Blog dos Espíritos

Dia dos Pais é dia de Deus

07/08/2023 10:01 - por Rosane Sacilotto

Difícil descrever a importância do pai em nossas vidas. A ele devemos o berço que nos acolheu nesta jornada, o teto que nos abriga, a instrução que nos ilumina, a veste que nos agasalha, o alimento que nos sustenta e tudo o mais de que necessitamos na existência física.

Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, encontramos a seguinte explicação sobre a missao da paternidade: “É, sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro.

Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter de seu filho”.

Emmanuel afirma que duas asas conduzirão o espírito do homem à presença de Deus: uma chama-se amor, a outra, sabedoria. Da mesma maneira, duas asas mantêm o equilíbrio do lar. A mãe representando a fonte de sentimentos e o pai a da razão ponderada. Por isso é importante o papel dos pais em nossas vidas, orientando-nos e conduzindo-nos a todo instante.

Segundo o livro “Nos domínios da mediunidade”, de André Luiz, através da psicografia do médium Chico Xavier, a paternidade vai além da missão de educador; é abordada com enfoque maior ao progresso moral, como evidencia o trecho a seguir: (…) “A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o Espírito reencarnado na Terra, pois através dela a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza”.

Quando o Decálogo nos preceitua honrar pai e mãe, nos indica o enorme compromisso que assumimos com aqueles que, acolhendo nos pelas portas da reencarnação, transformam-se também nos mestres e orientadores de nossa vida. 

A paternidade, segundo o espiritismo, significa receber preciosos talentos, que conforme o ensino da “Parábola dos Talentos” encontrada no Evangelho de Mateus (25:14-29), devem ser movimentados com inteligência para que produzam os juros devidos, ou seja, o adiantamento daqueles por cuja educação nós tenhamos sido responsáveis, é o momento de transição em que o homem deixa de ser filho para ser pai, com responsabilidades com um outro ser.

Devemos assim valorizar o trabalho de nossos pais, estes que são a segurança do lar, os amigos maiores que, cumprindo seus deveres sociais e acima de tudo cristãos, se preocupam em nos oferecer não só os recursos materiais, mas principalmente os espirituais. Agradeçamos, pois, ao Criador pela presença amiga do nosso pai no plano físico, cooperando com ele no cumprimento de sua sublime missão e procurando nos esforçar para que no futuro saibamos nós, também, assumir a responsabilidade maior da paternidade, recebendo no seio de nosso lar e em nossos corações aqueles espíritos afins com os quais nos compromissamos no passado.

Sejamos gratos e respeitemos nossos pais, mesmo quando a vontade de Deus nos coloca transitoriamente em um lar onde o pai não sabe cumprir com todos os seus deveres, pois isto só ocorre quando nós mesmos, pelas omissões de nosso passado espiritual e no uso do livre-arbítrio, nos candidatamos a esse tipo de prova. Nesse caso, mais do que nunca, necessário se faz o carinho, a renúncia, o perdão e o entendimento para que a nossa libertação se efetue em bases de amor e fraternidade.

E prestando uma homenagem a todos os pais, deixamos aqui uma mensagem de Emmanuel, pscicografada por Chico Xavier, presente na obra “Seara de fé”: “Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.

Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizerem pais ou tutores. As mães são sempre revelações angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam…

Esse perdeu a juventude, carregando as responsabilidades do lar; aquele se entregou a pesados sacrifícios, apagando a si mesmo, para que os filhos se titulassem com brilho na cultura terrestre; outros se escravizaram a filhinhos doentes; muitos foram banidos do refúgio doméstico, às vezes, pelos próprios descendentes, exilados que se acham em recantos de imaginário repouso, por trazerem a cabeça branca por fora, e, em muitas ocasiões alquebrada por dentro, sob a carga de lembranças difíceis que conservam em relação aos infortúnios que atravessaram para que a família sobrevivesse, e, ainda outros renunciaram à felicidade própria, a fim de se converterem nos guardais da alegria e da segurança de filhos alheios!…

Compadece-te de nossos irmãos, os homens, que não vacilaram em abraçar amargos compromissos, a benefício daqueles que lhes receberam os dons da vida. Ainda mesmo aqueles que se transviaram ou enlouqueceram, sob a delinqüência, na maioria dos casos, nos merecem respeitoso apreço pelas nobres intenções que os fizeram cair.

A vida comunitária, na Terra de hoje, instituiu datas de homenagens às profissões e pessoas. Lembrando isso, reconhecemos, por nós, que o Dia das Mães é o Dia do Amor, mas reconhecemos também que o Dia dos Pais é o Dia de Deus”.

KARDEC, Alan – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Livro dos Espíritos”.
XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel “Seara de Fé”; André Luiz “Nos domínios da mediunidade”.

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