Blog dos Espíritos

A Gênese – 156 anos de publicação

08/01/2024 09:01 - por Rosane Sacilotto

6 de janeiro de 1868

No último dia 6 de janeiro, a quinta obra da Codificação Espírita completou 156 anos de publicação de sua primeira edição, por Allan Kardec, no ano de 1868, em Paris. “A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo” é assim definida pelo Codificador em sua introdução: “Esta nova obra é mais um passo dado ao terreno das consequências e das aplicações do Espiritismo.

Conforme seu título o indica, tem ela por objeto o estudo dos três pontos até agora diversamente interpretados e comentados: a Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas. Dois elementos, ou, se quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material.

Da ação simultânea desses dois princípios nascem fenômenos especiais, que se tornam naturalmente inexplicáveis, desde que se abstraia de um deles, do mesmo modo que a formação da água seria inexplicável, se se abstraísse de um dos seus elementos constituintes: o oxigênio e o hidrogênio.Demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, o Espiritismo fornece a chave para a explicação de uma imensidade de fenômenos incompreendidos”.

As três partes da obra

A obra divide-se em três partes. Na primeira parte, analisa a origem do planeta Terra, nos fala de Deus e do bem e do mal. Em sua segunda parte, aborda a questão dos milagres, explicando a natureza dos fluidos e os fatos extraordinários contidos no Evangelho de Jesus. Na terceira parte enfoca as predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova. Os assuntos apresentados nos dezoito capítulos desta obra têm como base a imutabilidade das grandiosas Leis Divinas.

Ainda na introdução de “A Gênese”, Kardec enfatiza os caracteres da revelação espírita: “Sem embargo da parte que toca à atividade humana na elaboração desta doutrina, a iniciativa da obra pertence aos Espíritos, porém não a constitui a opinião pessoal de nenhum deles. Ela é, e não pode deixar de ser, a resultante do ensino coletivo e concorde por eles dado. Somente sob tal condição se lhe pode chamar doutrina dos Espíritos. Doutra forma, não seria mais do que a doutrina de um Espírito e apenas teria o valor de uma opinião pessoal.

Generalidade e concordância no ensino, esse o caráter essencial da doutrina, a condição mesma da sua existência, donde resulta que todo princípio que ainda não haja recebido a consagração do controle da generalidade não pode ser considerado parte integrante dessa mesma doutrina. Será uma simples opinião isolada, da qual não pode o Espiritismo assumir a responsabilidade. Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada, ao demais, pelo critério da lógica, é que constitui a força da doutrina espírita e lhe assegura a perpetuidade”.

Em sua primeira parte, os Espíritos Superiores nos trazem ensinamentos quanto à revelação espírita, Deus, o bem e o mal, a criação dos planetas, uranografia, geologia, a gênese orgânica, espiritual e mosaica.

Já em sua segunda parte, o foco apresentado são os milagres do Evangelho, a natureza e as propriedades dos fluidos e sua manipulação. E na terceira e última parte temos as predições do Evangelho, destacando-se como a mais importante a que Jesus nos deixa a promessa do Consolador: “Se me amais, guardai os meus mandamentos — e eu pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê; vós, porém, o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. — Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito”. (S. João, 14:15–17 e 26. - O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI.).

E finalizando a quinta obra básica da Doutrina Espírita, encontramos pontos importantes sobre a regeneração, da transformação do nosso planeta. “A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar.

Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. (...) A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo”. 

Há 156 anos era lançada a primeira edição desta obra e hoje fica o convite para que todos possam ler e conhecer melhor o teor de suas páginas, pois certamente todos os ensinamento e lições contidos só terão a acrescentar e explicar muitas coisas que ainda precisamos conhecer, entender e vivenciar, para nossa evolução moral e também de toda a humanidade e de nosso planeta Terra.

KARDEC, Allan – “A Gênese”; “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

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