Blog dos Livros
Não ao capitalismo
O doutorando em Sociologia Política e professor Wallace Armani acaba de lançar o livro “Por uma administração socialista” (Editora Diálogo Freiriano). A obra não é um manual, mas um instrumento político que tem como objetivo central uma análise marxista e revolucionária da administração, partindo da crítica da economia política e do materialismo histórico.
O autor argumenta que a administração, longe de ser um campo neutro e puramente técnico, se tornou a principal gramática do neoliberalismo, hegemonizado discursivamente por ambientes tão diversos quanto empresas privadas, ONGs, partidos, sindicatos e governos.
A motivação para a escrita surgiu da experiência do autor como professor da disciplina “Ciências Sociais e Humanas” para alunos de Administração e Ciências Contábeis, somada às suas pesquisas para o doutorado. O processo de escrita, que aproveitou parte das leituras realizadas para a tese, concentrou-se durante o primeiro semestre de 2025, resultando em uma escrita ensaística e acessível, propositalmente distante dos academicismos.
As principais mensagens do livro são um enfrentamento direto ao pensamento dominante. A obra demonstra como essa ferramenta se manifesta dentro das organizações e impacta diretamente a vida do trabalhador, criticando todas as formas de dominação do capital. O autor acredita que o trabalho aprofundou sua visão sobre as mazelas do capitalismo e o deixou mais preparado para estabelecer um diálogo crítico com a sociedade.
Wallace Armani, 48 anos, é natural de Belo Horizonte e reside no Rio de Janeiro. Além de doutorando e mestre em Sociologia Política, possui três pós-graduações. É também autor de “Impeachment: Sinal de Crise da Democracia” e de obras de ficção científica e ensaios sociológicos publicados pela Editora Simulacro.
Trecho:
“Apresento o socialismo como único meio necessário para a emancipação da humanidade em busca do comunismo. Não acredito em reformas pelo capitalismo, muito menos em um capitalismo humanizado.”
(Página 10)
PRÊMIO MOZART DE LITERATURA
Estão abertas até o dia 30 de janeiro de 2026 as inscrições ao Prêmio Mozart Pereira Soares de Literatura, que em sua edição de 2025 vai premiar trabalhos em romance, poesia, literatura infantil, narrativa curta, crônica, ensaio e texto dramático. Podem participar autores brasileiros de até 35 anos com livros publicados em primeira edição em 2024 e 2025. A premiação compreende troféu e R$ 2.500,00 para cada categoria. Inscrições na Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul.
RESULTADOS POSITIVOS
Pesquisa conduzida pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros voltou a apresentar resultados positivos. No período de 11 de agosto a 07 de setembro, houve um crescimento de 9,85 por cento em volume e 10,84 por cento no faturamento de livros em relação a igual período de 2024. Foram vendidos 3,77 milhões de livros enquanto em 2024 foram 3,46 milhões de exemplares.
Leituras:
“Os bons livros que têm o direito de viver, defendem-se e justificam-se por si próprios.”
- Júlio Dantas (19 de maio de 1876/25 de maio de 1962), escritor, médico, político e diplomata português, um dos mais conhecidos intelectuais portugueses das primeiras décadas do século XX.
Destaques:
NÓS ENTRE TRÊS
Autora: Monique dos Anjos
A obra reúne catorze contos que encaram o desejo como um direito, e o corpo como território de subversão, fricção e memória. Com linguagem sensível e direta, a autora explora o erótico como espaço de liberdade, especialmente para mulheres. Também recusa a lógica centrada no casal perfeito e constrói enredos em que o sexo é suado, ambíguo, engraçado e às vezes brutal. Monique dos Anjos é jornalista, escritora e mestre em Divulgação Científica e Cultural pela Unicamp. Realiza palestras e oficinas de educação antirracista em escolas da região de Campinas.
Editora Telha. 124 páginas.
IEMANJÁ EM MARES VERDES
Autora: Ilaina Damasceno
A Festa de Iemanjá em Fortaleza, celebrada há mais de 50 anos e tombada como patrimônio imaterial da cidade em 2018, é o tema central deste livro da geógrafa e professora Ilaina Damasceno. A obra, que nasceu de uma pesquisa de doutorado na Universidade Federal Fluminense, investiga como as religiões de matriz africana utilizam o espaço público como palco de resistência e afirmação cultural. Com pesquisa de campo realizada entre 2011 e 2019, o livro revela como a festa na Praia de Iracema transcende o âmbito religioso, tornando-se um ato de visibilidade e luta por direitos.
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (UERJ). 230 páginas.
(As obras mencionadas no Blog dos Livros podem ser encontradas na Revistaria e Livraria Nascente, localizada na Rua Saldanha Marinho, 1423, Cachoeira do Sul)
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