Blog dos Livros
Malala só queria ir à escola
A jornalista brasileira Adriana Carranca é repórter especial do jornal O Estado de São Paulo e suas reportagens já foram publicadas em revistas internacionais. Cobriu a guerra no Afeganistão e Paquistão, onde estava quando o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto em uma operação dos Estados Unidos. Escreve principalmente sobre conflitos, tolerância religiosa e direitos humanos, com um olhar especial sobre a condição das mulheres.
Escritora premiada, Adriana escreveu dois livros-reportagens para adultos: “O Irã sob o chador,” finalista do Prêmio Jabuti, e “O Afeganistão depois do Talibã.” Já recebeu menção honrosa no Prêmio Esso e duas edições do Prêmio Líbero Badaró.
Em “Malala, a menina que queria ir para a escola” (Editora Companhia das Letrinhas, 96 páginas, R$ 37,90), ela conta para o público infantil e juvenil a história real desta menina de nome Malala Yousafzai que, além de ser a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da Paz, tornou-se um grande exemplo de como uma pessoa e um sonho podem mudar o mundo.
Conforme conta no livro, Malala quase perdeu a vida por querer ir para a escola. Ela nasceu no vale do Swat, no Paquistão, uma região de extraordinária beleza, cobiçada no passado por conquistadores e habitada por reis e rainhas. Malala cresceu entre os arredores da escola de seu pai, e era uma das primeiras alunas da classe. Quando tinha dez anos viu sua cidade ser controlada por um grupo extremista chamado Talibã. Armados, eles vigiavam o vale noite e dia e impuseram muitas regras. Proibiram a música e a dança, baniram as mulheres das ruas e determinaram que só os meninos poderiam estudar.
Malala quis lutar pelo seu direito de estudar, mas em nove de outubro de 2012, quando voltava de ônibus da escola, sofreu um atentado a tiro e poucos acreditaram que sobreviveria. Ficou quatro meses internada e passou por quatro cirurgias.
Quando acordou no hospital, a primeira coisa que pediu foi livros. Recomeçou a ler e a escrever e aos poucos voltou a falar e a ouvir. Sua luta pela educação das meninas rapidamente ganhou atenção global e milhares de pessoas se uniram a ela. Recebeu doações para ajudar milhões de meninas e meninos que ainda estão fora da escola e entrou para lista das cem pessoas mais influentes do mundo, recebendo o Prêmio Nobel da Paz.
Cinco meses e dez dias depois do tiro, Malala estava de volta à sala de aula, em uma escola só para meninas, na cidade inglesa de Birmingham, onde a família agora vive. Em seu primeiro dia de aula, ela disse que aquele era o momento mais feliz da sua vida porque estava voltando para a escola, onde queria aprender sobre como mudar o mundo.
Trecho:
“Na sala da unidade de tratamento intensivo, o rosto de Malala perdia a cor e o brilho. Ela é uma menina tão forte! Parecia não querer se render aos ferimentos. Às vezes ficava agitada e tentava tirar do dedo o aparelho de medir os batimentos cardíacos. Eu dizia: “Malala, não faça isso!” Houve um momento em que ela murmurou: “Não brigue comigo.” Foi a última coisa que ela falou. Depois disso, seu rosto começou a ficar cada vez mais branco e sem expressão.
(página 66)
NOVO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
De autoria da professora, terapeuta, treinadora e autora best-seller Patrícia Calazans, “Revolução Sistêmica” (Editora Academia, 256 páginas, R$ 51,90) apresenta-se como um manual para que o leitor atinja um novo nível de consciência e deixe de lado dinâmicas ocultas, vínculos tóxicos e padrões repetitivos, reconectando-se com a sua própria natureza e com o amor. A autora desafia os leitores a mudarem a maneira como pensam, desejam, acreditam e agem.
CRESCIMENTO NAS VENDAS
Segundo informação divulgada pelo IBGE, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria apresentou de fevereiro a março de 2022 um aumento de 4,7 por cento nas vendas. A notícia é boa, embora o número seja reduzido, quando se compara com o desempenho no mesmo período de 2021, de 36,1 por cento.
Leituras:
“Os livros são o entretenimento perfeito: sem anúncio, sem bateria, horas de prazer a cada dólar gasto. O que não entendo é por que as pessoas não têm sempre um livro com elas, para aquelas inevitáveis zonas mortas da vida.”
(Stephen King, escritor norte-americano de terror, ficção sobrenatural, ficção científica e fantasia. Seus livros já venderam mais de 400 milhões de cópias em mais de 40 países, sendo o nono autor mais traduzido no mundo)
Destaques:
A CAMINHO DA SAPIÊNCIA
Autor: Luis Alberto Silva dos Santos
O livro relata a trajetória do autor numa jornada de seis décadas, em um trabalho dedicado ao resgate de memórias carregadas de emoções. Luis Alberto Silva dos Santos nasceu em Cachoeira do Sul em 18 de dezembro de 1961, é formado em Psicologia atuando com clínica há cinco anos. Escritor desde 2004, já publicou seis livros, dos quais foram vendidos 12 mil exemplares. Espírita atuante há 34 anos, realiza palestras em vários municípios gaúchos e também em outros estados.
Editora ANS. 263 páginas.
AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD
Autor: Howard Pyle
A história de Robin Hood, um dos heróis mais famosos da cultura da Grã-Bretanha, já foi adaptada inúmeras vezes no teatro e no cinema, provando ser um sucesso absoluto com o público. Nas suas aventuras, Robin Hood roubava dos ricos para dar aos pobres, ajudado por outros aventureiros como John Pequeno, Frei Tuck e Will Escarlate. O autor Howard Pyle nasceu em 1853 e escrevia ao público infantojuvenil. A clássica obra de Robin Hood foi escrita em 1883.
Editora Martin Claret. 309 páginas. R$ 59,90.
(As obras apontadas no Blog dos Livros podem ser encontradas junto à Revistaria e Livraria Nascente, na Rua Saldanha Marinho, 1423, Cachoeira do Sul)