Blog dos Espíritos
O livro espírita: instrução na caminhada evolutiva
Doutrina esclarecedora
No seio da Doutrina Espírita, o conhecimento ocupa um lugar de destaque, sendo considerado alicerce essencial para o progresso moral e espiritual do ser humano. Desde as primeiras linhas das obras fundamentais codificadas por Allan Kardec, percebe-se o apelo à razão, ao estudo contínuo e à busca do entendimento das leis divinas. O Espiritismo não se impõe pela fé cega, mas se sustenta no tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião, convocando-nos à reflexão consciente.
A Doutrina Espírita, em sua base sólida e coerente, não apenas consola, mas também esclarece. Essa clareza nasce do estudo, da pesquisa constante e do contato com as obras sérias e fiéis à codificação kardequiana. Não por acaso, os Espíritos superiores orientaram Allan Kardec a organizar os princípios do Espiritismo sob a forma de perguntas e respostas, facilitando a compreensão de verdades antes ocultas ou distorcidas pelas tradições humanas.
Longe de ser um saber reservado a poucos, o Espiritismo se dirige a todas as inteligências, convidando ao uso da razão aliada ao sentimento. Emmanuel, no livro “O Consolador”, já nos alertava: “A evolução do ser é fruto do esforço próprio, através do trabalho e da educação. O estudo é caminho para a libertação”.
Amai-vos e instruí-vos
E por isso, o livro espírita é tão necessário: ele é instrumento de renovação mental, de iluminação íntima. Cada página lida com atenção e reflexão é uma semente de luz lançada em nosso campo interior. Em "O Evangelho segundo o Espiritismo", encontramos a célebre recomendação: "Espíritas! Amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo". Este chamado não é mero apelo intelectual.
A instrução aqui é entendida como ferramenta de iluminação interior. O livro espírita, ao nos conduzir por caminhos de autoconhecimento, empatia e compreensão das leis espirituais, é como um farol a orientar nossa travessia pelas provações da vida.
Allan Kardec, no prefácio de "O Livro dos Espíritos", já afirmava que a Doutrina Espírita é progressiva e que cabe a cada um buscar o entendimento de seus princípios para melhor aplicá-los à própria vida. "Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade".
Além disso, o estudo das obras espíritas evita os desvios de interpretação e os modismos que, por vezes, se infiltram em práticas e discursos que se afastam dos ensinamentos dos Espíritos superiores. Como nos disse Kardec em "Obras Póstumas": “É preciso que o Espiritismo marche com o progresso, e jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto”.
Esse é o compromisso da Doutrina Espírita com a verdade e com o progresso da humanidade.
Livro espírita é mapa na viagem da vida
A leitura das obras básicas - O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese - é o ponto de partida. Mas o aprofundamento se faz também com os clássicos da literatura complementar, como as obras de Léon Denis e dos autores espirituais Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, entre outros benfeitores que, através de médiuns sérios, continuam a obra de esclarecimento da humanidade. Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Franco, enfatiza no livro "Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda": "O conhecimento doutrinário é o mapa que direciona o viajante na sua longa jornada evolutiva. Quem não estuda, caminha às cegas, tropeçando nas próprias imperfeições”.
O estudo, portanto, é uma forma de caridade para conosco e para com os outros, pois à medida que nos instruímos, transformamos nossas atitudes, compreendemos melhor a dor alheia e nos tornamos instrumentos mais eficazes nas mãos da espiritualidade. O médium e orador Divaldo Franco, ao tratar da importância do livro espírita, afirmava: "O livro espírita é um instrumento de libertação da ignorância, da dor e do medo. Ele consola, esclarece e ilumina”. Sob a pena de se manterem na escuridão da ignorância, os que deixam de buscar o conhecimento privam-se da oportunidade de expandir a consciência.
Chico Xavier, sempre pautado na humildade e no exemplo, ressaltava: "Não basta crer, é preciso compreender". Essa compreensão só se dá através do estudo sério e contínuo das obras que explicam, com lógica e profundidade, o porquê de nossa existência, a justiça das reencarnações e a misericórdia divina que rege a vida.
Instrumento de transformação e melhoramento
Portanto, o livro espírita é mais que uma fonte de informações, é alimento para a alma. Ele abre portas para o entendimento do mundo espiritual, auxilia na superação das dificuldades e prepara o espírito para os desafios da existência. É pela instrução, aliada à vivência moral, que nos aproximamos dos ensinamentos do Cristo, com consciência e responsabilidade.
O livro espírita, portanto, é um recurso de libertação e transformação. Ele não substitui a vivência, mas a orienta. Ele não elimina o sofrimento, mas oferece as chaves para compreendê-lo e superá-lo com dignidade. Dessa forma, incentivar a leitura espírita é também promover a reforma íntima e a regeneração do mundo.
Divulgar o livro espírita é semear luz, esperança e discernimento nos corações. E, ao colocarmos em prática o que aprendemos, tornamo-nos nós mesmos livros vivos, exemplos que inspiram e transformam. Como disse Léon Denis, em "O Problema do Ser, do Destino e da Dor": "A ignorância é o maior obstáculo ao nosso adiantamento. Toda luz vem do saber".
Portanto, mais do que um simples hábito, o estudo espírita é um compromisso com o próprio progresso. Que possamos, com humildade e perseverança, buscar sempre nos instruir, mantendo o coração aberto à caridade e a mente aberta à verdade. Assim, estaremos respondendo ao convite que a Doutrina nos faz, de sermos construtores do bem em nós e ao nosso redor.
Que saibamos valorizar este tesouro que é o conhecimento espírita, disseminando o livro, incentivando a leitura, frequentando grupos de estudo e, principalmente, colocando em prática os ensinamentos adquiridos. Afinal, como nos adverte Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier: "O estudo da Doutrina Espírita não pode ser uma atividade secundária, mas uma necessidade prioritária na vida do cristão espírita".
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