Blog dos Espíritos

A prece como recurso poderoso

10/11/2025 10:33 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

A prece é comunicação com Deus

A prece é uma das expressões mais sublimes do sentimento humano. Ela é o fio invisível que nos liga a Deus, aos nossos guias espirituais e àqueles que amamos. Na visão espírita, orar não é um ato mecânico ou meramente ritualístico, mas um diálogo da alma com o Criador, movido pela fé e pela sinceridade.

Allan Kardec define, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXVII, “Pedi e Obtereis”, que “a prece é um ato de adoração; orar a Deus é pensar nele, é aproximar-se dele, é pôr-se em comunicação com ele”. Assim, quando oramos, nos conectamos diretamente às forças superiores, fortalecendo-nos diante das provas e despertando em nós a serenidade necessária para prosseguir no caminho do bem.

Em “O Livro dos Espíritos”, questão 659, Kardec pergunta: “Qual é o caráter geral da prece?”. E os Espíritos respondem: “A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele, é aproximar-se dele, é pôr-se em comunicação com ele. Três coisas podemos pedir por meio da prece: louvar, pedir e agradecer”.

Aqui vemos que a prece não se limita a rogar por algo, ela é também agradecimento e louvor, reconhecendo a grandeza divina e a harmonia da Criação.

Na questão 662, os Espíritos afirmam que “Deus sempre atende à prece que vem do coração”, explicando que o Criador não modifica as leis universais para atender desejos pessoais, mas inspira e envia auxílio moral e espiritual àquele que ora sinceramente. Assim, a prece não muda os desígnios divinos, mas transforma quem ora, harmonizando-o com as Leis de Deus.

A prece pelos desencarnados
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Kardec explica que a prece não é útil apenas aos encarnados, mas também aos Espíritos desencarnados. Ela tem o poder de aliviar o sofrimento daqueles que ainda se encontram em dor ou perturbação no plano espiritual. “A prece tem sobre os Espíritos sofredores uma ação direta, lhes proporciona alívio e encorajamento, podendo também diminuir a duração de seus sofrimentos” (ESE, cap. XXVII, item 10).

Assim, quando oramos por alguém que partiu, nossas vibrações chegam a esse ser como luz e consolo, demonstrando o amor que transcende a morte. Chico Xavier, através de Emmanuel, reforça essa ideia ao dizer: “A prece é o verbo de luz que acende a esperança e atrai o socorro divino. Toda vez que o coração ora sinceramente, abre-se uma porta para que o auxílio do Céu possa entrar” (Fonte Viva, cap. 9).

A reforma íntima pela prece

A oração sincera desperta em nós as potências da alma. Quando oramos, elevamos o pensamento acima das preocupações terrenas e sintonizamos com as vibrações do bem. André Luiz, no livro “Os Mensageiros”, nos ensina: “A prece é o mais eficiente meio de renovação interior. Orar é ligar-se à fonte divina de energia e amor”.

Através da prece, o ser humano aprende a silenciar o ego e ouvir a voz da consciência. Muitas vezes, não obtemos o que pedimos, mas recebemos forças para suportar o que é necessário. Como nos recorda Léon Denis em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”: “A prece não é um simples pedido; é um impulso da alma que busca Deus, e toda alma que ora, mesmo inconscientemente, se eleva e se purifica”.

A prece coletiva

Jesus afirmou: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”. (Mateus 18:20). A Doutrina Espírita confirma a força multiplicadora da prece coletiva. Quando muitos corações se unem em vibrações de amor e fé, criam-se correntes fluídicas de imenso poder espiritual, capazes de irradiar paz e consolo a todos os presentes e até aos ausentes, desde que estes sejam lembrados em pensamento pelos que oram.

Em “O Céu e o Inferno”, Kardec relata comunicações espirituais de entidades beneficiadas por essas correntes de oração, mostrando que o pensamento coletivo, quando elevado, age como bálsamo e luz nos planos invisíveis.

O exemplo de Jesus

Jesus foi o maior exemplo da prece vivida. Retirava-se frequentemente para orar em silêncio, em busca da sintonia com o Pai. No Jardim das Oliveiras, mesmo diante da dor, Ele ensinou a prece da submissão amorosa: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). Esta é a essência da prece verdadeira, não a de quem exige, mas a de quem confia plenamente na sabedoria divina.

O poder da prece está em sua capacidade de elevar, consolar e transformar. Ela é o remédio da alma, a ponte entre o humano e o divino, e o instrumento do amor que liga corações em ambos os planos da vida. Quando oramos com fé, sinceridade e entrega, o Céu se aproxima da Terra — não para mudar os acontecimentos, mas para nos mudar diante deles.

“Orar é conversar com Deus. Quando a prece é feita com amor, o Céu responde em forma de paz” (Emmanuel, por Chico Xavier). Que cada um de nós possa, a partir de hoje, fazer da prece um hábito de vida, não apenas nas dificuldades, mas também na gratidão diária. Que nossas palavras sejam sinceras e nossos pensamentos luminosos, para que, unidos ao bem, possamos irradiar amor e esperança a todos que nos cercam.

“A prece é luz na alma, perfume no coração e força nas mãos que trabalham pelo bem” (André Luiz).

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