Blog da Poesia

Poemas Infantis

11/12/2024 10:26 - por Tiago Vargas tiagovargas.uab@gmail.com

Com jogos de palavras e diversas possibilidades, os poemas são um gênero textual que permite que crianças possam explorar sua criatividade, brincando com as palavras. 

Poemas infantis, poemas com rimas e poemas curtos são alguns exemplos desse gênero que tem como potencial a premissa de encantar os pequenos e criar excelentes momentos de afeto e de interação. 

Por que ler poemas para crianças?

Amplia a visão de mundo 
Ao ter contato com poemas e seus jogos de palavras, a criança amplia a forma como vê o mundo e tudo ao seu redor, tornando-se mais crítica.  

Desenvolvimento da fala
Com sua cadência, os poemas curtos, por exemplo, são recursos valiosos para que a criança exercite sua fala e sua comunicação.  

Contribui com o aprendizado
Para as crianças que são maiores e já estão em idade escolar, a poesia infantil com rimas coopera diretamente no conhecimento da criança e na parte cognitiva, além de ser importante como estimulo na alfabetização. 

Fortalece as interações
Por meio de poema para crianças, seja no ambiente escolar ou em casa, os pequenos podem fortalecer as interações entre elas e entre seus familiares, melhorando suas habilidades sociais

Poemas infantis:

O Menino Azul, de Cecília Meireles
O menino quer um burrinho 
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores, 
– de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar. 
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim. 
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
Cecília Meireles

Pontinho de Vista, de Pedro Bandeira
Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado. 
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.
Mas, se formiga falasse 
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!
3. A porta, de Vinicius de Moraes
Sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Não há nada no mundo
Mais viva que uma porta 
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho 
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado 
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira 
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão 
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Eu fecho tudo no mundo
Só vivo aberta no céu!  

O Direito das Crianças, de Ruth Rocha
Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome 
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar. 
Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar. 
Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.
Mas criança também tem
O direito de sorrir. 
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir…
Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô, 
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.
Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor, 
Brincar de adivinhação.
Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola, bola, bola! 
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição 
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas, 
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

Convite, de José Paulo Paes
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião. 
Só que
bola, papagaio, pião 
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam. 
Como a água do rio
que é água sempre nova. 
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?

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