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A poesia contemporânea de Ailton Krenak

21/02/2024 09:28 - por Tiago Vargas

Ailton Krenak nasceu em 1953 em Minas Gerais, na região do vale do rio Doce. Ativista do movimento socioambiental e defensor dos direitos dos povos indígenas, participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas. 
Como uma liderança histórica, exerceu um papel crucial na conquista dos Direitos Indígenas na Constituinte de 1988.

 É ambientalista, filósofo, poeta, escritor e também doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

O nome Krenak significa, em sua etimologia, cabeça (kre) da terra (nak). 

Ailton Krenak foi o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. 

Poeta atual, sua escrita retrata uma visão pertinente e apropriada da contemporaneidade. 

A luta pelos direitos dos povos originários, a preocupação climática e com o meio ambiente de um modo geral são temas recorrentes em sua produção escrita que intrinsecamente rejeita com veemência e peculiaridade de argumentos a ideia de “civilização’’ atribuída aos colonizadores. 

É autor dos livros, Futuro Ancestral, Ideais para adiar o fim do mundo e A vida não é útil. 

ESPÍRITOS DA FLORESTA
Espíritos domesticam
olhares, sentires e ficares,
pelo cheiro, pelo vento,
pelo sons do mato do sertão.
Espíritos atraem por rochas, por águas, por céus.
Espíritos nas florestas
polinizam almas inquietas
Para sempre.

“Um dos mais influentes pensadores da atualidade, Ailton Krenak vem trazendo contribuições fundamentais para lidarmos com os principais desafios que se apresentam hoje no mundo: a terrível evolução de uma pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e os danos causados pelo aquecimento global. Crítico mordaz à ideia de que a economia não pode parar, Krenak provoca: “Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro”. Para o líder indígena, “civilizar-se” não é um destino. Sua crítica se dirige aos “consumidores do planeta”, além de questionar a própria ideia de sustentabilidade, vista por alguns como panaceia”. – 
Excertos do livro “A vida não é útil”. de Ailton Krenak

A grande diferença que existe do pensamento dos índios e do pensamento dos brancos, é que os brancos acham que o ambiente é "recurso natural", como se fosse um almoxarifado onde você vai e tira as coisas, tira as coisas, tira as coisas.

Pro pensamento do índio, se é que existe algum lugar onde você pode transitar por ele, é um lugar que você tem que pisar nele suavemente, andar com cuidado nele, porque ele está cheio de outras presenças.

Quando
Você
Sentir
que
o
céu
está
ficando
muito
baixo,
é

empurrá-lo
para
cima.
Ailton Krenak

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