Blog dos Espíritos
O verdadeiro espírita
A vontade, primeiro passo
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em seu Capítulo XVII, nos diz: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade”.
Espírita não é aquele que já encontrou todas as resposta e se tornou perfeito e exemplo de conduta moral impecável, é sim aquele que diariamente se esforça para vivenciar os ensinamentos do Evangelho de Jesus, para vencer suas imperfeições, para jogar fora o orgulho, a maledicência, a inveja e o egoísmo, substituindo pelo trabalho no bem, pela esperança, pela fé, pela caridade e, principalmente, pelo amor.
Autoanálise e consciência
Antes de tudo, o espírita verdadeiro busca o seu autoconhecimento, passa em revista as suas ações até aqui, avalia o que já viveu e o que já fez e embarca nessa jornada interior de autodescobrimento e de educação dos seus sentimentos.
Joanna de Ângelis, mentora espiritual de Divaldo Franco, na obra “Momentos de iluminação”, nos aconselha: “Aprofunda a autoanálise e tem a coragem de te desnudares perante a própria consciência. Enumera as tuas mais graves emoções perturbadoras e raciocina sobre a sua vigência no teu comportamento.
Enfrenta-as, uma a uma, não as justificando, nem as escamoteando sob o desculpismo habitual. Resolve-te por sanar a situação aflitiva dos teus dias, optando pela aquisição da saúde. (...) O homem que se conhece possui um tesouro no coração. O discernimento que o caracteriza é a sua luz acesa no imo, apontando-lhe rumo”.
O verdadeiro espírita traz em si o Espiritismo realmente vivenciado, pois não basta que apenas estudemos a Doutrina dos Espíritos ou frequentemos as sociedades espíritas para que assim possamos nos denominar bons espíritas, como também podemos evidenciar no Evangelho Segundo o Espiritismo: “Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados (...) que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam”.
Seguindo o Mestre Jesus
Como doutrina consoladora, o Espiritismo nos dá respostas para todas as adversidades vivenciadas, diretrizes para que possamos entender e nos convida à prática da fé raciocinada e da resignação, nos mostrando o caminho para a elevação moral e para o alcance da perfeição.
Em “A Gênese”, Allan Kardec vem mais uma vez complementar essa definição do espírita verdadeiro: “Não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os que dele recebem a consolação para suas almas; os a quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição, que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé inabalável, porque sentem e compreendem”.
Enfim, o verdadeiro espírita é aquele que já entendeu que o que fez e foi até aqui já não lhe serve mais, que precisa alçar voos mais altos, aprender a viver seguindo os exemplos do Evangelho de Jesus, que o Mestre, como modelo e guia, nos deixou, amar verdadeiramente como ele nos ensinou, amor fraterno e caridoso.
FRANCO, Divaldo Pereira - Joanna de Ângelis - “Momentos de iluminação”.
KARDEC, Allan. "A Gênese”; “O Evangelho Segundo o Espiritismo".
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