanham fazem parte desses globos resplandecentes dos quais se compõe a Via-Láctea (nossa galáxia). Pode-se contar uma trintena de milhões de sóis, semelhantes a ele, que gravitam nessa imensa região, distanciados, uns dos outros, em mais de cem mil vezes o raio da órbita terrestre (A Gênese).

Na pergunta de número 38 do Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec questiona os Benfeitores Espirituais como Deus criou o Universo, encontramos a seguinte resposta: “Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela Sua vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese - Deus disse: ‘Faça-se a luz’, e a luz foi feita”.

“Jesus foi o divino escultor da obra geológica do planeta. Não podemos afirmar que as formas da Natureza, em sua manifestação inicial, obedecessem a um molde preexistente, no sentido de imitação, porque todas elas receberam o influxo sagrado do coração do Cristo” (Emmanuel, em “O Consolador”).

Vamos encontrar ainda na “Gênese”, uma das obras da Codificação, de Allan Kardec, uma descrição completa da criação e forma dos planetas: “Os planetas são, assim, formados de massas de matéria condensada, mas não ainda solidificada, destacadas da massa central pela ação da força centrífuga, e tornando, em virtude das leis do movimento, a forma esferoidal mais ou menos elíptica, segundo o grau de fluidez que conservaram. Um desses planetas é a Terra, que, antes de estar resfriada e revestida de uma crosta sólida, deu nascimento à Lua (satélite natural), pelo mesmo modo de formação astral ao qual deve a sua própria existência”.  

Os primeiros habitantes da Terra e os reinos

Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, são as células albuminoides, as amebas e todas as organizações unicelulares, isoladas e livres, que se multiplicam prodigiosamente na temperatura tépida dos oceanos. (Emmanuel, “A Caminho da Luz”).   

André Luiz, em “O Mundo Maior”, descreve magistralmente o processo: “O princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, caminha, sem detença, para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência (...) Viajou do simples impulso para a irritabilidade de sensação (...) Da sensação para o instinto (...) Do instinto para a razão (...) Nessa penosa romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós (...) Estamos em todas as épocas abandonando esferas inferiores a fim de escalonar as superiores. O cérebro é o órgão sagrado da manifestação da mente em trânsito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana”.

No que Emmanuel arremata como complemento: “O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade dos laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos, em nosso íntimo, o santuário da fraternidade universal” (A Caminho da Luz).

Desta forma, podem os seres da natureza ser classificados em três reinos: mineral, vegetal e animal.

No reino mineral temos as pedras, o ouro, o carvão, etc., que são formados de matéria com uma força mecânica que une as partículas, mas não possuem inteligência e nem instinto. As pedras não nascem, não crescem, não falam, não se reproduzem.

No reino vegetal temos as plantas, que são formadas de matéria, possuem uma espécie de instinto puramente mecânico, que faz com que elas se voltem para a luz e dirijam as suas raízes para a água e para os nutrientes. As plantas crescem e se reproduzem, mas elas não pensam, não falam e não sentem dor. No entanto, devemos cuidar delas, pois elas nos fornecem os alimentos, os remédios, o papel para os livros, fibras para os vestuários, a madeira para as mesas e o oxigênio que respiramos.

No reino animal temos os animais e homem. Mas sob o ponto de vista moral, o homem é um ser a parte e pertenceria a um quarto reino, o reino hominal. Os animais são formados de matéria e possuem uma espécie de alma, que sobrevive ao corpo, mas é inferior ao homem. Após deixar o corpo físico, o princípio inteligente que havia nele é imediatamente utilizado pelos Espíritos encarregados desse cuidado para animar novos seres.

O homem encarnado é formado de matéria e de um Espírito que possibilita ter um desenvolvimento intelectual, possui um senso moral e uma inteligência (pensamento continuo) o qual o animal não possui. Através do pensamento, pode fazer invenções, ter sentimentos de amor, bondade, alegria, ou sentimentos ruins, de tristeza, ódio, egoísmo, etc. O ser humano foi criado simples e ignorante por Deus, mas à medida que desenvolve a sua inteligência ele sabe diferenciar melhor o bem e o mal, aumentando a sua responsabilidade sobre os seus atos. Nele o instinto se enfraquece, à medida que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a matéria.

O homem é um ser à parte da criação, possui faculdades que os outros não têm; deve evoluir desenvolvendo a sua inteligência e a moral, para que um dia se torne um Espírito puro, atingindo enfim a perfeição.

KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”, “A Gênese”.

XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel “O Consolador” e “A caminho da Luz”. André Luiz “O Mundo Maior”.

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