Caronte não é um personagem do terror, faz parte da mitologia grega, mas, inegavelmente é um serviçal da morte.

Na Grécia antiga acreditava-se que os mortos deveriam habitar Hades, uma espécie de paraíso, mas só havia uma maneira para chegar até lá: cruzando o rio Estige. O barqueiro se chamava Caronte, e ele só atravessava aqueles que lhe entregassem um valor, por isso os mortos recebiam uma moeda em cada olho, um tributo à Caronte, um pagamento ao barqueiro.

Era uma propina na morte, sem sombra de dúvidas, e infelizmente nem todos tinham o valor disponível para pagar, neste caso o custo era ainda mais alto: o tributo era a alma do vivente não encontrar paz por cem anos, e ficar condenada a vagar nas margens dos rios, diga-se de passagem, devem ter sido lugares muito assombrados algum dia. Não bastasse aos pobres o sofrimento da vida, ainda havia, na mitologia, mais uma penitência a pagar depois de mortos: um século de danação.

 Caronte foi representado no cinema de horror: a famosa franquia Invocação do Mal faz uma menção ao barqueiro como acervo do Museu Warren. Ele é um manequim com duas moedas nos olhos, inclusive protagonizando uma cena assustadora, quando as moedas caem sozinhas e rolam no chão, como se o barqueiro procurasse por alguém para carregar sua propina, um serviço que só cabia aos mortos.

A morte tem milhares de lendas, crendices e personagens. Em quais você acredita, prezado leitor?