Blog dos Espíritos
O Cristo Consolador
O jugo leve
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo”. (Mateus, 11:28 a 30.)
E no Evangelo Segundo os Espiritismo, encontramos o complemento e ensinamento dos Espíritos Superiores: “Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor.
Foi isso que levou Jesus a dizer: ‘Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei’. Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade”.
Jesus, o Cristo Consolador, incansavelmente nos convida a procurá-lo, nos prometendo o alívio de nossas dores. Isso não significa que ele irá nos curar instantaneamente, até porque a cura depende de nós e de nosso entendimento e melhoramento, mas irá nos aliviar dos momentos difíceis e provações. Ao aceitar o jugo leve do Cristo Consolador, precisamos nos livrar daquilo que nos desgasta: orgulho, vaidade e egoísmo. Jesus nos alivia ao nos oferecer o seu jugo, o seu fardo.
Podemos nos perguntar, mas qual é esse jugo e porque ele é mais leve? Muitas vezes nós carregamos um peso enorme, enquanto o jugo das leis divinas é a Lei de Amor. Nos é oferecida a brandura para aliviar nossos corações. E nós encontramos nos ensinamentos de Jesus o remédio para qualquer sofrimento. Quando passamos a seguir o caminho das Leis de Deus, nossas almas repousam, pois basta seguir este caminho que alcançaremos os resultados da vontade de Deus.
Um convite a seguir as Leis de Deus
Na primeira revelação, na época de Moisés, estávamos muito ligados aos instintos, que precisávamos para sanar nossas necessidades. Na segunda revelação, de Jesus, ainda não estávamos tão desenvolvidos intelectualmente, porém estávamos moralmente avançados o suficiente para receber a Boa Nova. Há mais de dois mil anos já não éramos tão dependentes dos instintos para nossa sobrevivência.
Então Jesus nos convida a não nos preocuparmos tanto com o material, com o ter e conquistar, Ele nos convida a aceitar as Leis Divinas. Nos momentos de dor e sofrimento, considerando que Deus é paz e amor e que o amor rege o universo, a solução dos problemas está na fé verdadeira de sua justiça e bondade soberana, está na prática desse amor onde quer que estivermos, a quem quer que seja, a todo momento de nossa existência. Resumindo os mandamentos em um só, o mais importante de todos: “amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Uma das características que mais marcaram a presença de Jesus quando esteve entre nós, trazendo e exemplificando o seu Evangelho, foi, sem dúvida, o caráter consolador da sua ação. Aceitando a designação de mestre, dedicou-se à sua missão de esclarecimento e assistência, orientação e amparo, revelando-se como guia e modelo para toda a Humanidade. Convidando todos os homens a buscá-lo, oferece a recompensa do alívio para os aflitos e sobrecarregados.
Na atual fase de incerteza e inseguranças que o nosso mundo atravessa, Jesus descortina à nossa frente um caminho de paz e renovação, nos ensinando que somos Espíritos imortais em constante processo de aprimoramento. Confirma os mandamentos da Lei de Deus, anunciados a Moisés, mostrando, porém, a sua misericórdia. Coloca em prática o amor, no seu sentido mais elevado, que consiste em fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam. Cura os enfermos e consola os aflitos, liberta os sofredores de processos obsessivos, tolera a agressividade humana;, pratica e ensina a caridade no seu sentido mais amplo: “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
Entretanto, para que ocorra o alívio que Ele oferece, é necessário colocar em prática os seus ensinos, verdadeiro resumo das Leis de Deus, as quais dão sentido à nossa existência, bem como carregar o fardo leve das boas ações, que se caracterizam pelo exercício do amor e decorrem da vivência dessas mesmas leis, explicitadas e exemplificadas no seu Evangelho.
O Espírito de Verdade
E Jesus, ao final de sua passagem terrena entre nós, ainda nos prometeu outro Consolador, aquele que viria mais tarde e permaneceria entre nós. Jesus disse: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece”. (João, 14: 15-17)
E o Espírito de Verdade, prometido por Jesus, descortinou aos nossos olhos a nossa condição de Espíritos Imortais, nos trazendo as explicações dos ensinamentos de Cristo, fazendo-nos lembrar que sempre temos a Jesus para aliviar nossas dores, basta que o aceitemos em nossas vidas.
“Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece contínua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem.
O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto mais sofre quanto mais profundamente o espírito é atingido”. (O Espírito de Verdade)
KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
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